Em vídeo nas redes sociais, ele destacou que, mesmo com protestos, diversas medidas 'vitais' foram aprovadas. Nesta quarta, milhares de manifestantes pediram saída do presidente
Com Assessoria
O Michel Temer (PMDB) gravou um pronunciamento comentando os protestos realizados ontem em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. Esse é o terceiro pronunciamento do peemedebista em uma semana, desde que seu governo entrou em crise com a revelação de conversas gravadas entre ele e o empresário Joesley Batista, da JBS. A diferença é que, desta vez, Temer não chamou imprensa e lançou apenas o vídeo com a fala.
No pronunciamento, Temer repetiu expressões que já havia usado em suas falas anteriores, nos dia 18 e 20 de maio. Mais uma vez, ele disse que “o Brasil não parou e não vai parar” e enumerou medidas que foram aprovadas pela base aliada no Congresso. “O Brasil não parou e não vai parar. Continuamos avançando e votando matérias importantíssimas no Congresso Nacional. As manifestações ocorreram com exageros, mas deputados e senadores continuaram a trabalhar em favor do Brasil e aprovaram número expressivo de medidas provisórias, sete em uma semana”, declarou.
Novamente, ele repetiu a intenção de seguir no governo. “Meus amigos, o trabalho continua, vai continuar. Temos muito ainda a fazer e esse é o único caminho que meu governo pretende seguir, colocar o Brasil nos trilhos. Portanto, vamos ao trabalho”, afirmou.
O peemedebista, que perdeu partidos na base durante a semana, aproveitou o pronunciamento para “exaltar os trabalhos da Câmara”, que na última madrugada aprovou seis medidas provisórias (MP), sem a participação da oposição. Entre elas, a MP 759/16, que muda as regras de regularização fundiária e de terras ocupadas na Amazônia Legal e a MP 767/16, denominada por ele como “pente-fino no auxílio- doença”. A medida endurece as regras e aumenta o período de carência na concessão de auxílio-doença, da aposentadoria por invalidez e do salário-maternidade no caso de o segurado perder essa condição junto ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e retomá-la posteriormente.
Segundo a Agência Brasil, o texto também cria um bônus para os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com o objetivo de diminuir o número de auxílios concedidos há mais de dois anos sem a revisão legal prevista para esse prazo.
A manifestação de quarta-feira em Brasília, pedindo a saída de Temer da presidência e contra as reformas trabalhista e da Previdência Social propostas por seu governo, mobilizou cerca de 45 mil pessoas, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal. Os organizadores estimaram em cerca de 150 mil.
Com registros de violência policial – incluindo uso de armas de fogo contra manifestantes – o protesto teve feridos no enfrentamento entre forças de segurança e civis. Temer chegou a emitir um decreto pedindo o auxílio das Forças Armadas na capital até o dia 31 de maio. Criticado por ministros do STF e aliados, nesta quinta, ele voltou atrás.