Temporal em Petrópolis deixa 104 mortos; MP registrou 35 desaparecidos

Posted On Quinta, 17 Fevereiro 2022 07:39
Avalie este item
(0 votos)

Governador do Rio diz que temporal em Petrópolis uniu 'tragédia histórica' e 'déficit que realmente existe'.

 

Com Agências

A tragédia que atingiu Petrópolis, na Região Serrana do Rio, na tarde de terça-feira (15), bateu a triste marca de 104 mortos na madrugada desta quinta-feira. Outras 24 foram resgatadas com vida. A forte chuva que caiu na cidade causou ao menos 171 pontos de deslizamento, sendo o mais crítico o Morro da Oficina – parte da encosta foi abaixo durante a tarde e pelo menos 80 casas foram atingidas. O Ministério Público já recebeu mais de 35 solicitações para localizar pessoas desaparecidas. O município decretou Estado de Calamidade Pública e os militares seguem trabalhando. Há previsão de mais chuva para esta quinta-feira.

 

Após as fortes chuvas que caíram no município, a região central ficou completamente destruída. O temporal concentrou 259 milímetros de chuva em apenas seis horas, pouco mais do que era esperado para todo o mês de fevereiro inteiro. A maior incidência de deslizamento ocorreu nos bairros do Centro, Quitandinha, Caxambu, Alto da Serra e Castelânea.

 

Por conta do alto número de vítimas, o Instituto Médico Legal (IML) está usando um caminhão frigorífico para transportar e armazenar os corpos. Diversos familiares se concentram próximos ao local para a identificação das vítimas.

 

A tragédia se repete

No dia 11 de janeiro de 2011, a região serrana do Rio foi palco da maior catástrofe climática do Brasil. De acordo com os dados do Ministério Público, 918 pessoas morreram, 30 mil ficaram desabrigadas e ao menos 99 vítimas seguem desaparecidas até hoje, após um temporal sem precedentes atingir cidades como Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. A chuva provocou avalanches de lama e muitas casas desabaram sob a força das águas carregadas de terra e entulho.

 

Na época do desastre, cerca de 850 mil toneladas de lama e entulho foram retiradas das ruas das cidades. Nos dez anos da tragédia, o governador Cláudio Castro decretou luto oficial e transferiu a sede do governo do estado para a Região Serrana. Em janeiro do ano passado, foi feita a promessa de investir mais de R$ 500 milhões em contenções de encostas, limpeza de rios e obras de infraestrutura em Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Areal.