O Partido dos Trabalhadores (PT), liderado pelo presidente Lula e representado no estado pelo ex-deputado estadual Zé Roberto e pelo ex-senador da República, Donizete Nogueira, enfrenta um cenário desafiador no Tocantins. A legenda parece estar caminhando para um desaparecimento quase total do cenário político local, tanto nas câmaras municipais quanto nos executivos dos 139 municípios
Da Redação
No estado, o PT já não possui representação na Assembleia Legislativa e nem na Câmara dos Deputados em Brasília. Esse isolamento político se torna ainda mais evidente quando se observa que o diretório nacional do partido praticamente abandonou o PT tocantinense, sendo este o único diretório estadual que não recebeu visitas de ministros ou de qualquer autoridade nacional nos últimos tempos.
Uma das poucas figuras de destaque que ainda permanece no PT do Tocantins é Paulo Mourão, ex-deputado federal, estadual, e ex-prefeito de Porto Nacional, além de empresário respeitado na região. Contudo, Mourão parece ter sido “colocado no congelador político", sem o devido reconhecimento por parte do diretório estadual. Situação semelhante acontece com Célio Moura, único deputado federal eleito pelo PT tocantinense, que também parece ter sido marginalizado pela direção local do partido.
Ex-deputado Paulo Sardinha Mourão
A previsão é que o PT saia das eleições municipais do dia 6 de outubro praticamente invisível, sem protagonismo e com um futuro incerto. A metáfora do "caixão e vela preta" parece se adequar ao estado atual do partido, que enfrenta uma rejeição significativa por parte do eleitorado e uma falta de articulação interna que o está levando a um ponto sem retorno.
Eleições municipais: um retrato da crise do PT
Zé Roberto pede votos para candidatos do PT
Enquanto o cenário em Tocantins revela um PT enfraquecido e isolado, a situação não é muito diferente em nível nacional. As eleições municipais, previstas para o próximo domingo, deverão aprofundar a crise do partido, que luta para manter relevância em um ambiente cada vez mais adverso. O partido disputa a prefeitura em diversas capitais do país, mas as chances de sucesso parecem limitadas.
De acordo com uma pesquisa realizada pela CNN Brasil e pelo Instituto Ipespe, quatro dos dez candidatos mais rejeitados no país são do PT, evidenciando a dificuldade do partido em reconquistar a simpatia do eleitorado. Essa rejeição latente faz com que mesmo os candidatos petistas bem posicionados nas pesquisas enfrentem dificuldades nos cenários de segundo turno.
Em Porto Alegre, por exemplo, Maria do Rosário, apesar de aparecer em segundo lugar, enfrenta um índice de rejeição altíssimo, o que pode levá-la a ficar fora do segundo turno. O sentimento antipetista ainda é forte e ameaça as chances de vitória do partido, não apenas em Porto Alegre, mas também em outras capitais, como Teresina e Goiânia.
Assim, o cenário eleitoral deste ano não é apenas um indicativo das dificuldades do PT em âmbito local, mas também um reflexo de um antipetismo persistente que pode impactar os planos do partido para as eleições de 2026. A manutenção desse cenário de rejeição pode complicar ainda mais as chances de uma reeleição presidencial, deixando o futuro do PT incerto e à mercê de um eleitorado que busca alternativas à sua liderança.