VEJA DESTACA ADIAMENTO DE PROCESSO QUE PODE TIRAR RENAN DO SENADO. ÉPOCA FALA DA DELAÇÃO DE DUDA MENDONÇA E ISTOÉ REVELA DEBANDADA DE LÍDERES DO PT

Posted On Domingo, 06 Novembro 2016 22:45
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VEJA

 

PLANALTO ‘COMEMORA’ ADIAMENTO DE PROCESSO NO STF

O adiamento da decisão do Supremo Tribunal Federal que pode complicar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), agradou ao Palácio do Planalto. Embora auxiliares do presidente Michel Temer tenham procurado ministros da Corte para expor a “inconveniência” política de julgar agora a ação que tem potencial para afastar Renan do Congresso, a ordem foi manter o tema longe do governo. Ministros foram orientados a não comentar o assunto.

A articulação do Planalto ocorreu nos bastidores porque Temer precisa de Renan para votar, ainda neste ano, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento de gastos por 20 anos. Aprovada na Câmara, a proposta tem de passar pelo crivo do Senado.

Se o Supremo acatar os argumentos da Rede Sustentabilidade e decidir que réus com processos na Corte ficam fora da linha sucessória da Presidência da República, Renan sofrerá forte revés, o que atrapalhará a vida do governo. Apesar de o peemedebista ainda não ser réu, tudo indica que está a um passo de figurar nessa condição.

Alvo de onze inquéritos no STF – a maioria referente à Lava Jato –, Renan é o segundo na linha sucessória de Temer, atrás do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A eleição que renovará o comando da Câmara e do Senado ocorrerá em fevereiro de 2017, mas, se o STF aceitar a ação e Renan virar réu antes disso, será obrigado a deixar a presidência do Congresso.

Um julgamento assim, neste momento, é tudo o que o Planalto não quer. Além da votação da PEC do Teto de Gastos, uma decisão do Supremo desfavorável a Renan tende a causar impacto na sucessão da Câmara e do Senado. Foi por esse motivo que dois interlocutores de Temer conversaram com ministros do STF, na tentativa de adiar o julgamento. Dias Toffoli pediu vista do processo e não há data para a retomada da votação.

Em nota, Renan disse que a decisão do STF não pode prejudicá-lo. “O presidente do Senado não é réu em qualquer processo e, portanto, não está afetado pela manifestação do STF, ainda inconclusa”, escreveu. Afirmou ainda que os inquéritos contra ele, por “ouvir dizer” ou por “interpretações de delatores”, serão arquivados.

 

ÉPOCA

DUDA PROPENSO A DELATAR CAIXA DOIS EM CAMPANHAS DE PIMENTEL, LINDBERGH E HÉLIO COSTA

Em sua tentativa de firmar uma delação premiada na Lava Jato e escapar de ser preso, o marqueteiro Duda Mendonça quer implicar mais gente, além do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, a Fiesp, Paulo Skaf, conforme revelou a Folha de S.Paulo. No time que Duda quer entregar jogam o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o ex-senador Hélio Costa (PMDB-MG). Mendonça está disposto a contar aos investigadores ter recebido recursos de caixa dois de todos eles durante a campanha de 2010. Pimentel e Lindbergh foram candidatos ao Senado. Costa, por sua vez, se candidatou ao governo de Minas Gerais. Não se sabe se os investigadores toparão a delação de Mendonça. O advogado de Pimentel disse que não poderia comentar algo que desconhece completamente, mas que virou moda a “difamação premiada”. Costa afirmou que quem fez a campanha foi o PMDB, mas assegura que “tudo o que Duda recebeu foi de forma oficial”. Farias diz que todas as contribuições que recebeu foram legais.

Ele sabia?

Quanto a Skaf, Duda Mendonça disse aos investigadores que o presidente da Fiesp sabia que a Odebrecht honraria parte de suas despesas de campanha por meio de caixa dois. Skaf classificou de absurdas as informações de que gastos de sua campanha tenham sido pagas por intermédio de caixa dois.

 

ISTOÉ

A FUGA DAS ESTRELAS

A três meses de completar 37 anos, o PT está ameaçado pela fuga em massa de parlamentares e dirigentes. Um grupo que corresponde a 70% da bancada no Congresso já trabalha para deixar o partido, criar uma nova legenda ou mesmo engrossar outras siglas. Os entusiastas da fundação de um novo partido já traçam estratégias para não perder o rateio do Fundo Partidário, verba pública hoje essencial para a sobrevivência das agremiações, e o tempo de televisão. A ideia seria se unir a legendas já estabelecidas, como a Rede Sustentabilidade. Aproveitar a frustração dos militantes com a performance pífia da Rede nas eleições municipais para, juntos, engrossar as fileiras do novo partido. De antemão, no entanto, os desertores do PT impõem uma condição: que a ex-senadora Marina Silva não tenha ascendência sobre a nova sigla.

As conversas do chamado “grupo dos 40” ganharam velocidade nos últimos dias, esquadrinhado o resultado eleitoral do PT nas eleições municipais. A avaliação corrente é de que o pior dos mundos seria a inércia, diante do naufrágio petista. Se os separatistas não possuem ainda todas as diretrizes definidas, já se sabe que, se o novo partido realmente vingar, será mais alinhado à esquerda, contra o neoliberalismo e defensor da ética e do combate às velhas e deterioradas práticas políticas. O objetivo é tentar se reconectar com o eleitorado que um dia já pertenceu ao PT, mas que hoje não quer nem ouvir falar em digitar o 13 nas eleições.

 

Fusões no horizonte

Além da Rede, os dissidentes já estão conversando com outras legendas para avaliar a possibilidade de fusão, como PC do B e PT do B. “Até o fim deste ano vai haver uma revoada no PT”, sentencia o senador Paulo Paim (PT-RS), um dos fundadores do PT.

Outra hipótese que já está sendo amplamente estudada é a migração em massa para o PDT. Embora não represente muita novidade, o Partido Democrático Trabalhista ofereceria algumas vantagens aos desgarrados. Em primeiro lugar, a identificação histórica com a causa dos trabalhadores. Depois, porque embora tenha tido pouca expressão nas urnas, a imagem dos pedetistas não está tão incinerada por denúncias de corrupção quanto outras. Atualmente, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) está entre os favoritos da esquerda para disputar a Presidência da República daqui dois anos, caso Lula esteja inviabilizado. A onda de defecção que assola parlamentares do PT também embala governadores petistas. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), por exemplo, já avalia uma eventual mudança para o PSB.