O ano de 2017 ainda nem chegou, mas já é considerado pelos principais analistas políticos do Brasil como um dos piores anos para a classe política e empresarial que vinha dominando as obras públicas os contratos com o governo federal nos últimos anos.
Por Edson Rodrigues
A celeridade prometida pelo ministro do STF Teori Zawascky na apuração pode marcar o mês de fevereiro como o início do fim para muitos dos envolvidos. Apesar do recesso, uma equipe vai trabalhar em janeiro para analisar os documentos. E trabalhar em ritmo acelerado para concluir a análise dos documentos o quanto antes.
São tantos documentos que uma sala-cofre foi montada no Supremo para garantir o sigilo das informações. A sala-cofre fica no 3º andar do prédio do STF e é uma sala sem janelas, no interior do prédio, próxima ao gabinete da presidência do Supremo. A sala tem uma mesa grande de trabalho e os processos ficam ao redor, empilhados em prateleiras. Só a presidente Cármen Lúcia, o ministro Teori Zavaski e a equipe dele têm a chave da sala.
Essa equipe, aliás, já está trabalhando no cadastro de cada papel que será inserido no Sistema de Acompanhamento Processual do tribunal onde vão constar como ''sigilosos''. São 800 depoimentos prestados pelos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht que assinaram acordos de delação com a Lava Jato. O número de depoimentos é alto porque cada delator foi ouvido mais de uma vez pelos procuradores.
“Nós vamos trabalhar em janeiro, nós temos trabalhado. Juízes é que normalmente não trabalham. A minha equipe tem trabalhado. Em julho, nós trabalhamos. E eu, embora eu não esteja aqui sempre, eu monitoro e faço as coisas. Não vai ser a minha eventual ausência física de Brasília que vai atrasar”, explicou.
Todos os políticos citados, incluindo o presidente Michel Temer, negam irregularidades e dizem que todo o dinheiro recebido foi declarado à Justiça Eleitoral.
CARCERAGEM
Apesar das afirmações de inocência dos políticos e empresários, já estão prontas as mais de 640 vagas na carceragem da Justiça Federal em Curitiba, reservadas a pedido do juiz Sergio Moro. Novas prisões devem ocorrer nesse ínterim, novas condenações e novas revelações que serão manchetes na imprensa nacional.
Dentro da Polícia Federal, já há equipes a postos para realizar operações que se tornaram rotineiras, com apreensões, bloqueios de bens, sequestros de ativos bancários e outras medidas.
Aqui em Brasília, em conversa com amigos, o assunto não consegue fugir do cardápio do dia, mas a expectativa é grande para a revelação de mais nomes e para as novas prisões de figurões em Curitiba a partir de fevereiro do ano que vem.
TOCANTINS
Enquanto Brasília treme, no Tocantins o que tem tirado o sono de muita gente são as conclusões das operações da PF no Clero de Porto Nacional, no Governo do Tocantins e na Prefeitura de Palmas. Além de muitos dos já envolvidos voltarem para prisão, há outras revelações a vista e, com certeza, outras operações vão ocorrer, segundo o que nos revelou uma nossa fonte aqui de Brasília.
Para Carlos Amastha, pesa sobre sua cabeça o “machado” da Operação Nosotros da PF, que apura um suposto esquema sobre a utilização da máquina pública do município envolvendo o processo de licitação do Bus Rapid Transit (BRT) e no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). A suspeita é que informações privilegiadas estariam sendo passadas para empresas que participaram da concorrência, além de coações a proprietários de terras privadas para que repassem parte das propriedades para grandes imobiliárias.
Além dessa operação, outro procedimento da PF culminou com a prisão do ex-secretário de Saúde na gestão de Otoniel Andrade, pastor Anderson, também com apreensão de computadores e documentos que apuram desvios de mais de 22 milhões de reais.
A população de Porto Nacional aguarda ansiosamente o resultado desses processos para saber quem são os culpados, os inocentes e dar um basta na corrupção em terras portuenses.
Segundo essa fonte, poucos chegarão em 2018 com o CPF limpo e outros poucos conseguirão ficar fora das grades, pois processos de 2012 até hoje estão sendo concluídos e a farra com o erário público no Tocantins também teve proporções estratosféricas, com consequências graves à população e ao progresso do Estado.
Se, antes, para os políticos e empreiteiros corruptos, o céu era o limite, esse limite, agora, passa a ser a carceragem da PF em Curitiba.
Vamos aguardar – as delações e – os fatos!!!