47% NÃO SABEM EM QUEM VOTAR. ESTATÍSTICAS PODEM PIORAR

Posted On Segunda, 27 Junho 2022 06:47
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As estatísticas da fome, da inadimplência, do desemprego e da orfandade causada pela pandemia da Covid-19 que já matou quase 700 mil brasileiros, somam-se, no Tocantins, ás famílias que perderam tudo com as enchentes na Região Norte do Estado, às famílias do Sudeste que convivem há anos com uma seca opressora, mas, principalmente, à constantes operações da Polícia Federal para investigar casos de corrupção na área da Saúde Pública ocorridos em governo anteriores e até hoje investigados.

 

Por Edson Rodrigues

 

Trocando em miúdos, em um Estado em que há muito por se fazer pelos mais pobres, o principal alvo da corrupção é a área que poderia minimizar sofrimento, salvar vidas e devolver dignidades.  A corrupção no Tocantins é a do tipo mais cruel que existe.

 

Os escândalos de corrupção revelados no Tocantins foram – e ainda são – tantos e tamanhos, que já levaram ao cúmulo do próprio governo do Estado extinguir o departamento da Polícia Civil que combatia, justamente, a corrupção.

 

POBREZA X VOTO

 

Vidas na pobreza importam em ano eleitoral, mas só até a contagem dos votos. Tem sido assim nas últimas quatro décadas, mostra o núcleo da Fundação GetÚlio Vargas especializado em pesquisas sociais.

 

Quem manda no voto é o bolso, principalmente nos períodos de crise. Governo e Congresso se acostumaram a usar programas sociais como canais de transferência de renda para a maioria empobrecida do eleitorado Governo e Congresso se acostumaram a usar programas sociais como canais de transferência de renda para a maioria empobrecida do eleitorado. Temporariamente.

 

Por isso, nos ciclos eleitorais o volume de subsídios estatais aumenta cerca de 22%, constatou a FGV Social, um dos braços da respeitada Fundação Getúlio Vargas. Este ano não vai ser diferente dos últimos 40.

 

Tudo isso contribui para o eleitor estar alheio à toda a movimentação eleitoral que já acontece nos bastidores políticos do Tocantins, pois sabe que só após as convenções partidárias vai conhecer quem realmente vem “para a briga”.

 

Segundo as estatísticas, hoje, no Tocantins, são mais de 200 mil pessoas vivendo entre a pobreza e a pobreza extrema.  Essas pessoas votam, têm opinião, mas, no momento, estão preocupadas em conseguir alimento para suas famílias, não com política.

 

Tanto que as duas últimas pesquisas a que nosso Observatório Político teve acesso, feitas por institutos diferentes, trouxeram números parecidos, apontando que em torno de 47% do eleitorado não têm a menor noção em quem vão votar.

 

Esse índice é de extrema importância para a eleição de dois de outubro, pois nenhum dos candidatos ao governo ou ao senado chegará, sequer, perto de 47% das intenções de voto.  Ou seja, esse eleitor que não sabe em quem vai votar, será quem decidirá o futuro do Tocantins para os próximos quatro anos.

 

TOCANTINS

 

O fato é que pobre também vota, e os programas sociais são os mais suscetíveis a mudanças de governo ou à discussão sobre a manutenção dessas políticas. Mas a discussão sobre assistência social e transferência de renda é fundamental para o debate eleitoral.

 

Enquanto a classe política continuar a fazer dessa parcela carente da população o fiel da balança, como aponta o estudo da Fundação Getúlio Vargas citado acima, a tendência é que a pobreza não só continue, como atinja mais e mais pessoas com o passar dos anos, pois a ligação de pobreza com as eleições é complexa. Políticos se dividem no debate sobre ampliar ou acabar com programas sociais. Por um lado, há uma unanimidade no discurso da erradicação da pobreza, mas uma divergência em relação aos meios para se chegar a esse objetivo. Por outro, há um certo desdém em relação a temas sociais, que ficam relegados a um segundo plano enquanto outros assuntos são mais debatidos, como a segurança pública e educação.

 

É por isso que, pela segunda vez este ano, O paralelo 13 faz questão de fazer um alerta á autoridades constituídas do Tocantins para que façam, em caráter de urgência, uma ação social ampla para minimizar as mazelas da população carente do Tocantins.  Não se fala em uma ação que resolva a questão da pobreza, mas que impeça que ela seja tão extrema que ceife vidas, desuna família e leve pais e mães de família ao desespero, a ponto de vender seu voto por uns trocados qualquer.

 

Geralmente, em ano eleitora, essa parcela da população é mais assistida, mas por interesses meramente eleitoreiros, para, depois, voltar a ser esquecida. E a ação social em ano de eleição é uma das áreas mais fiscalizadas pela legislação eleitoral.

 

Por isso lançamos a ideia de uma força-tarefa entre a defensoria Pública Estadual, os Ministérios Públicos estadual e Federal, as Igrejas, entidades como Lions, Rotary e Maçonaria, OAB, o governo do Estado e a Assembleia legislativa, realizem uma ação emergencial integrada que, no mínimo, garanta a distribuição de cestas básicas e kits de higiene pessoal à essa parcela desesperada de tocantinenses, e a realizem como uma ação humanitária, sem propagandas de governos, políticos, partidos ou de qualquer tipo.

 

As autoridades, unidas, podem chegar a um consenso e à organização dessa grande ação, tirando qualquer conotação eleitoreira pela sua própria composição.

 

O PORQUER DE TANTOS INDECISOS

 

O eleitorado tocantinense está desestimulado, a grande maioria dos nossos políticos estão no descrédito, com poucos ainda se salvando.  Mas, a partir do momento em que quase toda semana há uma nova operação da Polícia Federal em nosso território, mais diminui o número de políticos dignos de reconhecimento da população, pois ainda estão na memória recente dos cidadãos toda a corrupção que já foi descoberta no Tocantins, seja em governos de estado, seja em prefeituras, seja em Câmaras Municipais.

 

Isso faz com que o eleitor passe muito mais tempo “assuntando”, avaliando que é ovelha e que é raposa no meio político.  O eleitor, hoje, com amplo acesso à informação, pesquisa os políticos que têm e os que já tiveram problemas com a Justiça.

 

Apesar do alto índice dos que não sabem em quem vão votar, não é por não conhecer os candidatos.  É por estar, ainda, avaliando seu voto, olhando para a sua situação e da sua família e comparando o que cada um dos políticos eleitos fez para contribuir ou para tentar dirimir as mazelas, principalmente os candidatos a governador e a senador.

 

As duas pesquisas a que tivemos acesso e os resultados que elas apresentaram mostram que o voto de cabresto está se evaporando das terras tocantinenses.  O acesso aos veículos de comunicação, seja impresso, seja online tem ajudado bastante o eleitor nessa avaliação, e O Paralelo 13 tem orgulho de ser uma dessas ferramentas de depuração dos votos, levando matérias que incitam à reflexão e contribuem para essa análise.

 

É por isso que reafirmamos que nenhum dos candidatos ao governo ou ao Senado está, hoje, em situação privilegiada. Ninguém ganhou nada, ninguém perdeu nada.  Nenhum deles disparou ou abriu vantagem significativa aos demais.  Os que estão bons em uma região, nem aparecem nos panoramas de outras, u seja, estamos vivendo um imenso empate técnico até o momento.

 

Reafirmamos, também, que só dinheiro e tempo de Rádio e TV não garantem a vitória de ninguém.  O candidato que desprezar uma boa equipe de marketing, um profissional de assessoria de imprensa, estará fadado ao fracasso.

 

E, finalizando, fazemos mais um alerta sobre estas eleições que se aproximam, tanto para os candidatos quanto para a população: a Lei Eleitoral cria uma espécie de caos após as eleições, pois, até o mês de abril do primeiro ano de mandato, pouco se pode fazer em relação a investimentos e ações de governo em relação aos vencedores.

 

Por outro lado, aqueles que forem derrotados vão “evaporar” por um tempo, tentando juntar os cacos e avaliando os estragos de popularidade e financeiros.

 

Enquanto isso, os cidadãos terão que esperar um segundo turno, as dificuldades financeiras de todos e do próprio governo, a inflação, o desemprego, a volta das chuvas e todas as mazelas que afligem o nosso povo.

 

Já pensou se escolhermos errado os nossos próximos representantes?

 

Todo cuidado é pouco! O seu futuro e o futuro do Tocantins estão em suas mãos.  Vote consciente, não terceirize seu voto, e mantenha sua consciência limpa.

 

Contamos com você!