A FOME ATERRORIZA AS FAMÍLIAS TOCANTINENSES. É PRECISO AGIR

Posted On Quinta, 09 Junho 2022 07:09
Avalie este item
(0 votos)

Atualmente, 33 milhões de pessoas passam fome no país, segundo resultado de uma nova pesquisa sobre o tema divulgada nesta quarta (8). Em 1993, eram 32 milhões de pessoas nessa situação, segundo dados semelhantes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) —a população brasileira então era 35% menor que a de hoje.

 

Por Edson Rodrigues

 

Naquele ano, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou a Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, a primeira grande campanha nacional da sociedade civil sobre o assunto.

 

"A gente regrediu literalmente 30 anos na luta contra a fome, o que nos assusta muito", diz o atual diretor-executivo da Ação da Cidadania, Kiko Afonso. "Mas o sentimento de indignação da sociedade brasileira hoje diante da fome de 33 milhões de brasileiros está muito aquém da indignação de 1993, diante da fome de 32 milhões. Estamos inertes como sociedade."

 

O levantamento divulgado nesta quarta, chamado 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, foi feito pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) e executado pelo Instituto Vox Populi. A margem de erro é de 0,9 pontos percentuais, para mais ou para menos.

 

A pesquisa mostrou que 6 a cada 10 brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar. São 125,2 milhões de pessoas nesta situação, o que representa um aumento de 7,2% desde 2020 e de 60% na comparação com 2018.

 

"Não tem nada mais prioritário no Brasil do que combate à fome, independente de ideologia", avalia Afonso. "Sem alimento a pessoa não consegue procurar emprego, estudar ou sair de casa. E tem de se humilhar para sobreviver."

 

Esses novos indicadores da segurança alimentar apontam que 41% da população tem acesso estável a alimento em quantidade e qualidade adequados, índice que é superior entre brancos (53,2%) e inferior entre pretos e pardos (35%).

 

No outro extremo, a média dos brasileiros com fome é de 15%. Superam essa marca aquelas pessoas que residem nas regiões Norte (25,7%) e Nordeste (21%), na zona rural (18,6%), e em domicílios chefiados por mulheres (19,3%) ou por pessoas pretas e pardas (18,1%).

 

Segurança alimentar é a situação em que há acesso pleno e estável a alimentos em qualidade e quantidade adequados.

 

Já a insegurança é dividida em três categorias: leve (quando o temor de faltar comida leva a família a restringir a qualidade dos alimentos), moderada (sem qualidade, há alimentos em quantidade insuficiente para todos) e grave (quando ninguém acessa alimentos em quantidade suficiente e se passa fome).

 

A pesquisa da Rede Penssan foi baseada em entrevistas realizadas em 12.745 domicílios de áreas urbanas e rurais de 577 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal. Trata-se de uma parceria das organizações Ação da Cidadania, ActionAid Brasil, Fundação Friedrich Ebert Brasil, Ibirapitanga, Oxfam Brasil e Sesc.

 

TOCANTINS

O Tocantins é um Estado da região Norte do País, portanto, está entre os mais afetados pela fome e pela insegurança alimentar.

 

A pandemia da Covida-19 veio para impedir a evolução social e cimentar as famílias tocantinense que vivem na pobreza, a um patamar de onde não conseguirão sair sozinhas.  Por isso, é mais que urgente que o governo do Estado aja de forma rápida e eficaz, para evitar a manutenção e o aumento do sofrimento de milhares de seus cidadãos.

 

As ações de assistência social, principalmente a distribuição de cestas básicas e kits de higiene pessoal precisam ser incrementadas, atingir mais pessoas de todas as regiões do Estado.  Por estarmos em ano eleitoral, ações assim costumam ser vistas como eleitoreiras, mas, neste caso, configuram em uma ação mais que necessária e que pode salvar vidas.

 

Humildemente, sugerimos ao governador Wanderlei Barbosa solicitar uma reunião envolvendo a Justiça Eleitoral, o Ministério Público, a OAB e entidades classistas e religiosas, a maçonaria, o Rotary Club e toda e qualquer entidade que tenha por objetivo ajudar ao próximo, para propor e planejar uma força tarefa para uma ação emergencial que mitigue o sofrimento de milhares de tocantinenses, sem infringir qualquer tipo de legislação.

 

O governo do Estado tem dinheiro em caixa, as demais instituições, o dever de entender e contribuir nessa ação.  A população mais abastada, o dever cívico, moral, cristão e humanitário de participar ativamente na arrecadação de doações. E, a imprensa, de divulgar da forma correta o que estará acontecendo.

 

Não são voto.  São vidas em jogo.  É hora de agir!