“Um estadista é um político que se coloca a serviço da nação. Um político é um estadista que coloca a nação a seu serviço.”
GEORGES POMPIDOU - Primeiro-ministro da França de 14 de abril de 1962 a 10 de julho de 1968 e Presidente da República a partir de 20 de julho de 1969 até à sua morte.
Tratados com desdém, por muitos candidatos a prefeito, serão os candidatos a vereador que darão acesso aos cabeças de chapa ás casas dos eleitores em tempos de Covid-19
Por Edson Rodrigues
Nas eleições municipais mais pitorescas da era atual, com o fim das coligações e em clima de Covid-19, e em que se fala muito em redes sociais como fator preponderante para o bom andamento das campanhas, os “especialistas” vêm esquecendo de um ponto preponderante ao se avaliar as chances deste ou daquele candidato a prefeito: o papel dos candidatos a vereador.
Os milhares de eleitores que formam a base da pirâmide social do Tocantins, em torno de 65% da população, habitam os setores periféricos das cidades, com destaque para Palmas e aquelas que possuem assentamento rurais, simplesmente não têm acesso às redes sociais, tão propaladas nesta campanha.
Na verdade, quem chega na casa dos “seu” João, José, Antônio, Raimundo, das “donas” Anas, Marias, Zefas e muitos outros, são unicamente, os candidatos a vereador. São eles que vencem as barreiras de isolamento social impostas pela pandemia, que moram no mesmo setor que os eleitores, que são da mesma região há tempos, que conhecem os pais, filhos e outros parentes do eleitor.
SEM APROXIMAÇÃO
Os candidatos a prefeito, ainda mais em tempos de pandemia e, principalmente, em Palmas, não têm esse poder de aproximação com os eleitores. A maioria pelas dificuldades normais do cotidiano, outros, por pura vaidade pessoal, por “se acharem” superiores e, verdade seja dita, por isso, se considerarem superiores à classe social daquele tipo de eleitorado.
Já os candidatos a vereador, principalmente os que tentam um primeiro mandato, não se intimidam com os riscos de contaminação deles próprios e das famílias visitadas, pois respeitam, na maioria das vezes, as recomendações da OMS e, por isso, são recebidos nas casas dos eleitores, pois a maioria deles é formada por amigos ou conhecidos.
Dificilmente um candidato a prefeito teria tanta facilidade de adentrar o lar de um eleitor e confraternizar com sua família e amigos.
NECESSIDADES BÁSICAS
Na maioria dos casos em que os candidatos a prefeito abdicam do “direito” de conhecer os eleitores da periferia em seus lares, é porque sabem que aqueles eleitores estão entre os dados do IBGE que apontam os que passaram e passam fome e que comparam os candidatos à Copa do Mundo – só aparecem de quatro em quatro anos – e, consequentemente, são os não atendidos pelas políticas públicas-sociais dos seus próprios partidos, logo, esses candidatos a prefeito correm o risco de “dar com os burros n’água” ao comparecer em locais onde nunca estiveram ou onde seus partidos são rejeitados, criando situações vexaminosas que, aí sim, podem viralisar nas redes sociais.
Esse quadro se agrava ao se considerar que muitas dessas famílias estão reféns da situação socioeconômica, por ter pedido a pessoa que mais contribuía para o sustento financeiro para a pandemia de Covid-19. Muitos por falta de um hospital ou de uma assistência social melhor, fatos que são automaticamente ligados ao desempenho dos políticos.
TODO CUIDADO É POUCO
Ainda assim, cerca de 9% dos candidatos a vereador vão priorizar, sempre, a defesa dos votos para si próprios, somente depois de garantir a preferência do eleitor padra si, começarão a falar sobre os “seus” candidatos a prefeito.
Logo, recomenda-se um tratamento melhor aos candidatos a vereador, que farão a verdadeira ponte entre o candidato a prefeito que defendem e os eleitores. Do contrário, esses 9% podem subir para 90%, uma vez que nem vinculados os votos são.
Todo cuidado é pouco para os candidatos a prefeito no tratamento dispensado aos candidatos a vereador de suas chapas, pois podem estar gastando dinheiro, tempo e planejamento em algo que, simplesmente, pode não acontecer.
PESQUISAS
Enquanto isso, há muitos candidatos a prefeito mostrando pesquisas de consumo interno em que aparecem disparados à frente dos seus concorrentes. Como já dissemos, essa é uma história “cabeluda”, quase que um “conto da carochinha”, pois, se formos colocar todas as pesquisas, um em frente à outra, todos os candidatos a prefeito estarão liderando.
Entretanto, O Paralelo 13 teve acesso a algumas dessas pesquisas e algumas chegam ao disparate de afirmar que os índices de votos brancos e nulos não passam dos 23%, o que significaria que 77% dos eleitores já estariam decididos em quem votar.
Essas pesquisas são grandes mentiras contadas a quem quiser acreditar, pois, pesquisas presenciais são praticamente impossíveis em tempos de pandemia e, esse tipo de pesquisa, via de regra, é construído dentro do escritório político de quem encomendou.
São tão perigosas que, nem as candidaturas foram registradas e 77% dos eleitores já sabem em quem votar!
Baseados em nossa experiência como dirigente de veículo de comunicação tradicional no Tocantins, levando-se em consideração o momento crítico por que passa o povo brasileiro com a pandemia de Covid-19, o Tocantins com milhares de desempregados, endividados e culpando a classe política pelo que estão passando, a esta altura do pleito, no máximo, estourando, 30% podem até já saber em quem votar ou em quem tem a intenção de votar, mesmo ainda não tendo ocorrido as reuniões políticas com as lideranças comunitárias, a explanação dos projetos e propostas nos programas a serem exibidos no Horário Eleitoral gratuito de Rádio e TV e os debates entre candidatos, alguns candidatos, realmente, podem ter, mesmo, um número significativo de eleitores cativos, mas nunca, jamais, na casa dos 77%.
Falta, apenas, aguardar o dia 26 de setembro para que as candidaturas estejam registradas, os nomes dos candidatos colocados à mesa e as pesquisas sérias e registradas junto à Justiça Eleitoral, para que essas pesquisas atuais sejam duramente contestadas e o quadro eleitoral tocantinense seja, finalmente, revelado.
Pesquisas de consumo interno, antes da eleição, são filmes que já assistimos antes e que conhecemos o fim.
Vamos dar tempo ao tempo para revelar quem, realmente, aparece bem colocado nas pesquisas. Daqui até lá, tudo é fake News!