A LUZ AMARELA DE ALERTA GERAL ACENDE NO QG DE RONALDO DIMAS COM FRITURA DE MARCUS MARCELO

Posted On Sexta, 14 Fevereiro 2020 07:17
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O resultado da sucessão municipal deste ano em Araguaína representa, politicamente, um “cartão de crédito positivo” para o futuro político do atual prefeito, Ronaldo Dimas, presidente estadual do Podemos e pré-candidato declarado ao governo do Estado nas eleições de 2022

 

Por Edson Rodrigues

 

Dimas vem semeando “grãos” políticos nos principais colégios eleitorais do Tocantins para, no fim do processo sucessório municipal deste ano, colher os resultados que pretende para usar como “base política” e de marketing eleitoral. Mas, apenas depois desses resultados é que poderá ser feita uma avaliação das perdas e ganhos do seu grupo político.

 

Dentro dessa avaliação, sair vitorioso, eleger seu sucessor em Araguaína representará o “céu de brigadeiro” em sua campanha.  Caso não consiga fazer seu sucessor, lhe restará “o inferno de Dante”, pois, como nas disputas eleitorais não há empate, ou é céu ou inferno, sem possibilidade de “purgatório”

 

MARCUS MARCELO

Apesar de toda essa importância, a forma da escolha  do candidato a prefeito do grupo de Ronaldo Dimas acabou se mostrado um grande equívoco de estratégia política, pois foram alimentadas várias candidaturas, quando, na verdade, já havia o nome de Wagner Rodrigues definido, internamente, há tempos, deixando pessoas que acreditaram na possibilidade de ter o apoio de Dimas, como o vereador Marcus Marcelo, “abandonados na campina”, mesmo após ele ter feito gastos, empreendido esforços junto aos seus correligionários e realizar encontros políticos.

 

ADMINISTRAÇÃO

Quanto à administração de Ronaldo Dimas, não há o que se discutir.  É de conhecimento popular a excelência da gestão tocada por Dimas à frente da prefeitura do segundo maior colégio eleitoral do Tocantins, sendo considerado uma dos quatro melhores prefeitos do Estado.

 

Porém, toda essa eficiência de gestão, passa pela atuação também dos deputados federais tocantinenses, como César Halum e Lázaro Botelho, hoje secretário da Agricultura, mas que deve retomar sua atuação na Câmara Federal, que durante quatro anos trouxeram milhões de reais para os cofres públicos de Araguaína, juntando-se aos deputados estaduais Jorge Frederico, Valderez Castelo Branco e Olyntho Neto, à senadora Kátia Abreu e, desde 2019, o senador Eduardo Gomes.  Todos os citados com suas ações em prol de Araguaína amplamente divulgadas pela imprensa.

 

Claro que Dimas demonstrou capacidade de administrar e planeja, propiciando o equilíbrio financeiro que foi preponderante à sua boa gestão, mas tem que ficar claro, também, que ele só pode fazer tanto porque os parlamentares proporcionaram as condições ideais.

 

TRANSFERÊNCIA DE VOTO

 

Transferência de votos, hoje, comprovadamente, é coisa do passado.  Vivemos um momento em que o eleitor se encontra liberto de ser dominado e influenciado pelos “coronéis” que, quando conseguiam se impor, transferiam de 37% a 40% dos “votos de cabresto”, mas, hoje, o índice de transferência de votos não passa da casa dos 21% nos municípios com até 9 mil eleitores.

 

Já nos principais colégios eleitorais, o índice de transferência de votos é ainda menor, com a ressalva de que, quando os candidatos oposicionistas são muito ruins, a tendência é o candidato que conta com apoio do prefeito ser muito bem votado.

 

PREJUÍZO ELEITORAL

 

No caso específico de Araguaína, um racha dentro do núcleo do prefeito Ronaldo Dimas significa um grande prejuízo eleitoral, principalmente da forma com que aconteceu.  Bater em Marcus Marcelo por meio de boatos, divulgação de áudios, tentar desqualificá-lo, é o mesmo que admitir que fez uma má escolha ao tê-lo em sua base de apoio, pois Marcus Marcelo também foi importante para o sucesso da administração de Dimas.

 

Perpetrar essa fritura em praça pública, com toda a cidade sabendo que é apenas para demonstrar que tem outro candidato, é uma ação desnecessária e deselegante por parte do grupo político de Ronaldo Dimas.

 

Em um momento em que  a classe política está tão desgastada junto ao eleitorado, é necessária muita cautela nesse tipo de movimento, para que se evitem desgastes desnecessários, lembrando que ninguém é imbatível, muito menos, insubstituível.

 

OPOSIÇÕES UNIDAS

Ex-deputado César Halum

Da forma com que a definição do nome do candidato “ungido” por Dimas foi conduzida, prometendo possibilidades a outros, criando expectativas para, depois, execrar os não escolhidos, os ânimos foram acirrados, egos feridos e amizades colocadas à prova.

 

Esse sentimento comum, pode levar os excluídos a se alinhar com a oposição à Dimas e criar um grupo formado por Jorge Frederico, Lázaro Botelho, Olyntho Neto, César Halum e o próprio Marcus Marcelo. 

Deputado estadual Jorge Frederico

 

Tanta gente com credibilidade junto ao eleitorado, apoiando uma mesma candidatura à prefeitura, por exemplo, a do deputado estadual Jorge Frederico, do MDB.  Caso esse “exército” de líderes venha a se formar, a disputa pela prefeitura de Araguaína se transmutará de um simples plebiscito para uma eleição voto a voto, sem favoritos.

 

AVALIAÇÃO

Como tudo ainda não passa de hipótese, somente após as convenções partidárias é que será possível “revelar a foto” do momento político vivido em Araguaína. Uma foto, digamos, ainda desfocada, mas sujeita às variações das chuvas e trovoadas que prometem acirrar os ânimos políticos ainda nas vésperas das convenções.

 

PALÁCIO ARAGUAIA PARTICIPA

Enquanto isso, O GOVERNADOR Mauro Carlesse, sua equipe de marketing político e seus principais auxiliares da área política devem estar monitorando atentamente todos os movimentos do grupo político de Ronaldo Dimas, para decidir qual caminho tomar em Araguaína, seja com uma candidatura própria, seja apoiando uma postulação que esteja demonstrando força suficiente para fazer páreo ao grupo do prefeito local. Essa candidatura pode muito bem ser a do deputado estadual Jorge Frederico e é muito importante esse monitoramento, uma vez que Araguaína, além de ser o segundo maior colégio eleitoral do Estado, ainda tem influência política direta em mais de 17 municípios da região do Bico do Papagaio.

 

Deputada estadual Valderez Castelo Branco

 

Podemos afirmar que, com toda certeza, todos os que pretendem disputar cargos majoritários nas eleições de 2022, gostariam de ter entre os seus apoiadores, o prefeito de Araguaína, segundo maior colégio eleitoral do Tocantins.  Dentre esse postulantes estão, é claro, o governador Mauro Carlesse, candidatíssimo à única vaga em disputa para o Senado, a ex-ministra da Agricultura e senadora, Kátia Abreu, além, é claro, do próprio Ronaldo Dimas, pré-candidato declarado ao governo do Estado, este último, com a maior consciência sobre a eleição de um sucessor em Araguaína este ano.

 

Dentre os citados, a única que deve apoiar as decisões de Ronaldo Dimas é a senadora Kátia Abreu, que tem um ótimo relacionamento com o prefeito de Araguaína há anos, e deve manifestar seu posicionamento, seguindo a linha de distanciamento do Palácio Araguaia.

 

TUDO OU NADA

Há outro político muito interessado no pleito municipal de outubro próximo, que é o ex-prefeito de Palmas, que em sua campanha para governador foi o mais bem votado na cidade de Araguaína, Carlos Amastha, que vem se encontrando e viajando com freqüência com o deputado federal Vicentinho Jr., presidente estadual do PL, partido pelo qual irá concorrer à prefeitura de Araguaína o vereador Marcus Marcelo, “fritado” pelo grupo político de Ronaldo Dimas, para que o chefe de gabinete de Dimas, Wagner Rodrigues, pudesse ser aclamado como o candidato oficial.

 

Deputado estadual Olynto Neto

 

Marcus Marcelo pode vir a ser confirmado como o candidato do PL à prefeitura de Araguaína, com o apoio e coligado ao PSB de Amastha.  Embora seja cedo para se falar em perda de votos por parte do grupo político de Dimas com a provável saída de Marcus Marcelo, uma análise mais minuciosa pode ser feita entre os meses de junho e julho.

 

Diante do quadro acima exposto, podemos ter uma visão privilegiada sobre o quadro sucessório em Araguaína, que ganha contornos dramáticos a cada movimento feito no tabuleiro.

 

A única coisa que se pode assegurar hoje é que, definitivamente, não há nenhum candidato imbatível e há “muita água para passar por baixo da ponte”. Com isso, caso Dimas não consiga fazer seu sucessor, sua candidatura ao governo do Estado em 2022 precisará de muito mais aliados que o planejado, incluindo nessa conta os candidatos a prefeito de Palmas, Porto Nacional, Gurupi e outras tantas cidades apoiados por ele, que, se não obtiverem os resultados esperados, podem, cada uma delas, significar uma pá de cal nas pretensões de Dimas ao Palácio Araguaia. Em Porto Nacional seu candidato é o empresário Agamenon do Mega.  Em Palmas, o ex-reitor da UFT, Allan Barbiero.  O desempenho dessas duas últimas candidaturas será fundamental para que Dimas passe de “liderança política regional” para “liderança estadual”, aumentando em muito seu crédito junto à população e ao eleitorado visando às eleições de 2022.

 

Ou seja, ou tudo, ou nada.

 

É hora de pagar para ver.  Quem aposta?