A máscara caiu?

Posted On Domingo, 25 Setembro 2022 09:24
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O pedido de voto para Irajá que expôs a verdade que todos já sabiam

 

Por Edson Rodrigues

 

Nesta semana, reta final da campanha, a senadora e candidata à reeleição Kátia Abreu (PP) fez a jogada que todos já esperavam: declarar apoio à candidatura de seu filho, Irajá Abreu (PSD), ao Governo do Estado. O ocorrido assemelha-se ao que muitos técnicos de futebol fazem antes de grandes clássicos, ensaiam uma jogada, longe das câmeras e dos adversários, mas no final das contas todos já sabem como vai ser, só não sabem quando e de que forma vai acontecer. Foi isso que ocorreu no Tocantins, fora dos gramados.

 

Kátia Abreu a verdadeira camaleoa da política no Tocantins

 

As dualidades de Kátia Abreu são conhecidas há décadas. Primeiro, ela concluiu seu doutorado na política se aproximando e sugando tudo que podia do ex-governador Siqueira Campos. A retribuição foi, logo em seguida, se aliar ao seu maior adversário da época: Marcelo Miranda. Após as benesses do Governo Miranda, chegou a vez de Kátia virar-se contra seu segundo grande aliado. As más línguas dizem, inclusive, que foi ela quem esteve por trás das duas cassações de Marcelo, enquanto Governador.

 

A nível nacional, a mesma coisa. Persona non grata dos ambientalistas e, consequentemente, do Governo PT, devido sua agenda ruralista agressiva, a senadora, como num passe de mágicas, passou a ser uma das principais aliadas da então presidente Dilma Rousseff, chegando a ocupar o cargo de ministra da Agricultura e virando as costas aos pecuaristas mais extremistas, os mesmos que garantiram recursos, por anos, para suas campanhas.

 

De escudeira do PT à tentativa de aproximação a Bolsonaro

Na tentativa de conseguir uma vaga de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Kátia Abreu manteve sua linha política que a fez chegar até onde chegou. Voltou às origens e virou as costas para o PT ao se aproximar de Flávio Bolsonaro para conseguir a conversa com o presidente Jair Bolsonaro que poderia garantir sua nomeação para a vaga, vitalícia, de ministra do TCU. A estratégia não deu certo.

 

Apoio à Wanderlei. Chega pra lá nos Mirandas com  nova humilhação pública?

 

Outra tentativa infrutífera de garantir sua reeleição foi a estratégia de ser o nome do governador Wanderlei Barbosa na corrida ao Senado. Kátia fez de tudo, mas o grupo não comprou seu nome e então ela se viu obrigada a virar as costas para eles. No meio do fogo cruzado, recentemente, precisou “apagar” as rusgas do passado e declarar apoio ao ex-governador e candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa, Marcelo Miranda. Mas em menos de duas semanas o humilhou publicamente ao discursar fervorosamente condenando os governadores do Tocantins que não terminam mandatos.

 

Finalmente, a verdade é apresentada

 

Por fim, a “briga” com seu filho, Irajá, por sua “traição” e candidatura não aprovada por ela ao Governo do Estado. A jogada dos Abreus prejudicou diretamente Osires Damaso, que se viu obrigado a abrir mão de sua candidatura ao Governo e Vanderlei Luxemburgo, que seria avalizado e “protegido” por Damaso para sua candidatura ao Senado. Nesta quinta-feira (22), a jogada ensaiada, que todos já esperavam, foi colocada em prática. O apoio público à candidatura do filho entra para a história como a mais recente virada de mesa de Kátia Abreu. Assim, fica difícil confiar na senadora. Seus aliados até tentam, mas ela não ajuda.

 

 

Última modificação em Domingo, 25 Setembro 2022 09:39