Imaginem ovos sendo transportados em um jacá carregado por um burro. Esse é o grau de “sensibilidade” nas articulações que se desenrolam em busca da formação do grupo político dos partidos que formam a base de apoio ao governo de Wanderlei Barbosa e Laurez Moreira, visando a sucessão municipal 2024 nos principais colégios eleitorais do Tocantins.
Por Edson Rodrigues
Assim será todo o processo pré-campanha na busca por um mandato eletivo e, em um grupo tão grande e tão cheio de bons nomes, dificilmente a base de hoje chegará do mesmo tamanho e com a mesma harmonia em agosto de 2024, quando forem realizadas as convenções partidárias e os territórios políticos estiverem devidamente demarcados.
Isso se dará pelo simples fato de que a possibilidade de vários detentores de mandatos na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal terem interesse natural em disputar um cargo de prefeito, pelo menos nos cinco maiores colégios eleitorais do Estado, de forma contrárias às postulações por uma reeleição dos atuais prefeitos desses rincões de votos.
Essa é a “pitada de pimenta malagueta nos olhos” que vai movimentar os bastidores políticos da sucessão municipal do ano que vem, somada às candidaturas de oposição ao Palácio Araguaia.
Essa “adição de tempero” ocorre porque cada município será uma eleição à parte, não conta com a junção de forças que elegeu Wanderlei Barbosa, Laurez Moreira, Dorinha Seabra e deu à essa trinca a maioria absoluta tanto na Assembleia Legislativa quanto na bancada federal, pois alguns dos principais nomes desse grupo político aplicarão seus interesses individuais nas eleições municipais, e isso abre a possibilidade de, em caso de união de forças oposicionistas, embates acirrados com algumas vitórias da oposição.
OPOSIÇÕES: SEPULTAMENTO EM CASO DE DIVISÃO
O Observatório Político de O Paralelo 13 previu as derrotas dos candidatos oposicionistas ao governo do Estado e foi o primeiro a alertar para um sepultamento coletivo dos principais nomes da oposição, caso agissem de forma separada nas eleições estaduais de outubro último.
Senador Irajá Abreu e ex-senadora Kátia Abreu
As famílias Dimas – Ronaldo e seu filho Tiago –, Abreu - Kátia e seu filho Irajá - e Miranda – Marcelo e sua esposa Dulce –, além do Partido dos Trabalhadores (PT), que fizeram oposição ao grupo político palaciano, naufragaram de forma melancólica em suas candidaturas majoritárias e individuais.
Carlos Amastha e Ronaldo Dimas
Mas, como na política não há nada exato, uma vitória em um colégio eleitoral importante em outubro de 2024, pode dar uma sobrevida aos derrotados de 2022. Mas isso só ocorrerá se os envolvidos calçarem as sandálias da humildade e juntarem suas forças em busca de um bem comum, agindo, politicamente, de forma diferente, sem ódio, sem ressentimentos, sem sede de vingança, sempre com os olhos consultando o retrovisor político para que não cometam os mesmos erros que os levaram à derrocada.
Caso contrário, com mais uma derrota, o sepultamento político passará a ser real e duradouro.
JUIZ DE PAZ
Senador Eduardo Gomes
Praticamente sem oposição ao seu governo na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, com o apoio de dois dos três senadores tocantinenses – Eduardo Gomes e Dorinha Seabra – o governador Wanderlei Barbosa terá que atuar como um verdadeiro juiz de paz para orientar o seu grupo político nas eleições municipais do ano que vem.
Cada conveniência política de seus aliados terá que ser pesada e avaliada em todos os 139 municípios, de forma que sempre o melhor candidato seja privilegiado, mas que os demais postulantes que tenham o apoio palaciano não fiquem magoados, melindrados ou insatisfeitos. Decisões salomônicas terão que ser tomadas pelo governador, com a mesma inteligência e com a mesma perspicácia do líder bíblico, aquele que ao ver um bebê disputado por duas mulheres, mandou que a criança fosse partida ao meio e cada mulher ficasse com uma metade. Assim que soube da decisão, a mãe verdadeira implorou que seu bebê fosse entregue para a outra mulher, e assim se soube quem falava a verdade.
Chamado de “curraleiro” pelo povo que o escolheu para ser governador, Wanderlei Barbosa é um político sábio, principalmente no tocante ao relacionamento com seus companheiros de grupo, amigos, correligionários e adversários políticos, sempre de olho no futuro, sempre consultando o retrovisor do passado dos que já beberam da água do poder e o que levou alguns a permanecer na vida pública e o que levou outros a serem esquecidos pelo povo.
Isso tudo nos leva a ter a certeza de que Wanderlei Barbosa apenas aguarda o momento certo para dizer quais são os seus candidatos a prefeito, sem forçar a barra, mostrando o quanto seus escolhidos serão importantes para os projetos que tem para o Tocantins e para sua carreira política, o que, muito provavelmente, será uma candidatura ao Senado Federal em 2026, com o apoio do máximo de prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores e lideranças que conseguir.
Governador Wanderlei Barbosa em encontro politico
Wanderlei deve se preparar para fazer uma “plantação”, em que muitas sementes serão colocadas para germinar, por meio de ações administrativas nos 139 municípios, que serão regadas com ações sociais, parcerias, investimentos e infraestrutura básica, valorizando o papel de cada companheiro na localidade, afim de formar um grupo coeso, unido e satisfeito. afinal, deve estar claro na memória de Wanderlei todo o ocorrido nos governos de Siqueira Campos, Marcelo Miranda, Sandoval Cardoso e Mauro Carlesse, em que “amigos” se revelaram “gatos” ou “traíras”, amigos apenas do poder, principalmente os paraquedistas, que acabaram abandonando o “barco”, não sem antes se locupletar de todas as benesses que puderam, deixando seus antigos comandantes em maus lençóis, arcando com atos não republicanos praticados por esses “amigos”.
Muitos desses “amigos do poder” conseguem, sabe-se lá como, conseguiram permanecer próximos ao poder, e muitos outros tentar a mesma sorte, mas Wanderlei Barbosa sabe desses perigos e sempre trabalhou com respeito ao erário público e com muita cordialidade para com todos os que o ajudaram em suas caminhadas eleitorais vitoriosas, e não se tem notícia de “rabos preso” ou qualquer outro tipo de compromisso escusos que envolvam o governador do Tocantins. Até agora, o governador curraleiro mostrou que sabe governar sem a necessidade de atos não republicanos ou qualquer tipo de negociata ou coisas afins, e sem abarrotar a equipe de governo de paraquedistas, abrindo espaço para que coisas erradas e não condizentes com a honra do povo tocantinense sejam praticadas em sua administração.
Voltando ao título, até hoje Wanderlei Barbosa tem controlado bem o burro, e não deixou que nenhum ovo se quebrasse.
Oremos para que tudo continue assim!