São várias pré-candidaturas à prefeitura da Capital. Algumas legítimas, outras, apenas de olho no gordo Fundo Eleitoral e outras para manter o controle do partido no Tocantins
Por Edson Rodrigues
Mesmo sabendo que terminarão a eleição entre os últimos colocados ou entre os menos conhecidos do eleitorado palmense, algumas pré-candidaturas têm como objetivo eleger um parente como vereador e, se possível, mais um ou dois, para, em 2022, ter uma base representativa no maior colégio eleitoral do Tocantins, com cerca de 170 mil eleitores entre 200 mil habitantes.
A conta é simples. Com cerca de 170 mil eleitores, para eleger um vereador em Palmas serão precisos cerca de sete mil votos para se eleger. A “sobra”, pode valer mais uma ou duas cadeiras, dependendo da quantidade de votos.
Dentro desse cenário, por ser a Capital, Palmas torna-se a “cereja do bolo” na sucessão majoritária em 2022, concentrando a imensa maioria das emissoras de Rádio e TV e os principais veículos de comunicação, incluindo blogs, portais e impressos.
Ou seja, palmas será o “espelho” para o restante dos municípios, com seus reflexos influenciando todo o território tocantinense, com debates com a imprensa, entidades classistas, tudo acaba influenciado pelo resultado das eleições municipais em Palmas.
RESPONSABILIDADE DOBRADA
É por esses “reflexos” que a responsabilidade de cada eleitor palmense é dobrada, em relação ao resultado das eleições deste ano, pois seu voto estará contando, praticamente, para todos os municípios do Estado, e a escolha errada, a eleição dos “falsos profetas”, pode custar caro pelos próximos oito anos, não apenas pelos quatro tradicionais.
Será preciso o eleitor se atentar para as entrelinhas de cada candidatura, para saber separar a mentira da verdade, a preocupação com o povo da intenção do poder pelo poder, que estarão contidos desde o semblante do candidato até o seu discurso, passando por sua postura e pelos seus apoiadores.
O candidato tem que se demonstrar sabedor, primeiro, das funções que lhe cabem, depois, da situação que a população está passando, com chefes de família desempregados, sem condições mínimas de alimentação, os feirantes, os microempresários, os comerciantes, os profissionais liberais, todos no arrocho por causa da pandemia.
O eleitor precisará ter paciência e consciência na escolha dos candidatos, como jamais teve, pois a grande maioria dos postulantes que se dizem “a pessoa certa”, na verdade não tem a mínima noção do que é ser vereador, muito menos a capacidade para lutar pelas verdadeiras demandas do povo palmense, que são o emprego, a moradia, a saúde, a educação e o bem-estar de todos, a qualidade de vida.
ATAÍDES OLIVEIRA
Hoje, vamos buscar um dos pré-candidatos à prefeitura de Palmas, o senador Ataídes Oliveira, filiado ao PP, da também senadora Kátia Abreu.
Antes de iniciar sua campanha, Ataídes precisa, primeiro, explicar aos palmenses o que fez pela Capital do Tocantins nesses quase seis anos como senador da República. Outra explicação que ele deve ao Tocantins, é porque acusa de corrupção e tenta denegrir a imagem do “Sistema S” , composto por Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac). Existem ainda os seguintes: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop); e Serviço Social de Transporte (Sest). Essa entidades, como dizem em seus nomes, existem para qualificar mão de obra em todos os setores econômicos e sempre foram muito requisitadas a abrir sede no Tocantins, para proporcionar a capacitação de mão de obra jovem.
Ataídes tem o Sistema S como um antro de corrupção, e o ataca com pronunciamentos, entrevistas e até projetos para que cessem os repasses de recursos federais que mantém essas instituições.
Pois bem. O senador Ataídes Oliveira trocou o PSDB pelo PP, da senadora Kátia Abreu, cujo esposo, Moisés Pinto Gomes, é diretor superintendente do Sebrae do Tocantins. A própria senadora sempre foi uma eagroempresária classista, com fortes laços com o Sebrae. Acontece que o Sebrae é, simplesmente, uma das “cabeças” do Sistema S, combatido por Ataídes.
Ficam, então, as perguntas: qual é o real DNA do senador Ataídes, pré-candidato a prefeito de Palmas, em relação aos “profetas”? negativo ou positivo?
Afinal de contas, a eleição de Palmas, com toda a importância que carrega, não pode ser usada de “barriga de aluguel” para a formação de bases de apoio para eleições vindouras. A eleição tem que servir ao seu propósito, que é elencar homens e mulheres dispostos a trabalhar pela população da capital a partir do momento em que tomarem posse em seus cargos. Não servir para pessoas que querem fazer de suas candidaturas trampolins para garantir um “território” para embasar uma futura eleição a deputado estadual, federal o seja lá para o que for.
SERIEDADE E COMPROMISSO
Palmas tem que ser levada a sério e, não como um projeto de poder individual ou de grupo. A capital precisa de um gestor que, após a pandemia, saiba se integrar com o governo federal , com o governo estadual e com os congressistas para recolocar a economia nos trilhos, retome os investimentos no agronegócio, na industrialização e em tudo o que possa gerar empregos e renda, inclusive buscar trazer o Sistema S, para profissionalizar a juventude.
Nós de O Paralelo 13, há 32 anos emanando informações de interesse da população, com CNPJ orgulhosamente registrado na Capital da Cultura, Porto Nacional, iremos sempre, de maneira respeitosa e ética junto aos dirigentes políticos, e com a seriedade e o respeito que a população de todo o Tocantins merece, vamos continuar com nossas análises políticas, panoramas, artigo e editoriais, sempre com um ponto de vista imparcial e profissional, sem barreiras, comentando sobre a sucessão em todos os municípios do nosso Tocantins, principalmente em nossa Capital, Palmas.
Em breve estaremos abordando os políticos que transferiram seus domicílios eleitorais apenas para poderem ser candidatos.
Até a próxima
ATAÍDES OLIVEIRA E OS ATAQUES AO “SISTEMA S”
O senador Ataídes Oliveira transformou seu mandato em uma guerra aberta ao Sistema S e ao envio de recursos federais para as entidades que o compõem. A revista Veja, em sua edição online, ainda no ano de 2018, já destacava os pronunciamentos e posicionamentos do senador tocantinense.
Em 14 de novembro de 2018, foi publicada a seguinte nota, na coluna Radar:
“Senador entra com ação para impugnar arrecadação do Sesi e Senai
O senador Ataídes Oliveira entrou nesta terça-feira (13) com uma ação popular para impugnar a arrecadaçõ direta das contribuições ao Sesi e Senai.
As entidades do “Sistema S”, mesmo não compondo a administração pública direta ou indireta, recebem tributos federais classificados como contribuições parafiscais de intervenção no domínio econômico ou de interesse de categorias profissionais ou econômicas.
Como qualquer outro tributo federal, tais recursos deveriam observar os estágios ou as etapas da receita pública orçamentária, mas, para o senador, elas adquirem caráter privado ao adentrarem os cofres do Sesi e Senai.
Em 2016, as receitas de contribuições oriundas sem a participação da Receita Federal superou em 62% , no caso do Sesi, e 26%, no caso do Senai. Foram R$ 3,5 bilhões e R$ 2,2 bilhões contra R$ 1,9 bilhão de R$ 1,5 bilhões, respectivamente.”
Em 10 de dezembro do mesmo ano, a versão online da revista publicou um vídeo com o seguinte título: “Corrupção no Sistema S é caso de polícia, denuncia senador Ataídes Oliveira: "18 bi do Sistema S vai para aplicações de banco, e isso é crime”.
O vídeo pode ser revisto no link: https://veja.abril.com.br/videos/arquivo/corrupcao-no-sistema-s-e-caso-de-policia-denuncia-senador-ataides-oliveira/.
Aí fica a pergunta: como profissionalizar nossos jovens caso Ataídes seja eleito prefeito e não pudermos contar com o Sistema S?
Com a palavra, o pré-candidato, senador Ataídes Oliveira...