“Não tenha medo da perfeição. Você nunca a vai atingir”
SALVADOR DALÍ
Por Edson Rodrigues
A vida de Jair Messias Bolsonaro jamais foi fácil desde que se tornou presidente do Brasil em 2018. No primeiro ano de seu governo, seus filhos criaram diversas situações embaraçosas, com declarações controversas, denúncias de “rachadinha” e outros deslizes. Logo depois veio o desentendimento com o ministro Sérgio Moro – que deixou o governo – e, assim que começou 2020, veio a pandemia de Covid-19, que paralisou o governo, gerou declarações infelizes do próprio presidente e grandes desencontros com especialistas da área da Saúde Pública.
Quando as coisas pareciam melhorar com o desenvolvimento das vacinas que irão trazer o mundo de volta à uma quase normalidade, novamente o presidente se perdeu ao colocar em dúvida a eficácia da vacina “Coronavac”, desenvolvida em parceria pelo Instituto Butantantan, do Estado de São Paulo e por uma empresa chinesa.
Acontece que o governador de São Paulo é o principal adversário de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022 e foi, justamente, a vacina do Butantan a primeira a ficar pronta a ser distribuída para a população.
Ou seja, para Bolsonaro, a presidência da República nunca foi um caminho florido e tranquilo e, atualmente, seu governo precisa resolver com rapidez uma série de questões até que, pelo menos, 60% da população esteja imunizada, som o risco de sangrar até a “morte” se não ajustar todos os pontos de conflito.
CORRUPÇÃO ZERO
Já era sabido que Bolsonaro tem um temperamento difícil e explosivo, e foi, justamente essa atitude que cativou seus apoiadores, ao ser colocada a serviço do combate à corrupção. Infelizmente, um governo não se suporta apenas combatendo a corrupção. Precisa dialogar, articular, aglutinar e, principalmente, delegar tarefas a pessoas competentes, “técnicos”, como prometeu o próprio Bolsonaro durante a campanha.
Infelizmente, porém, os nomes de destaque que fizeram parte da primeira equipe de Bolsonaro foram se desentendendo e deixando o governo e os nomes que os substituíram não se mostraram nem “técnicos” nem meritosos – de meritocracia – para exercer suas funções, deixando todas as “batatas quentes” nas mãos do presidente.
ALIANÇAS
E assim vem seguindo o governo de Bolsonaro, sem escândalos de corrupção como em governo anteriores, mas tendo que se valer de práticas comuns à política, mas que constavam nas promessas de campanha como “a serem evitadas”, como é o caso das alianças com o Centrão (políticos de várias vertentes partidárias, de legendas de centro e de direita), que resultou em uma cessão de espaços no governo a membros desses partidos, mesmo que sob vigilância rigorosa e sem acesso à “chave do cofre”.
Os conflitos políticos criados pelo próprio Bolsonaro – na maioria, sem a menor necessidade de virarem conflitos – com o segmento empresarial, religiosos, judicial e, principalmente, com a grande mídia, só fizeram aumentar, aos olhos do povo, as dificuldades enfrentadas pelo País, principalmente na área econômica. Os milhares de empregos extintos, viraram “milhões” para a grande mídia. Somando-se isso aos efeitos nocivos da pandemia à economia, tudo virou uma grande crise que começou virtual, mas terminou real na mesa de milhões de brasileiros, e se transformou em um dos piores momentos econômicos do País.
ELEIÇÕES NO CONGRESSO NACIONAL
Dado o atual cenário em que, mesmo com todos os problemas, Bolsonaro mantém índices medianos de aprovação popular, as eleições para as mesas-diretoras da Câmara Federal e do Senado são de extrema importância para que ele parta desse patamar para conseguir mais tranquilidade na continuidade do seu mandato.
Bolsonaro apoia as candidaturas de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para o Senado e de Arthur Lira (PP – AL) para a Câmara Federal, entre vários e vários conflitos de interesses das mais diversas origens, mas que a oposição deposita apenas na conta do presidente Jair Bolsonaro, que não abre espaços para farras com recursos federais como costumava ser o ambiente no Congresso com a liberação oportunista de emendas parlamentares.
A grande mídia sabe que nem tudo é “culpa” de Bolsonaro, mas faz questão de ressaltar e colocar ainda mais “lenha na fogueira”, criando um ambiente perfeito para fazer a imagem do presidente desidratar, sangrar e perder popularidade.
A VOLTA POR CIMA
As maiores chances de Bolsonaro dar a volta por cima nessa situação negativa criada em torno do seu governo estão nas vitórias de Lira na Câmara Federal e de Pacheco, no Senado. Com isso acontecendo, o governo volta a ter estabilidade e a certeza de que seus projetos terão maior possibilidade de serem aprovados.
Bolsonaro e seus líderes no Congresso Nacional, na Câmara Federal e no Senado, além de todos os ministros, estão 24 ativos, nos bastidores, em busca dos votos para seus aliados. Dentre essa “tropa de choque”, está o senador Tocantinense Eduardo Gomes, líder do governo no Congresso, que está com as missões mais melindrosas em mãos, na costura de acordos e compromissos que ajudem na eleição dos candidatos do Palácio do Planalto.
Dessas vitórias dependem as aprovações, sem problemas, de temas como a reforma tributária e outras reformulações que permitam ao País se reerguer economicamente antes mesmo do fim da pandemia de Covid-19.
Entre essas propostas, estão questões como a organização da vacinação em massa da população, para que os brasileiros possam voltar a pensar no futuro com mais tranquilidade, concessão de linhas de crédito para os pequenos, médios e grandes empresários, apoio aos empreendedores e autônomos e profissionais liberais.
As chances reais do governo de Jair Messias Bolsonaro fazer o Brasil voltar aos trilhos do progresso e do crescimento econômico, além de estancar o sangramento que vem derrubando sua popularidade, passam, direta e crucialmente pela eleição na Câmara Federal e no Senado.
Jair Bolsonaro terá em Pacheco e Lira, seus “Messias”, os salvadores de seu governo, principalmente Arthur Lira, que pode ser, além de “Messias”, o “Moisés”, o divisor de águas do governo Bolsonaro, que assumiu papel de frente nas articulações, inclusive jantando com a bancada ruralista, na última quinta-feira, garantindo o apoio de, pelo menos, 80% dos congressistas.
EDUARDO GOMES
Outros capítulos ainda vão acontecer nos próximos dias, com ênfase nas eleições da Câmara Federal e do Senado. A ordem é evitar que haja segundo turno e, para isso, foi destacado o senador tocantinense Eduardo Gomes, líder do governo no Congresso Nacional que, seja qual for o resultado, sairá mais fortalecido que nunca desse processo, uma vez que a maioria das conquistas de votos nessa corrida por apoios, veio da atuação de Gomes.
Eduardo Gomes está 24 horas por dia conectado com o presidente nas articulações em busca da vitória dos candidatos do Palácio do Planalto, principalmente, de Arthur Lira, pois uma derrota na Câmara Federal seria meio caminho andado para que os processos de impeachment protocolados contra Jair Bolsonaro tenham prosseguimento.
Esse é o clima e essa é a situação da eleição no Congresso Nacional. Um pleito dos mais difíceis e complicados da história, mas que pode fazer ressurgir a figura do presidente da república e colocar o senador tocantinense Eduardo Gomes em uma das posições mais fortalecidas e privilegiadas dentro da política brasileira.