Sem ao menos avisar membros do diretório estadual, prefeito de Palmas traz nome de peso e manobra rumo às eleições de 2018
Por Edson Rodrigues
Quando começaram as conversas, ninguém sabe. Como foi o primeiro encontro, menos gente sabe, ainda. Mas, a grande pergunta que fica é: como o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, consegue agir de forma tão sorrateira e tão na surdina, na cooptação de nomes de gabarito da política tocantinense para fazerem parte do seu governo?
Primeiro foi Ricardo Ayres, deputado estadual, que deixou a Assembleia Legislativa para compor o governo de Amastha. Desta vez, é o ex-prefeito, ex-deputado federal e estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-presidente estadual do PMDB por dois mandatos, Jr. Coimbra, nome de peso no meio político, com ótimo trânsito na Capital e no interior do Estado, que assume uma secretaria de vital importância para qualquer pretensão política do atual prefeito de Palmas.
Amastha esteve em Brasília, onde manteve uma reunião coma cúpula nacional do PRB, que deu o “OK” para que o partido passasse a fazer parte do seu governo, antes mesmo de que o presidente estadual do partido no Tocantins, deputado federal Cesar Halum, tivesse qualquer tipo de reação.
Segundo O Paralelo 13 apurou, na manhã deste domingo, nos bastidores do meio político, os companheiros de Cesar Halum, tanto em Palmas quanto no interior, ainda estão meio zonzos com a notícia. Muitos até gostaram do que ouviram e, outros, não ficaram nem um pouco satisfeitos.
INTERVENÇÃO BRANCA
Na verdade, o que os membros do PRB do Tocantins temem é que a ida para o governo de Amastha signifique uma “intervenção branca”, com efeitos colaterais que levem mais membros do partido para perto do prefeito da Capital, interferindo no comando da legenda, em futuras coligações, filiações e, principalmente, nas decisões sobre o que fazer com o tempo de rádio e TV no horário eleitoral gratuito, que, como todos sabemos, vale ouro no jogo de barganhas políticas, como aconteceu no caso do ex-presidente do PSB no Tocantins e prefeito reeleito de Gurupi, Laurez Moreira, que dormiu presidente do partido no Tocantins e acordou com Amastha filiado e presidente do PSB após uma breve visita do prefeito de Palmas à Brasília, deixando Laurez a ver navios.
O certo é que, enquanto os políticos tradicionais do Tocantins digladiam entre si, um tentando destruir o outro com difamações, desgastes e calúnias, Carlos Amastha monta seu time para a sucessão estadual de 2018, com um jogo de cintura e um poder de convencimento jamais vistos na história da política tocantinense.
Quando resolverem acordar, pode ser tarde demais e Amastha terá seu grupo político quase imbatível no ano que vem.
GATO ESCALDADO...
...tem medo de água fria!
Em nosso ponto de vista, a jogada de mestre de Amastha pode ter sido outra. Ao trazer Ricardo para perto de si, sem que tenha havido nenhum protesto, nenhuma reação do PRB ou de César Halum, o prefeito de Palmas pode estar montando uma engrenagem muito maior que se pensa.
Informações de bastidores dão conta de que Amastha pode ter garantido a César Halum a vaga para concorrer ao Senado, em sua chapa para o governo do Estado, um antigo sonho de Halum, daí a inação do presidente estadual do PRB em relação à nomeação de Ayres.
Esse acordo incluiria, também os filiados, comissões provisórias e diretórios municipais do PRB. Essa seria a principal razão para que o próprio genro de César Halum, como o é, Ricardo Ayres, tenha feito um movimento tão brusco em direção a Amastha. Segundo nossas fontes nos subterrâneos da política tocantinense, até o próximo mês de março muitas ações semelhantes, por terra, mar e ar podem estar sendo reveladas ao público e aos espectadores dessa partida de xadrez que são as eleições majoritárias de 2018.
Confira na nossa edição impressa, desta semana, mais detalhes sobre as jogadas de Amastha rumo à sucessão estadual e a possibilidade de que ele renuncie ao governo da Capital, além de um diagnóstico de como estão reagindo os demais líderes e segmentos políticos.
Aguarde!