Ex-secretário da Segurança do Distrito Federal teve prisão decretada por Alexandre de Moraes
Por: Paulo Sabbadin
O ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que teve prisão decretada, nesta 3ª feira (10.jan), pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que vai retornar ao Brasil e se entregar à Justiça.
"Hoje (10/01), recebi notícia de que o Min Alexandre de Moraes do STF determinou minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa. Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá", escreveu Torres.
Torres é ex-ministro de Justiça do governo Bolsonaro e assumiu a Secretaria e Segurança Pública (SSP-DF) na semana passada - cargo que já havia ocupado. Conforme mostrou o SBT News, ele mudou a cúpula do órgão e em seguida viajou para os Estados Unidos, onde permanece.
Na sua ausência, no domingo (8.jan), ocorreram os atos golpistas contra as sedes dos Três Poderes. Ele acabou exonerado do cargo e, na sequência, o governo federal decretou intervenção na segurança do DF.
Prisões
Alexandre de Moraes também pediu a prisão do ex-comandante da Polícia Militar Fábio Augusto Vieira, que estava no posto quando bolsonaristas depredaram as sedes dos Três Poderes. Ele foi exonerado e substituído pelo coronel Klepter Rosa Gonçalves, por ordem do interventor federal no DF, Ricardo Cappelli, anunciada na 2ª feira (9.jan).
Cappelli disse que a intervenção foi necessária para retomar a "linha de comando e autoridade sobre as forças de segurança do Distrito Federal".
"Até porque o secretário de Segurança sequer estava no comando. Ele estava fora do Brasil. Ele exonerou boa parte da direção da secretaria, assim que assumiu, no dia, 2 e, logo em seguida, viajou."
O interventor disse que essa ausência de Torres não "parece razoável". "Não parece coincidência que o que aconteceu no domingo seja obra do acaso. Acho que tem responsabilidades graves e nós vamos apurar todas. Vamos até as últimas consequências para apurar as responsabilidades, que é, sobretudo, do comando, e não da tropa", explicou Cappelli.