Da Redação
O fim do recesso de carnaval, nesta segunda-feira (6), traz na política brasileira uma grande expectativa com relação às próximas semanas. Expectativas em torno da abertura de inquéritos que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) agita a cúpula do governo. O fim do sigilo das delações de executivos da Odebrecht - que prometem não deixar pedra sobre pedra - também é esperado para as próximas semanas. No Congresso, as votações das propostas do governo - como a reforma da Previdência - também deverão ser um capítulo à parte.
Os vazamentos de trechos de depoimentos de executivos da Odebrecht no âmbito das ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a chapa Dilma-Temer, nas últimas semanas, já foram suficientes para abalar as estruturas do governo. Marcelo Odebrecht e Benedicto Junior deram uma mostra do tamanho do estrago que os depoimentos de executivos da empresa serão capazes de fazer.
RODRIGO JANOT E ODEBRECHT
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá nos próximos dias ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquéritos baseados nas delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Ministros do governo de Michel Temer, senadores do PMDB e do PSDB devem estar na lista.
A expectativa é de que mais de 200 pedidos sejam feitos, com base nas delações. Cerca de 950 depoimentos dos 77 delatores vêm sendo analisados desde dezembro.
VOTAÇÕES NO CONGRESSO
Enquanto isso, o presidente Michel Temer articula para fazer serem aprovadas no Congresso as medidas propostas pelo governo. Para garantir o sucesso nas votações, neste fim de semana Temer decidiu que o deputado André Moura (PSC-SE) será o novo líder do governo no Congresso. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), por sua vez, será o novo líder do governo no Senado. Recentemente, Moura - que é aliado do deputado cassado Eduardo Cunha - foi retirado de liderança do governo na Câmara.
A manobra tem por objetivo estancar a ameaça do chamado Centrão de não votar a reforma da Previdência. André Moura dizia ter 50 parlamentares com ele, e chantageava o governo.
Por sua vez, há um grupo de senadores e deputados do partido que não querem Romero Jucá na liderança do Senado.
Com informações do Jornal do Brasil