O quadro sucessório proporcional já está nas ruas. Uns pelo primeiro mandato, outros pela reeleição por uma das 19 vagas na Câmara Municipal
Por Edson Rodrigues
Pelo andar da carruagem, os índices de rejeição aos políticos mostram que a probabilidade de reeleição está, hoje, na casa dos 50%. Pelo menos oito vereadores podem se reeleger em Palmas. Os demais, dificilmente sobreviverão no poder.
A atual legislatura é uma das mais criticadas dos últimos tempos e está com uma imagem totalmente ofuscada, sem uma sensação de positividade na mente dos eleitores, com grande grau de relação com as mudanças de partido sem a concessão ou a ciência dos filiados, acordos de cúpula sem a participação dos membros tradicionais, transformando muitos dos vereadores que se utilizaram dessa manobra, verdadeiros “estranhos no ninho” pelo qual vão defender novos mandatos.
Junte-se a isso um número elevado de partidos (cerca de 25) com chapas na disputa, e tem-se uma pulverização de votos, fragilizando as grandes legendas e tornando os partidos tidos como “nanicos” em ameaças reais às potências partidárias, como DEM, MDB e PSDB.
PT FORA DA CURVA
O PT palmense segue pagando uma dívida que não é sua. Apesar de nenhum membro do partido, no Estado e na Capital, não estar envolvido em nenhum escândalo de prisões e condenações pelos milhões de reais que a cúpula nacional roubou do povo nos governos Lula e Dilma, justamente por não fazer parte dessa cúpula nefasta, ser do baixo clero, dificilmente o PT conseguirá eleger um representante na Câmara Municipal de Palmas.
Caso a ex-primeira-dama e ex-deputada Solange Duailibe coloque seu nome na disputa, terá que conseguir provar que sua condenação federal não tem legitimidade, mas isso é assunto para uma análise política posterior, mais aprofundada.
IGUALDADE DE CHANCES
Diante desse cenário político com mais de 220 candidatos a vereador, os partidos nanicos passam a ter uma grande chance de concorrer com igualdade de chances, pois, em Palmas, dificilmente um partido conseguirá emplacar três vereadores.
Este é um alerta para que não subestimem os nanicos, que formaram suas chapas com candidatos não detentores de mandatos, com 10 a 15 candidatos com potencial para conseguir de 1000 a 1.200 votos. Como o coeficiente está entre sete e sete mil e 100 votos, muitas chapas de nanicos vão fazer pelo menos uma vaga. Dentre eles, podemos destacar o Avante, que está com uma nova direção no Tocantins, sob o comando de André Gomes, e com o grande articulador Lázaro, que tem uma experiência gigante, com um trabalho muito sério na formação da chapa do partido, que é uma das melhores de Palmas.
O Avante tem potencial para eleger dois vereadores, podendo chegar a fazer até quatro, enquanto os demais partidos devem se contentar com duas, cada um.
Ou seja, os partidos nanicos vão ser um dos diferenciais desta eleição.
MAJORITÁRIA SEM VOTO VINCULADO
O fim das coligações majoritárias trará uma sensação de “sem compromisso” para com os candidatos a prefeito. Com a conta podendo chegar a oito candidatos pleiteando a cadeira do executivo Municipal e cada uma delas com uma plataforma política a ser apresentada ao eleitorado, os pré-candidatos a vereador acabam sem condições de exigir ou solicitar que seus eleitores votam, também, no candidato a prefeito da sua chapa.
Ou seja, será cada um por si e Deus por todos, pois, juntando essa característica nova a pandemia de Covid-19, serão os prefeitos que ficarão prejudicados na hora do tête-a-tête com os eleitores, papel tradicionalmente exercido pelos vereadores que, obviamente, sem a possibilidade do contato prolongado.
Será necessária muita, mas muita lealdade – e confiança – dos candidatos a vereador para levar, junto com a sua mensagem, a mensagem do prefeito, já que o tempo de contato com o eleitor será diminuto por conta da Covid-19.
Outro fator que deve ser levado em conta tanto pelos pré-candidatos a prefeito quanto a vereador que é a extinção do eleitor gado, do eleitor-bobo, do eleitor desinformado. A qualquer desconfiança de que está sendo enganado, ludibriado ou manipulado, o eleitor terá mais um motivo para interromper a conversa ou, simplesmente, ignorar e não dar atenção ao assunto.
SURPRESAS A VISTA
Diante desse panorama, as eleições municipais de 2020 podem reservar muitas surpresas, principalmente para os candidatos que se consideram imbatíveis, super-heróis, os acostumados a grandes votações.
Muitas carreiras públicas estão por um fio diante das atuações pífias no Legislativo Municipal e as eleições deste ano podem marcar o ponto final de muitas delas e prejudicar outras que se fiam nesses puxadores de votos para alcançar uma vaguinha.
Chegou a hora em que até os tradicionais puxadores de votos terão que contar com os votos dos demais candidatos da sua chapa. Isso fará com que muitos dos que estão pensando em utilizar as eleições municipais deste ano para fazer uma base, visando as eleições majoritárias de 2022, principalmente os que mudaram de partido para “facilitar o caminho”, tenham que mudar seus planos em cima da hora, pois não vai haver voto para qualquer candidato, apenas para os que estiverem sintonizados com a população – e esses são poucos – fazendo o sonho virar pesadelo.
Portanto, chegou a hora de acordar. Esse sonho de fazer da eleição deste ano um trampolim para 2022 é, na verdade, um pesadelo. As votações serão bem abaixo do esperado, tanto para prefeito quanto para vereador, e podem representar, ao contrário de uma vitória, “caixão e vela preta” para alguns que abusaram da confiança do eleitor e, venhamos e convenhamos, quem não conseguir se eleger vereador este ano, e o candidato a prefeito que tiver uma votação pífia, serão cegos políticos se quiserem pleitear algum cargo em 2022.
É um alerta geral: 2020 é 2020, 2022, só a Deus pertence!!