A falsa tentativa de homicídio foi para que José Aprígio da Silva conseguisse destaque e, com isso, a reeleição
Com site Terra
A tentativa de homicídio contra José Aprígio da Silva (Podemos), de 72 anos, então candidato à reeleição para a prefeitura de Taboão da Serra (SP), ocorrido em 18 de outubro de 2024, em meio à campanha, foi forjada, informou a Polícia Civil. O falso ataque a tiros foi para que Aprígio conseguisse destaque e, com isso, a reeleição.
"Não há ainda como eu afirmar categoricamente que ele [José Aprígio] estava participando disso. A gente tem os indícios. Mas ainda não tenho uma prova cabal para dizer assim: 'Olha, ele participava disso'. Não posso falar", disse o delegado da Seccional de Taboão da Serra, Dr. Helio Bressan, em coletiva a jornalistas na tarde desta segunda-feira, 17.
A Polícia Civil de Taboão da Serra e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, deflagraram na manhã desta segunda-feira, 17, a Operação Fato Oculto que investiga o falso atentado. Os agentes cumprem dez mandados de busca e apreensão. A operação prendeu temporariamente duas pessoas, incluindo o irmão de Aprígio. Foram apreendidos ainda celulares, computadores, dinheiro e armas.
Os investigados decidiram simular um ataque a tiros contra o veículo de Aprígio para que ele obtivesse vantagens na disputa eleitoral para a prefeitura contra seu adversário no segundo turno, Engenheiro Daniel (União Brasil). Mesmo com o ataque, Aprígio não conseguiu se reeleger e perdeu a disputa.
Procurado pela reportagem do Terra, a defesa do ex-prefeito disse "que foi surpreendido com o desdobramento das investigações". Afimou ainda que "em relação ao dinheiro apreendido, trata-se de quantia devidamente declarada em seu imposto de renda, e, portanto, de origem lícita".
Em nota à imprensa, o advogado do ex-prefeito, Allan Mohamed Melo Hassan, ainda reiterou a confiança no trabalho da Polícia Civil e no Ministério Público, e disse ter certeza de que "todos os responsáveis serão devidamente punidos, após o devido processo legal".