Informações dão conta de que depoimento de mais de 8 horas do ex-ministro Sergio Moro à Polícia Federal, com denúncias contra o presidente, teria ligado alerta no Palácio do Planalto
Por Edson Rodrigues
Uma postagem recente nas redes sociais diz que “o Brasil precisa ser estudado pela NASA, pois, em meio a uma crise de saúde mundial, consegue entrar em uma crise política e em uma crise constitucional”.
Pois é com imensa infelicidade que estamos vendo o Covid-19 matar mais e mais brasileiros, com números que crescem a cada dia e, ao mesmo tempo, um presidente da república provocar as instituições, fazendo a tensão política crescer a cada dia.
Se, no domingo passado, o presidente Jair Bolsonaro invocou a possibilidade de um novo AI-5, neste último domingo, dia três de maio, talvez empolgado pela carreata realizada em Brasília, em apoio ao seu governo, o presidente afirmou, em vídeo gravado por um de seus auxiliares, que “Temos o povo em nosso favor e as forças Armadas em favor do povo”. E que "não vai aceitar mais interferência". Disse, ainda, que pede a "Deus que não tenhamos problemas nesta semana, porque chegamos no limite".
Ex-ministro Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro
Fontes seguras em Brasília já nos adiantaram que o depoimento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, à Polícia Federal, acendeu a “luz de alerta” no Palácio do Planalto, que vê nas palavras e provas de Moro uma chance real de que o seu atual ocupante, Jair Bolsonaro, não termine seu governo.
Ou seja, estão em curso, no Brasil, dois grandes males que podem assolar devastadoramente a sua população: a pandemia do Covid-19 e o retrocesso político, que traz de volta as lembranças do AI-5 e da ditadura.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
O dia três de maio, ironicamente, é o Dia Mundial da Liberdade de Expressão. Durante a manifestação, em frente à rampa do Palácio do Planalto, jornalistas foram agredidos verbal e fisicamente pelos apoiadores do presidente que, ao ver a confusão, comenta jocosamente: “é esse pessoal da Globo que vem aí, pega um pra falar mal da gente e muda a conversa”.
É esse tipo de comportamento do Sr. Presidente da República que nos torna receosos quanto ao futuro da nossa democracia. Em nenhum momento ele se preocupa com a saúde dos agredidos, apenas com a “manipulação da mídia”.
Dependendo do comportamento errático do nosso presidente e das forças armadas, poderemos chegar, no Brasil, em pleno século XXI, a um embate de forças opressivas, com o risco de que corra muito sangue de inocentes, criando um vácuo de poder e uma instabilidade democrática sem precedentes, colocando em grande risco o futuro do nosso País.
MOMENTO INÉDITO
Estou na casa dos 60 anos de vida. Tive uma criação excelente, sempre em nossa Porto Nacional, com valores, princípios religiosos e familiares, e referências da minha amada e saudosa mãe, Dona Ana, que a muito custo e trabalho criou a mim e aos meus dois irmãos, Edvaldo e Edmar.
Em minha vida profissional, tive experiências de assessoramento no Congresso Nacional, na Câmara e no Senado, na Casa Civil do governo do Estado de Goiás e, há mais de 30 anos atuo no ramo do jornalismo político, sempre com o nosso O Paralelo 13 e, do alto desse anos todos, posso afirmar com tranquilidade, que nunca vivi um momento de tamanha instabilidade constitucional, com as principais instituições brasileiras, incluindo o Congresso Nacional e o STF sendo alvo constante de agressões verbais proferidas tanto pelo presidente, Jair Bolsonaro, quanto pelos seus filhos e principais assessores.
Presidente Bolsonaro e filhos
Neste momento de tamanho temor pela nossa Democracia, preferimos nos resguardar sobre quem está certo ou quem está errado, nesse jogo de intrigas que tomou conta de Brasília, com reflexos em todo o Brasil.
Desejamos, apenas, que o exercício democrático, reconquistado a duras penas pelo povo brasileiro, possa continuar a reinar serenamente. Pois, temos certeza, que qualquer tentativa de repressão irá resultar em derramamento de sangue, num País onde o mesmo governo que flerta com o AI-5, armou boa parte da população com novas Leis de acesso às armas.
Graças a Deus os comandantes das nossas Forças Armadas até hoje se mostraram pessoas comprometidas com a Democracia e com a estabilidade social.
Mesmo assim, convoco a todos para que oremos por nosso Brasil, pois, a partir desta segunda-feira, dia quatro de maio, estaremos todos nas mãos de Deus.