Durante sua passagem por Ipatinga (MG), por três vezes, chamou o jornalista de O Globo, que cobria a viagem, de “otário”
Com Estadão Conteúdo
Nesta quarta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro voltou a se irritar e xingar profissionais de imprensa que o acompanhavam na cerimônia de reativação do alto-forno da Usiminas, ao ser questionado sobre os depósitos feitos na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz.
Durante sua passagem por Ipatinga (MG), por três vezes, chamou o jornalista de O Globo, que cobria a viagem, de “otário”. Outros jornalistas também fizeram a pergunta, que não foi respondida. Os valores na conta da primeira-dama descobertos até agora somam R$ 89 mil. Bolsonaro retrucou fazendo perguntas sobre movimentações financeiras da família Marinho, proprietária do jornal.
Em apenas uma semana, esta é a terceira vez que o presidente protagoniza ataques do tipo. No domingo, durante visita à Catedral de Brasília, Bolsonaro foi perguntado por um repórter do O Globo sobre o motivo dos depósitos feitos a Michelle. Em resposta, o mandatário afirmou: “A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada”.
Na segunda (24), durante um evento, ele se referiu a jornalistas como ‘bundões’ ao afirmar que ele próprio tem mais chances de sobreviver à Covid-19 do que profissionais de imprensa. “Aquela história de atleta né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega num ‘bundão’ de vocês a chance de sobreviver é bem menor”, disse.
Bolsonaro: “Indecente”
Nesta tarde, a pergunta de um repórter do jornal Estado de Minas, que questionou se Bolsonaro havia se arrependido de ataques anteriores a repórteres, também foi classificada pelo presidente como “indecente”.
Antes dos novos ataques a jornalistas, feitos durante entrevista coletiva ao longo de grades que o separavam dos repórteres, o presidente abriu o discurso no fim da manhã em cerimônia na Usiminas também criticando os meios de comunicação.
“O dia em que eu for elogiado pela imprensa, podem saber que o Brasil está indo mal”, disse. Sem máscara, ele voltou a causar aglomeração ao posar para fotos com funcionários dentro do empreendimento. Ipatinga é a terceira cidade de Minas em número de casos de covid-19, com 7.031 diagnósticos para a doença, segundo boletim divulgado nesta quarta-feira (26), pela Secretaria de Estado de Saúde.
Ao fim da cerimônia, ao se despedir, Bolsonaro tentou mencionar o nome da cidade, mas ficou em dúvida. Ele olhou para trás, onde estavam outros participantes do evento e perguntou: “Ipatinga, né”?.
Com informações do Estadão