Cacique preso pede que manifestantes não entrem em confronto com a polícia

Posted On Terça, 13 Dezembro 2022 04:18
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José Acácio Serere Xavante, o indígena preso nesta segunda-feira (12) por ordem do Supremo Tribunal Federal José Acácio Serere Xavante, o indígena preso nesta segunda-feira (12) por ordem do Supremo Tribunal Federal

José Acácio Serere Xavante foi detido por manifestações antidemocráticas

 

Por: Paulo Sabbadin e Karyn Souza

O cacique José Acácio Serere Xavante, preso nesta 2ª feira (12.dez) por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), gravou um vídeo pedindo para que os manifestantes, que pedem sua liberdade, não entrem em conflito com as autoridades.

 

"Meus amigos, irmãos, povo brasileiro, cacique e líderes. Estou bem, graças a Deus, e estou em paz. Quero pedir: como eu tenho amado os senhores, se os senhores me amam também, me consideram, eu quero pedir para que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial e venham viver em paz. E não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, ataque à sede da PF", disse

 

"Sabemos que somos povo santo, povo de bem, povo que não compactua com derramamento de sangue, briga e conflito. A nossa briga não é contra as pessoas humanas. É contra as potestades espirituais, Deus abençoe a todos", completou o indígena.

 

Protestos violentos

 

Na noite desta 2ª, após a prisão do cacique, manifestantes bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília e atearam fogo em ao menos 10 veículos na região central da capital.

 

O policiamento foi reforçado em toda a região, inclusive no hotel onde está hospedado o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

O trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até que a situação se acalme. A recomendação é de que motoristas evitem o centro de Brasília.

 

Prisão temporária

 

No pedido, enviado ao Supremo, a PGR argumenta que Serere se utiliza de "sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros do STF, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso".

 

"A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos", acrescenta a Procuradoria-Geral.

 

Serere Xavante deve permanecer preso temporariamente pelo prazo inicial de 10 dias.