A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PT) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que conceda direito de resposta ao candidato à reeleição devido a uma acusação feita pela propaganda eleitoral na tevê do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontada como falsa
Por Maria Carolina Marcello e Ricardo Brito
O pedido de direito de resposta alega que vídeo da campanha do petista veicula "gravíssimas ofensas à honra e à imagem do presidente da República e de sua família" ao afirmar que foram gastos 25,6 milhões de reais em dinheiro vivo na compra de imóveis pela família Bolsonaro.
A quantia, na verdade, se refere ao valor total, e não apenas ao que foi pago em dinheiro vivo, para a aquisição de imóveis por Bolsonaro e familiares, de acordo com reportagem do portal UOL que revelou originalmente as negociações.
"Achincalhou-se a imagem do presidente Jair Bolsonaro e de seus familiares, com intenção vil e rasteira, reproduzindo-se versão mentirosa de fatos objetivamente e dolosamente modificados", diz o pedido oferecido à corte eleitoral pela campanha de Bolsonaro.
A ação aponta que os fatos já teriam sido desmentidos pelo UOL, e cita texto de checagem de fatos do próprio veículo de imprensa.
"A propaganda do PT sobre o uso de dinheiro vivo para compra de imóveis pela família Bolsonaro erra ao citar de forma imprecisa um número referente às transações reveladas pelo UOL em 30 de agosto. Diferentemente do que dá a entender a peça, a família Bolsonaro não pagou 25,6 milhões de reais em dinheiro vivo --em valores atualizados-- para a compra de imóveis. Na verdade, este número corresponde ao valor do total das transações de imóveis com uso total ou em parte de dinheiro vivo, com correção monetária", diz a reportagem, transcrita pelo pedido de direito de resposta.
Segundo o portal, a parte dos imóveis adquirida com dinheiro vivo equivale, a partir de correção monetária pelo IPCA, a cerca de 11,1 milhões de reais, de um total de 25,6 milhões de reais gastos no total com os imóveis.
O pedido de resposta solicita que seja conferido à campanha de Bolsonaro tempo equivalente ao que foi dedicado às acusações e na mesma quantidade de vezes em que o vídeo foi veiculado nas inserções. Também pede que a resposta possa ser divulgada no mesmo horário e meio em que as inserções foram originalmente veiculadas.
Procurada, a campanha de Lula não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre a ação.