O Carnaval do Brasil, estudado e pesquisado nas maiores instituições sociologias do planeta, é reconhecidamente a maior festa popular do mundo.
Por Edivaldo Rodrigues
Dessa mistura de ritmos e fantasias, surgiram os blocos de rua das cidades, responsáveis, responsáveis por reunir todas camadas sociais, cores e vontades em um só objeto: fazer valer a alegria.
Essa manifestação de milhares teve origen na cultura portuguesa, na festa chamado entrudo. Celebrações que aconteciam no período anterior à Quaresma, e foi apresentada ao povo brasileiro por volta do século 17.
Registros históricos dão conta de que o primeiro bloco de Carnaval de rua no Brasil foi o Cordão da Bola Preta, fundado em 1918 no Rio de Janeiro, e assim essa reunião de foliões em conjunto se espalhou por todas as regiões brasileiras.
Em Porto Nacional, ainda nas décadas de 1960 e 1970, alguns bares famosos como o Bar Triunfo, de Rosário Manduca, e o Bar Bom Jardim, do João Xirux, realizavam animados bailes de Carnaval, permitindo que os foliões fossem até a frente do estabelecimento para dançar. Assim começaram os carnavais de rua na cidade portuense.
Durante alguns anos os carnavais de Porto Nacional, mesmo com o apoio e estrutura financiado pelo poder público, muita gente se juntava nas praças e ruas da cidade comemorando o reinado de Momo. Os blocos Pinta Preta, de Goiânia, e Sangue da Cidade, de Brasília, integrados por estudantes portuenses, formavam caravanas e invadiam o Light Clube, bares e praças, consolidando a vontade do povo em festejar com liberdade, ao ar livre.
Essa força popular levou o reinado de Momo para a icônica Rua do Pau D'óleo onde durante anos foi o ponto de agito da cidade com uma explosão de alegria, contentamento e fraternidade.
Um conjunto de fatores calaram as canções, findaram os bailados, e silenciaram os tambores que davam vida aos célebres carnavais da Rua do Pau D'óleo. Mas, uma luz começa a iluminar uma nova iniciativa.
Carnaval de rua em Porto Nacional
Em fevereiro desse ano a Prefeitura de Porto Nacional, anunciou que devido a o aumento de casos de Covid-19 na cidade e a falta de recursos, não iria realizar o Carnaval de 2025. Com isso, um grupo de amigos do Centro Histórico da cidade teve a brilhante ideia de fundar o Bloco da Tenda e o Boco do Beco, e com isso oferecer aos foliões uma organizada infraestrutura, com tendas armadas na rua, acomodações com dezenas de mesas e cadeiras, vários cantores e sua canções contagiantes, muita alegria e fraternidade o que sugere que a tradição do Carnaval de rua em Porto Nacional está de volta.
"Essa, sem dúvida nenhuma, foi uma iniciativa brilhante desses nossos amigos, que juntos proporcionaram a nós momentos de alegria plena, de carinho e muita folia", disse Riba Manduca, completando em seguida: "Espero em Deus que no próximo anos essa festança será maior, sinalizando que nossas tradições estão de volta."
O responsáveis pela iniciativa
José Maria, Pedrocina Pereira, Antônio Oliveira, o popular Maninho, Eduardo Figueiredo, se juntaram ao empresário Eaton Rodrigues, mais conhecido como Preto, e proprietário do Bar Central, e reacenderam a esperança dos foliões de Porto Nacional. Durante cinco dias, do findar da tarde até a madrugada, o Bloco da Tenda, recebeu seus convidados de todas as partes da cidade e ali, com os olhos voltados para a Catedral de Nossa Senhora das Mercês, beberam muita cerveja gelada e dançaram libertos ao som da esperança de que o ano que vem terá muito mais.
"Esse Carnaval tá briks, tá fiskolups, é o melhor. Eu tô rolex, rainax puro. O ano que vem vai ser volikask, seis vão vê", celebrou Picolé, o famoso Klaus Wesley.
E não foi só isso. Na meio do percurso da Rua Aires Jóca, o empresário Cleiber Rocha, proprietário do Bar Mãe Doninha, instalou suas tendas para receber o Bloco do Beco e seus convidados, formando assim a "Passarela do Álcool", ligando os dois aconchegantes ambientes, que certamente se tornará com um movimento de renascimento, de ressurreição dos velhos carnavais de rua de Porto Nacional, que ainda tem muito a oferecer.
"Participei com alegria e contentamento desse movimento carnavalesco dos dois blocos e confesso que essa iniciativa é revolucionária, fazendo renascer nossos velhos carnavais de rua e de blocos. Tenho certeza que esse movimento vai crescer, pois os líderes têm credibilidade e história para refazerem essa caminhada iniciada lá atrás. Estou junto e pronto para o ano que vem", afirmou Helder Luz Costa.