Jornais de Portugal e da Espanha repercutiram o protesto de deputados da extrema direita portuguesa durante discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia da República de Portugal na manhã desta terça-feira, 25, data que marca “Revolução dos Cravos”, o fim da ditadura militar naquele país.
Por Ana Luiza Antunes
O jornal português Público citou as manifestações feitas pelos deputados da oposição, que reiteraram críticas à visita de Lula ao país e afirmaram que a presença do chefe de Estado brasileiro no 25 de abril era um “erro tremendo”. Sobre a participação de Lula, o jornal destacou os aplausos que Lula recebeu após terminar seu discurso, bem como seu pedido de desculpas ao parlamento pelo o que havia acontecido mais cedo.
Já o Diário de Notícias destacou os protestos contra Lula feitos partido Chega e de brasileiros do Movimento Brasil Portugal. Segundo o periódico, as palavras mais ouvidas nos protestos pediam “Lula, ladrão, o teu lugar é na prisão” e “Tolerância Zero à Corrupção”. Os cartazes e gestos feitos por parlamentares dentro da Assembleia também tomaram espaço nas reportagens do jornal.
Já o jornal Expresso pontuou a “alta tensão” dentro do parlamento português nesta manhã. De acordo com o portal, o Chega prometeu a “maior manifestação de sempre” contra Lula frente à Assembleia da República portuguesa. O periódico ainda cita que, mesmo que Lula tenha desvalorizado o incidente e ridicularizado os deputados”, não deixou de atacar a extrema direita.
Os jornais espanhóis El País e DW Español também repercutiram os atos em Portugal. Segundo os periódicos, Lula foi recebido por aplausos e protestos de ambos os lados durante sua visita a Portugal. No El País, Lula foi classificado como um símbolo, “para o bem ou para o mal”, e ainda citou que o presidente caracterizou as manifestações como uma “cena ridícula”.
O canal de televisão RTVE Notícias enfatizou os cartazes empunhados pela oposição com os dizeres “Basta de corrupção” e o portal RTP destacou fala de Lula durante Fórum Empresarial Portugal-Brasil, ao dizer que o “Brasil está pronto para voltar a ser um país grande e importante”.
Cerca de 97 milhões de brasileiros podem ser vacinados
Por Agência Brasil
O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (24) a ampliação da campanha de vacinação contra covid-19 com a dose de reforço bivalente para toda população acima de 18 anos de idade. Cerca de 97 milhões de brasileiros poderão ser vacinados.
Pode tomar a dose bivalente quem recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes (Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer) no esquema primário ou reforço. A dose mais recente deve ter sido tomada há quatro meses. Quem está com dose em atraso, pode procurar também as unidades de saúde.
O ministério ressalta que as vacinas têm segurança comprovada, são eficazes e evitam complicações decorrentes da Covid-19. A ampliação, segundo a pasta, tem "o objetivo de reforçar a proteção contra a doença e ampliar a cobertura vacinal em todo país".
A campanha de imunização com a vacina bivalente foi iniciada em fevereiro, voltada para idosos de 60 anos ou mais, pessoas que vivem em instituições de longa permanência, pessoas imunocomprometidas, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, gestantes e puérperas, profissionais de saúde, pessoas com deficiência permanente, presos e adolescentes em medidas socioeducativas e funcionários de penitenciárias.
Até o dia 20 deste mês, mais de 10 milhões de pessoas já tinham tomado o reforço bivalente, sendo 8,1 milhões idosos, conforme dados divulgados pelo ministério.
Valor desviado é suficiente para a realização da manutenção em 2.100 km de rodovia por um ano
Por Mirelle Pinheiro
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira (24/4), com apoio do Ministério Público Federal (MPF), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Controladoria-Geral da União (CGU), a Operação Pares do Rei. O objetivo da ação é aprofundar as investigações dos crimes relacionados à execução de obras rodoviárias no norte de Minas Gerais, que causaram prejuízo ao erário e à população usuária das estradas da região.
O nome da operação relaciona-se ao fato de se apurar, nesta fase, o envolvimento de pessoas físicas e empresas que participavam do esquema possivelmente auxiliando um fiscal de obras do Dnit.
Dezesseis policiais federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Guaratinguetá (SP), Botumirim (MG) e Montes Claros (MG), além do afastamento do sigilo fiscal de 22 investigados e do sigilo bancário de 23 pessoas físicas e jurídicas.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas somadas chegam a 51 anos de prisão.
Operação começou em 2019
A Operação BR-090, iniciada em agosto de 2019, vem desarticulando organizações criminosas que agem dentro do Dnit em Minas Gerais com o objetivo de desviar recursos das obras executadas pelo órgão. Foram identificados indícios de fraude ao caráter competitivo dos processos licitatórios, recebimento de vantagens indevidas, superfaturamento em obras públicas e execução de serviços de baixa qualidade.
Até o momento, no decorrer das oito fases da Operação BR-090, foram verificados contratos de obras rodoviárias que perfazem um total de quase R$ 2 bilhões. Três inquéritos, decorrentes das referidas fases, foram relatados pela Polícia Federal, com respectivas denúncias pelo Ministério Público Federal, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Quatro empresas foram punidas por meio de processo administrativo de responsabilização e três servidores demitidos em função de processos administrativos disciplinares conduzidos pela Controladoria-Geral da União.
A PF ressaltou que ainda estão sendo concluídos os levantamentos dos valores de recursos públicos desviados no decorrer das apurações na Operação BR-090. No entanto, contabilizando o que já foi apurado até o momento e considerando o custo médio gerencial de manutenção estimado pelo Dnit, verificou-se que, com o montante desviado, seria possível a realização da manutenção de aproximadamente 2.100 km de rodovia por um ano.
A fase Rei do Norte, deflagrada em agosto de 2021, teve como foco principal a atuação da organização criminosa com ação na região de Montes Claros. O exame técnico do material apreendido está ocorrendo por meio de análise pericial de material extraído de algumas rodovias numa atuação articulada entre o Setor Técnico Científico da Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais, a Diretoria Técnico-Científica (DITEC) da Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União.
No âmbito da investigação dessa última fase, foram verificados indícios de pagamento indevido de vantagens e favorecimento de servidores a uma das empresas contratadas.
Impacto Social
As rodovias da região norte do Estado de Minas Gerais formam o principal meio de acesso do Sudeste do país para o Nordeste, e vice-versa.
Além do já apurado superfaturamento das obras, a identificação das pessoas físicas envolvidas possibilita sua punição e, consequentemente, a realização de obras de maior qualidade e menor custo, destacou a PF.
“Mãe, dia 20 nós não iremos para a escola!”. Assim, de maneira direta e com muita segurança, meus filhos iniciaram o diálogo familiar. Na sequência, relataram que estava rolando a história de uma possível “convocação” para um atentado coletivo, alusivo ao aniversário da tragédia que ficou conhecida como “massacre de Columbine”, ocorrido em 1999. Consenti com a proposta, após me acercar que a motivação era justa e muito distante do desejo de não ir à aula para ficar à toa. O assunto “segurança na escola” continuou durante o jantar, com a lembrança de episódios vivenciados por cada um de nós, em diferentes momentos e lugares nas últimas 5 décadas.
Após o trágico atentado ocorrido em Blumenau, com vidas inocentes bruscamente interrompidas, famílias dilaceradas e uma sociedade abalada, observamos entre a comunidade grande pavor e sensação de vulnerabilidade extrema, especialmente nos primeiros dias que sucederam o ato (5 de abril). Dos gestores públicos (nas três esferas), vimos uma pronta mobilização para “resolver” o problema da “segurança na escola” por meio da presença de homens armados – sejam eles servidores efetivos das forças de segurança pública ou profissionais de segurança privada contratados. Portas giratórias, uso de detectores de metais, botão do pânico, câmeras de monitoramento, aumento de muros e outros equipamentos usados para sugerir a sensação de segurança passaram a ser ventilados desde então.
Enquanto em casa, na noite da tragédia, tivemos uma longa conversa sobre sentimentos e percepção, com direito a fala de todos os membros da família, independentemente da idade, entre os gestores públicos e nas esferas decisórias, pouco ouvi falar sobre aspectos que transitam no campo da segurança emocional. Houve, sim, grande preocupação com a segurança dos corpos físicos de toda a comunidade estudantil, mas poucas ações externadas que levassem em conta a saúde mental de todos os agentes envolvidos no dinâmico e complexo organismo chamado escola. Destaco, aqui, os professores – que estão na linha de frente – e os próprios alunos – o real motivo da existência da escola. Quem demonstrou empatia e preocupação com essas pessoas?
O ambiente escolar vai muito além das suas funções pedagógicas. A escola também é uma espécie de rede, que retém o que há de melhor e o que há de pior da sociedade que a cerca, e também funciona como um “airbag”, que amortece muitas das mazelas sociais – das mais perceptíveis, como a fome saciada com a merenda; até as menos claras (ou propositalmente invisibilizadas), entre elas toda espécie de violência contra crianças e adolescentes que ocorrem na esfera privada do lar. E essa vida comunitária que flui dentro do ambiente escolar requer muito mais, mas muito mais, do que muros altos e seguranças armados. A escola precisa de estrutura física adequada, segura (em todos os aspectos) e saudável, e profissionais habilitados dentro e fora da sala de aula. Há todo um staff previsto para dar suporte para além da sala de aula que deveria estar presente em todas as unidades e, se já observamos a falta de professores essenciais em sala de aula, o que diremos de supervisores, orientadores, psicopedagogos, psicólogos e assistentes sociais (estes dois últimos ainda enfrentam aquele eterno dilema legal se devem ou não estar no quadro da Educação).
Enquanto família, estamos criando filhos para a paz e para o bem e não sujeitos para matar. Além da preocupação com a saúde mental, solicitamos a retirada da mochila de todos os materiais pontiagudos ou de corte e alertamos sobre o mau uso de equipamentos usados para criar; falamos sobre a necessidade de identificar rotas de fuga, sobre o não enfrentamento de pessoas em ato de violência e da importância de nos manter avisados sobre tudo o que soar estranho (no mundo real e digital). Assim, reforçamos os laços de segurança e confiança mútuos.
Mas enquanto mãe e cidadã, me sinto vulnerável e insegura. Não fomos chamados para conversar. Alunos e professores também não estão sido ouvidos em suas angústias. E, nesse sentido, senhores gestores públicos, muito me preocupa os milhões que devem ser investidos na “segurança na escola” nos próximos meses, enquanto o assunto ainda está quentinho nas rodas de conversa. E boa parte desse investimento sairá dos cofres públicos “em regime emergencial” (que no âmbito fiscal tem lá as suas vantagens – sem querer ser leviana). A presença de pessoas armadas no ambiente escolar me fere e desestabiliza emocionalmente. Não apenas pela incerteza de que serão, eles, profissionais preparados para lidar com crianças e adolescentes de todas as idades e hábitos culturais, mas também pela presença de armas no meio dos nossos. É um discurso visual forte e pesado, mesmo que empunhado por humanos empáticos e gentis. Também é uma presença real e concreta de um artefato que pode ser usado a qualquer momento e basta um julgamento equivocado ou um confronto para que outra tragédia aconteça.
E, para reforçar o já dito anteriormente, esse arsenal previsto e efetivo presente não vai resolver o problema da segurança que afeta a nossa sociedade. Mais uma vez, houve pressa em dar respostas questionáveis às consequências da violência que afeta a nossa sociedade, se esquivando de mexer em estruturas profundas, em grande parte favorecidas pela omissão e concessões escusas.
Uma sociedade pacífica se constrói com diálogo, respeito e, acima de tudo, necessidades vitais do ser humano atendidas. Para que possamos avançar rumo a uma sociedade mais humana, há de se cuidar do corpo (que tem fome e sente frio), da mente e da alma. Que possamos olhar para as feridas que ardem e tratá-las com a responsabilidade a cada um de nós atribuída antes que as mesmas contaminem e apodreçam uma estrutura inteira.
Vamos conversar?
Com preocupação e precaução,
Andréa Luiza Collet, mãe de três
Itajaí-SC, 20 de abril de 2023.
Motivações do crime ainda estão sendo investigadas e, até o momento, nenhum suspeito foi detido
Por iG Último Segundo
O prefeito de São José do Campestre , cidade no interior do Rio Grande do Norte , foi morto a tiros na noite dessa terça-feira (18), na sala da casa dele. Joseilson Borges da Costa, conhecido como Neném Borges, tinha 44 anos. As motivações do crime ainda estão sendo investigadas.
O assassinato ocorreu por volta das 23 horas de ontem e, de acordo com a polícia, o responsável pelos disparos invadiu a casa do prefeito , deu três tiros no rosto dele e fugiu em seguida.
Conforme a imprensa local, o criminoso teria pulado o muro de uma escola, passado por um beco e entrado na casa do prefeito pelo portão. Na ocasião, Neném Borges estava deitado no sofá da sala.
A Polícia Civil informou ter iniciado as diligências assim que soube do caso. O local do crime foi isolado imediatamento e os agentes da 6ª Delegacia Regional de Polícia (6ª DRP) têm dado apoio às investigações.
"A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está acompanhando o trabalho investigativo que vem sendo realizado desde a madrugada de hoje. O caso está sendo tratado pela instituição com a importância e prioridade que um fato de tamanha gravidade merece", afirmou a corporação em nota.
Nenhum suspeito foi detido até o momento. Borges deixa a esposa e dois filhos.
"Você vai deixar muita saudade. Uma saudade que não cabe em mim. Sempre vou estar aqui zelando e honrando o seu nome", escreveu Luciana Araújo, esposa do prefeito, nas redes sociais.