Uma manifestação convocada por redes sociais para protestar contra o racismo terminou em confronto com a Polícia Militar no Centro Cívico, em Curitiba, nesta segunda (1)
Com Colaboração: Fábio Domingos
A convocação dizia que o protesto, com concentração marcada para a Praça Santos Andrade, deveria ser "apartidário e pacífico". Ao longo da noite, no entanto, uma parte dos manifestantes autointitulada "Antifa" seguiu para o Centro Cívico, onde atiraram pedras em agências bancárias e nas vidraças do edifício do Fórum Cível. Houve princípio de incêndio. Ao chegarem ao Palácio Iguaçu, arrancaram a bandeira do Brasil hasteada em frente ao prédio e atearam fogo nela.
A PM passou a reprimir os atos de vandalismo com balas de borracha e bombas de efeito moral. O grupo inverteu o rumo da caminhada e voltou a se dirigir para o Centro. Moradores das imediações ficaram tensos com a quantidade de bombas. “É muita bomba. Estou muito nervosa”, disse uma moradora de um prédio na Rua Treze de Maio que não quis se identificar.
"Fogo no Brasil!", gritam os democratas ao queimar a bandeira nacional. Curitiba, nesta noite. pic.twitter.com/ZGbJ4z8P7M
— Paulo Eduardo Martins (@PauloMartins10) June 2, 2020
Os manifestantes correram, então, em direção à Praça Tiradentes. Os PMs acompanharam de perto, dispersando qualquer aglomeração. No confronto, a polícia usou cassetetes para dispersar os manifestantes.
Em nota, a prefeitura de Curitiba informou que, em equipamentos públicos do município, houve registro de danos em algumas estações-tubo na região do Centro Cívico e pontos de mobiliário urbano na Praça Tiradentes e na Travessa Nestor de Castro. Um levantamento completo será feito e divulgado nesta terça-feira (2)."
Segundo Michael Ryan, pandemia ainda cresce com velocidade progressiva no país e ameaça os sistemas de saúde
Por FOLHAPRESS
O pior da pandemia ainda não chegou para o Brasil, afirmou nesta segunda (1ª) o diretor-executivo da OMS (Organização Mundial da Saúde), Michael Ryan.
Segundo ele, o Brasil -entre outros países da América Central e do Sul- está entre os que têm registrado os maiores aumentos diários de casos da doença, com transmissão ainda fora de controle.
"Claramente a situação em alguns países sul-americanos está longe da estabilidade. Houve um crescimento rápido dos casos e os sistemas de saúde estão sob pressão", disse Ryan.
Segundo ele, o pico do contágio ainda não chegou, "e no momento não é possível prever quando chegará".
Até domingo (31), o Brasil tinha 514.849 casos confirmados de coronavírus e 29.314 mortes, com 480 novos mortos nas 24 horas anteriores. É o segundo país com maior número de casos no mundo, depois dos EUA, e o quarto em número de mortes, atrás de EUA, Reino Unido e Itália.
Em relação à população, o Brasil era no domingo o 13º no mundo, com 13,8 mortes por 100 mil habitantes. Nos cálculos semanais feitos pelo Imperial College de Londres, a taxa de contágio brasileira está há pelo menos cinco semanas acima de 1 - o que significa que a transmissão está se acelerando.
O diretor-executivo da OMS afirmou que a densidade urbana e o grande número de pessoas mais pobres na cidade são fatores que dificultam o risco da doença, mas que políticas públicas implantadas no sul da Ásia e na África conseguiram estabilizar a gravidade da doença, enquanto no Brasil e em outros países latino-americanos ela ainda cresce com velocidade progressiva e ameaça os sistemas de saúde.
Segundo ele, nas Américas, "houve respostas diferentes entre os países, e há bons exemplos de governos que adotaram abordagens científicas, enquanto em outros países vemos uma ausência ou uma fraqueza nisso".
"O que precisamos agora é mostrar nossa solidariedade e trabalhar com esses países para que eles consigam controlar a epidemia", disse Ryan.
Os especialistas da OMS voltaram a dizer que decisões de desconfinamento devem ser acompanhadas de um sistema para testar casos suspeitos, rastrear contatos, tratar doentes e isolar os que possam ter o coronavírus para impedir que contagiem outras pessoas.
Governo do país anunciou que medicamento desenvolvido em tempo recorde provou ser eficaz contra o Sars-CoV-2
POR HUGO BARRETO
ARússia anunciou ter registrado o primeiro antiviral contra o novo coronavírus no país. Ainda sob certificado de registro temporário, o avifavir foi projetado para interromper a capacidade de reprodução do Sars-CoV-2 e, de acordo com o ministério da Saúde do país, provou ser eficaz em ensaios clínicos.
“O avifavir não é apenas o primeiro medicamento antiviral registrado contra o coronavírus na Rússia, mas também é talvez o medicamento antiCovid-19 mais promissor do mundo“, afirma Kirill Dmitriev, CEO do Russian Direct Investment Fund, em comunicado. “Foi desenvolvido e testado em ensaios clínicos na Rússia em um período de tempo sem precedentes, permitindo que o avifavir se tornasse o primeiro medicamento registrado com base no favipiravir no mundo”.
Embora as autoridades russas estejam confiantes no sucesso do antiviral e outros países estejam fazendo testes com ele, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não reconhece, até o momento, nenhuma droga capaz de eliminar o novo coronavírus com 100% de eficácia.
Internautas da mais diferentes áreas profissionais e segmentos sociais demonstram sua oposição ao fascismo e racismo com avatares nas redes
Revista Forum
Em meio a protestos antifascistas no Brasil, internautas estão viralizando o símbolo do antifascismo as redes sociais, mudando avatares e associando a luta a diversos termos e profissões.
O símbolo foi adaptado para diversas profissões e segmentos sociais por pessoas que o estão aplicando o conceito de antifascismo em suas realidades. O protesto é, em essência, contra o governo de Jair Bolsonaro e suas políticas comparáveis ao fascismo.
No Twitter, a hashtag #AntiFascista está entre os assuntos mais falados desta segunda-feira (1º), alcançando o sexto lugar entre o os Trending Topics do Brasil.
O movimento já foi aderido por inúmeras personalidades e para vários grupos e profissões, como médicos, jornalistas, artistas e muitos outros.
O padre Júlio Lancellotti também se manifestou no Instagram nesta segunda, ao postar um símbolo que diz “padres antifascistas”. Alguns também têm modificado as cores do símbolo, mas a prática é criticada por internautas que consideram que há descaracterização nesse processo.
Foi criado, inclusive, um gerador de avatar antifascista, que permite fazer uma imagem personalizada com o tema.
Juristas, jornalistas e analistas políticos tentam alertar nação para preservação da democracia
Por Edson Rodrigues e Luciano Moreira
O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou mensagem a ministros da corte alertando que a "intervenção militar, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia", nada mais é "senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar!!!!".
O magistrado, que é o decano da corte, compara o momento vivido pelo Brasil com o da Alemanha sob Adolf Hitler.
"Guardadas as devidas proporções, o 'ovo da serpente', à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933) parece estar prestes a eclodir no Brasil", diz ele. "É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar quando Hitler, após eleito pelo voto popular e posteriormente nomeado pelo presidente Paul von Hindenburg como chanceler da Alemanha, não hesitou em romper e em nulificar a progressista, democrática e inovadora Constituição de Weimar, impondo ao país um sistema totalitário de Poder", diz Celso de Mello.
Na semana passada, Bolsonaro compartilhou o vídeo de uma entrevista em que o jurista Ives Gandra Martins defende que as Forças Armadas podem agir como poder moderador, de forma pontual, quando houver impasse entre os demais poderes.
Segundo ele, a hipótese estaria prevista no artigo 142 da Constituição, que trata do papel institucional dos militares no país.
O QUE ACONTECE?
Para quem não se lembra, a ditadura militar desgraçou a vida de milhares de brasileiros, destruiu famílias, reputações e deixou centenas de órfãos. Seu ápice veio com o Ato Constitucional nº 5, o famoso AI-5.
Foi o AI-5 que permitiu a cassação de mandatos parlamentares, suspensão de direitos políticos de civis, censura prévia da imprensa, fechamento do Congresso Nacional e das assembleias legislativas e deu início ao período mais repressivo da ditadura militar brasileira (1964-1985).
O AI-5 autorizou o uso de ações repressivas, chamadas de “punições revolucionárias” pelos militares, por prazo indeterminado. Carlos Fico, historiador e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que a medida também permitiu a demissão sumária de funcionários públicos e a transferência compulsória de militares legalistas e democráticos para a reserva.
Especialista em ditadura militar brasileira, Fico relata que o ato criou sistemas clandestinos de repressão que permitiram prisões arbitrárias e torturas de forma sistematizada, a partir da atuação de uma polícia política: o Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI).
“As pessoas presas eram imediatamente torturadas para revelar companheiros, planos e etc. O sistema de espionagem também foi ampliado para colher informações. Havia órgãos de informação no Brasil inteiro, em todas as empresas estatais, autarquias e universidades.”
A medida também suspendeu a possibilidade de habeas corpus em casos de “crimes políticos". O dispositivo jurídico serve de garantia para que o acusado não tenha seu direito à liberdade ameaçado por alguma ilegalidade, qualquer violência, coação ou abuso de poder. “Quem era preso, mesmo que o advogado ou a família soubesse que estava sendo torturado, não podia recorrer”, acrescenta o historiador.
Enfim, o quinto decreto dos anos de chumbo resultou no fechamento do Congresso Nacional e reforçou o autoritarismo do presidente para decretar estado de sítio por tempo indeterminado, demitir pessoas do serviço público, cassar mandatos, suspender direitos políticos, confiscar bens privados e intervir em todos os estados e municípios.
AMEAÇAS
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) e o ministro da Economia Paulo Guedes já deram declarações no sentido de que o governo federal poderia reeditar o Ato Institucional nº 5 e foram alvo de fortíssimo repúdio de variados segmentos sociais.
Maia disse que o uso recorrente dessas ameaças por integrantes da gestão de Jair Bolsonaro gera insegurança sobre o intuito do governo. "Tem que tomar cuidado, porque se está usando um argumento que não faz sentido do ponto de vista do discurso, e como não faz sentido, acaba gerando insegurança em todos nós sobre qual é o intuito por trás da utilização de forma recorrente dessa palavra."
Bolsonaro, por sua vez, não comentou as declarações de seu filho e do ministro da Economia. Ele disse que preferia falar sobre o seu novo partido, o Aliança pelo Brasil. Caso o partido seja criado, o número da legenda na urna eletrônica deve ser o 38.
"Eu falo de AI-38. Quer falar de AI-38? Eu falo agora contigo. Quer o AI-38? Eu falo agora. Esse é meu número. Outra pergunta aí", disse o presidente.
COMO FICAMOS?
A questão é simples: se não houver uma manifestação massiva da população sobre essas ameaças de volta da ditadura militar que, não se enganem, são reais, muito sangue de brasileiros, de jovens a idosos, será derramado, pois o País irá se dividir entre os dois radicalismos que se manifestaram nos últimos anos, o da Esquerda, do xiitismo petista, e o da Direita, com os bolsonarianos latentes, e a população moderada ficará exatamente no meio da batalha entre assas duas frentes.
Dezenas de países irão isolar politicamente o Brasil, nossa moeda perderá seu valor, governadores, parlamentares, prefeitos, vereadores, todos, perderão seus cargos, a imprensa será triturada, a liberdade de expressão desaparecerá, e o funcionalismo público perderá a estabilidade.
Um decreto pode, em meio a um feriado, bloquear contas bancárias, os ricos e milionários ficarão menos ricos e os pobres conhecerão a face da miséria.
Por isso, senhoras e senhores, é bom começar a se preparar para ir às ruas, para agir, para se manifestar, para se fazer ouvir, pois são os seus direitos que estão em jogo.
Oremos!!