A gripe espanhola foi uma grave pandemia que deixou cerca de 500 milhões de mortos em todo o mundo. Entre eles, o presidente do Brasil
Por Isabela Rovaroto
A pandemia de coronavírus não é a primeira — e provavelmente não será a última — a assolar a humanidade. Até o momento, a covid-19 já foi responsável por mais de 550 mil mortes no mundo. No Brasil, 70.524 óbitos e 1.804.338 casos já foram confirmados.
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com a doença e entrou no grupo de políticos infectados. Bolsonaro afirmou estar se sentindo bem depois de sofrer os primeiros sintomas no último fim de semana. No passado, outras figuras públicas já foram infectadas (e morreram) durante pandemias. Este é o caso do presidente Rodrigues Alves, que morreu de gripe espanhola em 1919.
A gripe espanhola, causada pelo vírus influenza, foi uma grave pandemia que ocorreu entre 1918 e 1920. Conhecida por causar sintomas como uma forte gripe — como febre, tosse, espirros e secreção nasal — ela foi responsável por cerca de 500 milhões de mortes em todo o mundo.
Doentes em enfermaria no Rio em 1918: epidemia de gripe forçou governo a organizar bases da rede pública de saúde Doentes em enfermaria no Rio em 1918: epidemia de gripe forçou governo a organizar bases da rede pública de saúde
No Brasil, a doença veio através do navio Demerara, procedente da Europa, que desembarcou passageiros infectados no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro. Em um mês, o país todo registrava casos da epidemia, considerada até hoje a mais violenta da história. No total, mais de 300 mil brasileiros morreram.
Nem mesmo o presidente brasileiro foi poupado. Reeleito em março de 1918, Rodrigues Alves foi infectado durante a pandemia, apresentou fortes sintomas da doença e não conseguiu tomar posse. Menos de um ano depois, em ele veio a falecer.