Quem se considera eleito, pode ter surpresas e quem está quieto, pode começar a “colocar a cabeça pra fora do buraco”
Por Edson Rodrigues
Manda a razão que se deve desconfiar quando está tudo muito bem e que se deve sempre acreditar em uma saída quando tudo vai muito mal.
Essa é a premissa que deve ser levada em conta pelos candidatos que estiverem, porventura, pensando que, com os resultados das primeiras pesquisas já estão eleitos, assim como para aqueles que acham que “o rodo já foi passado” e que não têm mais chances de eleição.
Os próximos 24 dias reservam, ainda, muitas surpresas, guardam muitos lances, muitas jogadas, muitas negociatas, muitas traições, que vão modificar de forma acentuada o atual panorama.
A “bolsa de valores política” aponta uma grande alta no valor das “ações” dos vereadores das 10 principais cidades do Estado, que estão muito bem representados por “atravessadores” que, obviamente, já estipularam a percentagem de 20% do valor aplicado nas operações bem sucedidas.
Há até “atravessadores” vendendo um “combo” de apoio, que inclui deputado estadual e federal juntos. Um “desconto” nos valores a serem pagos em troca do apoio dessa ou daquela liderança, que pode fazer muita diferença na hora de montar a estrutura de campanha.
O FIM DA IDEOLOGIA POLÍTICA
O que essas ações desses “atravessadores”, verdadeiros mercadores de apoios vem demonstrando, ante o sucesso de suas empreitadas é que a ideologia política chegou ao seu fim. Não há mais esquerdistas, direitistas centristas, xiitas ou conservadores.
Não há mais projetos políticos, projetos coletivos ou de governo. Isso é coisa do passado, não faz mais parte da política, são sonhos que jamais se tornarão realidade, assim como os grandes líderes que defendam esses princípios.
Os políticos não prestam? Sim! Mas os eleitores prestam menos ainda!
Ou será que ante aos péssimos políticos eleitos, que entraram na vida pública apenas para enriquecer e são contestados e afrontados pelas Leis, respondendo a processos e vivendo situações vexatórias ante a opinião pública, os eleitores deixaram de trocar seus votos por botijões de gás, caixas de cerveja ou qualquer tipo de agrado?
É por causa desses políticos – e desses eleitores, que estão na mesma vala – que a opinião pública generalizou e acha, com 80% de suas forças, segundo pesquisa recente, que todos os políticos são corruptos e ladrões.
Enquanto isso, os “líderes políticos”, sejam regionais, sejam locais, querem dinheiro desses políticos para lhes reservar apoio. Os nobres resistem, mas apenas até a terceira “investida”. Enfraquecidos pelo descaso dos seus “gurus”, terminam por se prostituir.
MOMENTO TRISTE
Esse é o retrato do triste momento em que vivemos na política brasileira como um todo, em que boa parte dos detentores de mandato nos legislativos municipais, estaduais e federal passaram a ser vistos pela população, pelo eleitorado, como apenas mais um corrupto, mais um malandro que quer se locupletar do cargo em benefício público, quando, na verdade, temos homens e mulheres nessas instâncias de Poder, muito preocupados e comprometidos com o bem estar da sociedade e doas cidadãos.
A generalização de que todos os políticos são corruptos acaba por demovê-los de um objetivo maior que seria o de fazer o bem aos cidadãos.
Deve ser feita uma reflexão bem profunda, antes que colocar todo mundo no mesmo barco, esquecendo de dar o devido respeito e reconhecimento àqueles que os merecem e fizeram por onde ser diferenciados dos demais.
Os justos não devem pagar pelos pecadores e, para isso, só existe um caminho: o voto consciente.
O PAPEL DO ELEITOR
Esse mesmo eleitor, além de ter a consciência de não generalizar a consideração de corrupto para todos os políticos, deve, também, não se abster de votar, muito menos o fazer em branco ou nulamente. Como falava meu saudoso irmão, amigo e professor Salomão Wenceslau, “não há receita para criar filho nem para votar. Isso vem do caráter, está na personalidade, na criação. O político em que você vota, é a sua cara, o seu jeito de ser. Ele, realmente, é o seu procurador, a quem você outorgou o poder irrevogável por quatro ou oito anos.O seu candidato é o seu espelho”.
CONHECIMENTO DE CAUSA
Por isso, é recomendável que você, primeiro, saiba em quem você está votando e, segundo, ter muito cuidado com o voto por indicação. Não terceirize seu voto. Analise!
Há pessoas na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal, no Senado, já com mandatos, que são decentes e corretas, assim como há novatos, sem nenhuma experiência, que só querem o bem comum, o bem de todos.
Cabe a cada eleitor saber em quem está votando e a parcela de responsabilidade do resultado das urnas, também é sua.
Já aos candidatos, sugerimos cuidado com o resultado de certas pesquisas de certos institutos, pois, quando bate a menor desconfiança, a solução para saber qual caminho tomar, é a mesma de sempre: trabalho, trabalho e mais trabalho.
O certo é que, nos próximos 24 dias, campanhas podem ser ganhas ou perdidas, pois a largada já foi dada e o páreo não está decidido nem para governador, nem para o Senado, muito menos para deputados estaduais e federais.
Dizer que a campanha está ganha no primeiro turno, então, é a maior besteira, pois, nesta quinta-feira, haverá a injeção de infraestrutura nos 10 principais colégios eleitorais do Estado, o que intensificará o jogo a cada disputa, a cada lance.
Aí vamos saber quem terá gás para encarar a batalha com chances de vitória e quem sucumbirá ante o nada ortodoxo entrave pelo voto dos eleitores.
Desejamos a todos, uma boa sorte!
CARGOS EM DISPUTA:
GOVERNADOR- UMA VAGA
SENADOR – DUAS VAGAS
DEPUTADO FEDERAL – OITO VAGAS
DEPUTADOS ESTADUAIS – 24 VAGAS