FEDERAÇÃO PARTIDÁRIA ENTRE PT, PV, E PC DO B SERÁ “A LA CAMARÃO”

Posted On Sexta, 01 Julho 2022 11:04
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A vinda da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann ao Tocantins serviu para mostrar duas coisas.  A primeira, é que a cúpula nacional petista apoia incondicionalmente a candidatura de Paulo Mourão ao governo do Estado.  A segunda, é que a própria federação partidária formada pela cúpula do PT com o PV e o PC do B, vai inviabilizar a eleição do próprio Paulo Mourão.

 

Por Edson Rodrigues

 

Isso acontece porque, pelo menos o PV, já se posicionou publicamente em apoio à candidatura à reeleição do governador Wanderlei Barbosa. O presidente do PV, Marcelo Lelis, em entrevista ao Portal CT, do nosso amigo Cleber Toledo, chegou a citar que “há uma relação estabelecida do PV com o governo. Deocleciano Gomes, que é um pevista histórico, é secretário-chefe da Casa Civil. Há uma sintonia de pensamentos” e, no evento que marcou a visita de Gleisi Hoffmann ao Tocantins, a deputada estadual Claudia Lelis, em nenhum momento do seu discurso, citou o nome de Paulo Mourão, motivo da presença de Gleisi no Estado.

 

Ou seja, a federação formada por PT, PV e PC do B, pelo menos no Tocantins, será “a la camarão”, com todo mundo trabalhando para si e ignorando a cabeça (Paulo Mourão).

 

HISTÓRIA

 

E, mais!  Não é segredo para ninguém que o PT de Paulo Mourão não é o mesmo PT do seu presidente, deputado estadual Zé Roberto, que é um dos fundadores da legenda no Tocantins e atual presidente do partido.

 

Paulo Mourão conseguiu impor sua candidatura ao governo após muita articulação com a cúpula nacional do PT, em um trabalho muito bem elaborado, como é do feitio de Mourão, durante uma visita ao Rio de Janeiro, ocasião em que se encontrou com Luiz Inácio Lula da Silva, candidato petista à presidência da República, juntamente com o deputado federal Célio Moura e do ex-ministro José Dirceu.

 

Segundo o apurado pelo Observatório Político de O Paralelo 13, Mourão obteve o apoio da cúpula nacional do PT convencendo a todos do seu potencial e de sua viabilidade na concorrência pelo cargo de governador, mas deixou claro que isso só seria possível caso a própria cúpula nacional administrasse os fundos de campanha e lhe fornecesse infraestrutura de campanha, justamente pela divisão interna na legenda em território Tocantinense.

 

O martelo foi batido por Lula, que abraçou a causa de Mourão e assumiu o apadrinhamento da sua candidatura.

 

INTERVENÇÃO BRANCA

O posicionamento da direção nacional de apoio à candidatura de Paulo Mourão, tem o mesmo impacto de uma “intervenção branca” no diretório estadual, sem alarde e sem voz alta, isolando o presidente estadual do partido, Zé Roberto e seus seguidores das decisões e orientações da cúpula nacional petista.

 

Como essa ala do PT, liderada por Zé Roberto, (foto) e as direções estaduais do PV e do PC do B são parte da base de apoio à candidatura de Wanderlei Barbosa à reeleição, estando umbilicalmente ligados ao Palácio Araguaia, com os deputados estaduais Claudia Lelis e Ivory Lira, líder do governo na Assembleia Legislativa, rejeitando qualquer hipótese de apoiar Paulo Mourão e o próprio Zé Roberto se recolhendo a um silencia sepulcral sobre a questão, o único caminho que a candidatura de Mourão ao governo pode tomar, por enquanto, é o da “geladeira política”.

 

Vale ressaltar que tanto Zé Roberto quanto Claudia Lelis e Ivory de Lira vêm realizando reuniões locais e regionais, em que são tratadas apenas as composições das chapas proporcionais de seus partidos, sem, jamais citar Mourão como o candidato a governador.  Enquanto isso, em todas as reuniões e eventos promovidos por mourão, nenhum dos três deputados estaduais, também, jamais se fez presente.

 

LULA NO TOCANTINS

Mesmo com Lula liderando as pesquisas de intenção de voto para presidente da República em quase todas as regiões do Brasil, pelo menos, no Tocantins, há um empate técnico de Lula com seu principal adversário, Jair Bolsonaro.  Se nem nas quatro eleições vencidas pelo PT para a presidência da república o partido conseguiu um desempenho, pelo menos, razoável no Tocantins, sem conseguir transferir votos para nenhum dos seus candidatos de então, imaginem a situação de Paulo Mourão que ainda tem seu próprio presidente de partido contra ele.

 

Caso não haja um entendimento político no seio da federação partidária encabeçada pelo PT, a candidatura de Paulo Mourão ao governo do Estado pode acabar sendo a de pior votação entre todas as concorrentes, levando o legado político de Paulo Mourão ao esquecimento e o próprio Mourão a uma desmoralização pública, talvez até a uma precoce aposentadoria política.

 

Ainda há tempo para mudar...