Nosso Observatório Político publicou um editorial defendendo a matéria do Executivo Estadual, enviada à Assembleia legislativa – e já aprovada – que elevou de 0,2 para 1,2% o Fundo estadual do Transporte, uma contribuição dos produtores rurais que utilizam a malha viária do Estado para escoar suas safras.
Por Edson Rodrigues
No editorial está exposto que o objetivo do aumento da taxação é o de recuperar a malha viária do Estado, melhorando o desempenho agrícola, diminuindo custos e desperdícios provocados pelas estradas que estão em estado de má conservação.
A argumentação girou em torno do fato que com melhore estradas, mais o agronegócio ganha e mais a economia estadual é movimentada.
Também detalhamos o sucesso dessa medida aplicada em outros estados, como Goiás e Minas Gerais e a possibilidade de os produtores agrícolas não gostarem muito, num primeiro momento, de ter um imposto aumentado sobre suas produções.
OS LADOS ENVOLVIDOS
Empresário e Líder ruralista Júnior Marzola
Pois bem. Nosso editorial deu o que falar e o nosso amigo e jornalista competente, Cleber Toledo, ouviu uma das principais lideranças do agronegócio do Tocantins, o líder ruralista Júnior Marzola – ex-deputado federal, ex-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária, ex-presidente do Sebrae, ex-secretário estadual da Agricultura e atual diretor da Associação dos Produtores Rurais do Bico do Papagaio, acerca da medida tomada pelo governo.
Marzola concordou com toda a argumentação colocada em nosso editorial, mas ponderou que toda decisão que afeta um setor econômico, principalmente no bolso, deve ser, primeiro, discutida com quem irá “bancar” os custos.
O líder ruralista citou os estados onde a medida foi aplicada e ressaltou os ganhos para o agronegócio, mas afirmou que faltou diálogo do governo com o setor agropecuário. Segundo ele “medidas que mexem no bolso dos ruralistas, mexem em toda uma cadeia de empregos e de outros setores” e citou que, no Tocantins, há problemas históricos na malha viária, que nenhum governo foi capaz de resolver – isentando o atual governador de qualquer responsabilidade sobre o fato – mas foi taxativo: ”decisões como essa não devem vir de cima para baixo. Os problemas de escoamento de safra no Tocantins não se bastam na qualidade das estradas. Passam por incentivos fiscais, inclusive a outros setores, como a agroindústria, pelo aumento na segurança dos transportadores (falta de postos policiais nas estradas) e por um entendimento maior do que é e do que representa o agronegócio para o Tocantins. Somos os maiores pagadores de impostos e de salários”, pontuou Marzola.
CHAMAMENTO
Fica, então, o chamamento para o governo e seus técnicos para que sentem à mesa de discussões, coloquem seus posicionamentos, suas demandas e suas intenções, para que, como Júnior Marzola afirmou, “o Tocantins chegue ao patamar de excelência de produção agrícola de Goiás, do Mato Grosso e do Mato Grasso do Sul. Afinal, estamos todos às margens do Rio Araguaia, que é o grande propulsor da agroindústria nesses estados”.
Logo, o chamamento foi feito. A mão foi estendida e falta, apenas, que as duas partes cheguem a um consenso para que o novo governo de Wanderlei Barbosa comece alinhada com o novo momento pelo qual o agronegócio do Tocantins tanto espera.
Falta pouco. Só depende do diálogo!