Planalto atendeu a reclamações de parlamentares usando uma velha moeda de troca utilizada em negociações do Executivo e do Legislativo. Jair Bolsonaro nega que verba seja para melhorar negociação da reforma da Previdência
Com Agências
Com o objetivo de facilitar a tramitação da PEC 6/2019, da “reforma” da Previdência, o governo federal liberou R$ 1 bilhão em emendas parlamentares. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Levantamento feito pelo Palácio do Planalto mostrou que havia aproximadamente R$ 3 bilhões de emendas impositivas que não haviam sido pagas, referentes a recursos que deveriam ser liberados desde 2014.
Do total liberado, R$ 700 milhões se referiam a emendas individuais e R$ 300 milhões foram apresentadas por proposições das bancadas partidárias. Segundo o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), o objetivo era liberar todos os R$ 3 bilhões, mas apenas parte das emendas cumpria todos os requisitos.
Por meio das emendas, deputados e senadores podem destinar verbas para obras e iniciativas em suas bases eleitorais.
O líder do PSL, deputado Delegado Waldir (GO), negou que o governo Bolsonaro tenha recorrido às indicações políticas e à liberação de emendas para formar a base necessária à aprovação da reforma da Previdência (308 votos em dois turnos). “Não há toma lá, dá cá”, disse à Agência Câmara.
Líderes partidários decidiram ontem que a análise da “reforma’ da Previdência só avançará na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) após o governo enviar à Câmara dos Deputados o projeto que promove mudanças no sistema previdenciário dos militares. A decisão já havia sido antecipada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia, na última sexta-feira (8).