Ter uma oposição saudável, assim como foram Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Leonel Brizola, sem esquecer de Júnior Geo, Baylon Pedreira e Amélia Santana, que foram oposição com responsabilidade, argumentos, embasamento legal e fundamentações sempre voltadas para o bem do povo, servindo como uma bússola para os governos de seus mandatos.
Por Edson Rodrigues
Agora, com a instalação efetiva do segundo mandato de Wanderlei Barbosa, pelo menos dois políticos - e seus grupos - já demonstraram que serão oposição, na essência da palavra. O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha e o senador Irajá Abreu já demarcaram seus territórios oposicionistas ao governo do Estado e, sim, Wanderlei Barbosa, sua equipe e seus aliados precisam ter uma oposição inteligente, fiscalizadora e sintonizada com as demandas da população, para que exerçam de forma correta seu papel, que é o de ser uma “bússola”, um “termômetro” de como está o desempenho do governo do Estado, mas, para isso, terão que agir com responsabilidade, lisura e comprometimento com o povo do Tocantins.
SANGRAMENTO
O Tocantins tem um passado que em nada glorifica o trabalho da oposição. ações que tornaram a imagem do nosso Estado e da sua gente uma “terra arrasada”, com várias matérias caluniosas, com denuncismo, com ataques infundados às famílias dos seus dirigentes por parte da oposição, que provocaram um verdadeiro “esquartejamento moral”, com vítimas do calibre dos ex-governadores Marcelo Miranda e José Wilson Siqueira Campos, lideranças que, até hoje, recebem rapapés e declarações de amor eterno dos mesmos que os detrataram.
Oposição se faz com ideias, propostas e fiscalização. Não com denuncismo, falácias, bravatas ou difamações.
O povo tocantinense não admite, mais, tais atitudes.
CARLOS AMASTHA
O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, tem demonstrado ser uma oposição inteligente, responsável e consciente. Isso vem sendo demonstrado em seu papel de opositor à prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro que, mesmo realizando uma administração de conceito, com ótimos índices de popularidade e reconhecimento pelo trabalho realizado, não consegue ser perfeita em todas as áreas. Amastha tem atuado de forma discreta, mas mantendo-se como sentinela da oposição, fazendo uma oposição sadia e equilibrada, sempre buscando divulgar seus atos na mídia, demarcando seu território de forma concreta, sem falácias ou denuncismo, assim como faz em relação ao governo do Estado.
IRAJÁ ABREU
O senador Irajá Abreu é outro que deixou clara e cristalina sua oposição ao governo de Wanderlei Barbosa. Um direito democrático e legal, contanto que não se extrapolem as linhas do bom-senso.
Uma vez na oposição, Irajá tem a chance de se reinventar como político, mesmo que não possa tapar o sol com a peneira quando se fala sobre seu passado, em que o Observatório Político de O Paralelo 13 registra acontecimentos que ofuscam sua imagem, como o seu comportamento com vários companheiros, como o deputado federal Osires Damaso que, candidato a governador nas últimas eleições, recebeu total apoio de |Irajá Abreu para, no fim das contas, ser abandonado, juntamente com seus candidatos a deputado federal e estadual, sem direito a horário obrigatório de Rádio e TV e sem fundo partidário, conforme promessas de Irajá, para ver o próprio senador tomar seu lugar como candidato ao Palácio Araguaia, “nocauteado” no apagar das luzes das convenções partidárias.
Irajá também demonstrou tudo o que é capaz de fazer por sua manutenção política, ao se posicionar de forma oposicionista à candidatura de sua própria mãe, ex-senadora Kátia Abreu, que, então, buscava se manter no Senado Federal, e acabou derrotada de forma humilhante pela sua oponente, Dorinha Seabra.
Não será uma missão fácil para Irajá convencer a classe política e os eleitores de que tenha mudado seu caráter e sua filosofia política, tendo em vista o que fez com a sua própria mãe. mas, tudo isso só será necessário caso Irajá resolva permanecer na vida pública via voto popular, mesmo que não se candidate à uma reeleição, mas tentando uma vaga de deputado federal.
Se a primeira impressão do povo vai ficar, só tempo dirá.
SEGUNDA CHANCE
Nós todos, seres humanos, filhos de Deus, temos a chance de nos regenerar e nos reinventar. Na prática, temos a chance de ser outra pessoa, deixando os erros do passado pra trás, e tomando novas atitudes, diferentes, a partir do momento em que nos achamos dispostos para tal. Mas, para isso, precisamos mostrar não só a nós mesmos, mas para a sociedade, que assumimos novas posturas, novas filosofias e novos hábitos, pois não basta ser bom. Tem que parecer ser bom, humano e companheiro.
Irajá Abreu tem essa oportunidade de se renovar, de se repaginar, para tentar reconquistar a confiança do povo tocantinense, tanto como político quanto como membro de uma família. A decisão só depende do próprio Irajá Abreu, e da sua vontade.
Acreditamos que os próximos quatro anos sejam suficientes para tal.
Que deus abençoe suas mentes!