Da Redação
Uma equipe do jornal O Paralelo 13 esteve nesta quarta-feira, 5, no Hospital Regional de Porto Nacional, para averiguar uma denúncia de que haviam pacientes deitados nos corredores do hospital aguardando atendimento médico, além de falta de roupas de cama (lençóis) e macas em todo o hospital, especialmente para o centro cirúrgico. Os pacientes internados também estão sem lençóis e quem tem familiares próximos, pedem para trazer de casa e os que são de outros municípios ou da zona rural rezam e pedem para Deus cuidar para que não contraiam nenhuma infecção hospitalar, já que o risco é muito grande.
Segundo apurado pelo Paralelo 13, realmente o sistema de limpeza é deficitário e a falta de técnicos de enfermagem deixa a situação calamitosa, deficiente e desumana, o que evidencia que a saúde do Estado continua tendo gargalos a serem corrigidos. Vale ressaltar que a atual administração do hospital não tem nenhuma culpa pela suspensão de várias cirurgias, previamente agendadas para hoje (05/06), por falta de lençóis e material cirúrgico.
Sobre a limpeza fomos informados que não tem pessoal para fazer limpeza, pois todos são funcionários de empresa terceirizada e que esta suspendeu o atendimento alegando atraso no pagamento dos serviços prestados, por não receber do Estado. Segundo as informações repassadas à nossa equipe, ainda não conseguiu quitar os débitos com os funcionários e servidores.
Em conversa com profissionais daquela Unidade de saúde, nos foi informado, e mostrado, que o Estado abasteceu o hospital com algumas dezenas de medicamentos e insumos, mas que já está faltando outros remédios importantes para o bom funcionamento da unidade hospitalar. De acordo com a técnica responsável pelo abastecimento, isso é rotineiro. “Na mesma hora que tem, falta. Isso ocorre por que somos um hospital regional que atende toda a região do entorno de Porto Nacional e não somente a cidade. São mais de 14 municípios, sem contar com o distrito de Luzimangues e os muitos pacientes que vem de palmas para serem atendidos aqui. A nossa demanda é muito grande”, destacou.
Dentre outros medicamentos que precisam ser repostos para suprir demanda, destaca-se Levofloxacino 500mg (ev) e Furosemida (ev). Segundo informações de uma funcionária, em serviço, que não quis ser identificada, não procede que o refeitório esteja faltando refeições. “Não é um refeitório 5 estrelas, mas também não tenho do que reclamar”, pontuou.
Durante a visita de nossa equipe, ficou claro que o Estado precisa, urgentemente, corrigir a falta de técnicos de enfermagem, pois foram demitidos dezenas que estavam trabalhando e poucos foram recontratados. De acordo com o que foi apurado, a falta dos técnicos de enfermagem coloca em risco o tratamento de pacientes em estado grave, já que o número de técnicos trabalhando representa 28% do que o hospital inteiro precisaria, dessa forma, a Unidade hospitalar trabalha com um deficit de 72% de servidores na área técnica. Destes, os que estão trabalhando estão sobrecarregados com escalas que nunca fecham e tudo isso implica em atrasos de procedimentos simples como ministrar medicamentos e realizar exames rotineiros em pacientes internados.
“Sem remédios muitos de nossos pacientes sofrem dores, interrompem tratamentos e sofrem as consequências na falta de saúde. É um tanto desumano”, sentencia nossa fonte que pediu o anonimato por não ser concursada. Ela faz questão de esclarecer que “a diretoria regional melhorou muito, mas o problema de atraso no pagamento dos terceirizados é problema de palmas e não da direção local”, defendeu.
Por este motivo que nós do jornal O Paralelo 13, fazemos um apelo respeitoso aos nossos representantes do poder legislativo estadual: “Queremos aqui conclamar nossos representantes políticos, na Assembleia Legislativa e convidar o senhor secretário da saúde do estado a vir fazer uma visita ‘in loco’, para ouvir os servidores do Hospital Regional de Porto Nacional, bem como a direção do hospital para, juntos, encontrarem formas de resolver o gargalo. É bom lembrar aos nossos representantes políticos, de Porto Nacional e região, que os profissionais do têm tido total dedicação e amor por todos que ali vão buscar saúde”.
Uma ação desta envergadura será de grande valor para nossa população que precisa de uma saúde pública, no mínimo, em bom funcionamento e que nossos deputados estaduais, filhos de Porto Nacional e região, tenham mais respeito e solidariedade aos homens, mulheres e crianças que estão passando por essas dores e humilhações.
Que essa realidade dos portuenses passe a ser coisa do passado, porque nossos deputados são a melhor ponte para encontrar solução para a comunidade de Porto e região que precisam de serviço público de qualidade, de um sistema de saúde eficiente. Faz se necessário uma ação efetiva, realizada em conjunto por nossos representantes no legislativo. E, certamente, a equipe do Paralelo 13 estará presente para dar a publicidade positiva a este gesto republicano, a este gesto humano.
O povo aguarda providências.