Hugo Motta coloca freio na anistia e abraça agenda eleitoral de Lula

Posted On Quinta, 11 Setembro 2025 06:34
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Aliados do presidente da Câmara dizem que ele tenta passar a imagem de que a Câmara funciona normalmente, apesar da polarização política que escalou com o julgamento de Bolsonaro no STF

 

 

Por Iander Porcella

 

 

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu frear a pressão do PL e empurrou para depois do julgamento de Jair Bolsonaro qualquer discussão sobre anistia, sem dar previsão de votação nem indicar relator. Até integrantes do Centrão que na semana passada haviam decidido endossar a demanda bolsonarista agora veem um perdão ao ex-presidente como menos provável. Mas não foi só: além de frustrar os planos da oposição, Motta também abraçou a agenda eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao anunciar para esta quarta-feira, 10, a votação da MP do governo que diminui a conta de luz.

 

O Palácio do Planalto respirou aliviado depois de ter montado uma operação de guerra contra a anistia e para evitar a paralisia da pauta governista ameaçada pelo PL. A equipe de Lula agora espera que o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, joia da coroa do presidente para 2026, vá para votação no plenário da Câmara até o fim de setembro. O relator, Arthur Lira (PP-AL), já deu parecer favorável ao texto. Outras prioridades são a PEC da Segurança Pública e a MP que cria o Gás do Povo.

 

Aliados de Motta dizem que ele tenta passar a imagem de que a Câmara está funcionando normalmente, apesar da polarização política que escalou com o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. Além de endossar a agenda eleitoral de Lula, o deputado trabalha para deixar como marca de sua gestão a reforma administrativa.

 

O perdão a Bolsonaro também esfriou por ação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Mesmo se passasse na Câmara, a proposta enfrentaria maior resistência na Casa vizinha. Como mostrou a Coluna, o senador relatou a pessoas próximas que ficou irritado com a cobrança pública feita por Flávio Bolsonaro(PL-RJ), durante os atos de 7 de setembro, sobre a anistia. De acordo com aliados, a pressão feita no palanque tornou ainda mais difícil o apoio de Alcolumbre à pauta bolsonarista.

 

Diante desses reveses, como mostrou a Coluna, a oposição deve aumentar a pressão para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), volte às articulações para convencer o Congresso a anistiar Bolsonaro, sob pena de perder novamente a confiança do bolsonarismo para se cacifar como herdeiro político do ex-presidente na corrida pelo Planalto em 2026.

 

 

 

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