JOSI NUNES MANCHA BIOGRAFIA DA FAMÍLIA AO TIRAR AUTONOMIA DA UNIRG

Posted On Sexta, 19 Abril 2024 06:14
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Com pouco mais de 38 anos de história, a Universidade de Gurupi – UnirG – sofreu nesta quinta-feira, 18 de abril de 2024, o pior golpe que poderia receber.  Sua autonomia, tão duramente conquistada, foi reduzida a pó por um Projeto de Lei votado sem o conhecimento nem a discussão necessários em uma democracia

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

 O campus da Unirg, localizado no bairro Parque das Acácias, não se chama Campus Jacinto Nunes da Silva por acaso. É uma homenagem ao ex-prefeito e pai da atual prefeita Josi Nunes. Foi ele que, em 1982, firmou um acordo com o governador do Estado para instalação da faculdade, para que os gurupienses não mais tivessem que deixar a cidade para cursar o ensino superior em outras cidades.

 

Em 1985, tiveram início as atividades da então Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), hoje UnirG, com os cursos de Direito e Pedagogia. Atualmente, é a maior instituição pública municipal de ensino superior da região e conta com mais de 4 mil alunos, cerca de 230 professores e 416 servidores do quadro técnico-administrativo, e já formou mais de 31 mil profissionais, nos cursos de Medicina, Administração, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Civil, Farmácia, Fisioterapia, Odontologia, Psicologia, Letras, Jornalismo e Pedagogia.

 

 

Pois em um só ato, a própria Josi Nunes, filha de Jacinto Nunes, fundador da Unirg, jogou por terra tudo o que ela própria já chamou de “o maior legado de meu pai”.

 

Segundo os bastidores políticos da cidade, sob o comando da prefeita Josi Nunes o vereador Ivanilson Marinho incluiu na votação do dia, sem anúncio prévio, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município que, a pedido de professores, estudantes e membros da comunidade acadêmica, deveria ser, antes, discutido e esclarecido a todos, com a realização de uma Audiência Pública na Câmara Municipal com a presença dos vereadores, comunidade acadêmica, entidades como OAB, MPE e o Poder Executivo. Mas, isso nunca aconteceu.

 

Ao ser inserida na Ordem do Dia de surpresa, a PL acabou sendo aprovada sob um manto de desconfiança e obscuridade, que revoltou a comunidade acadêmica gurupiense, que se manifestou nas redes sociais declarando “luto pela morte da Unirg”.

 

Em ano de eleição municipal, foi um ato nada inteligente do envolvidos.

 

AUTONOMIA FICOU NA PROMESSA

 

O efeito maior do projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município que está colocando o nome da prefeita Josi Nunes e dos vereadores  Ivanilson Marinho, Zezinho da Lafiche, Jair do Povo, Davi Abrantes, Matheus Monteiro, Colemar da Saborelle, Debora Ribeiro, Leda Perini, Marilis Fernandes, Cesar da Farmácia, Rodrigo Ferreira e Ronaldo Lira da forma mais negativa possível nas redes sociais e nas conversas que já ganharam as esquinas de Gurupi, é que será a prefeitura que irá decidir quem será o Reitor e o Vice-Reitor, ou seja, quem comandará a Unirg. Até então, era a comunidade acadêmica que fazia uma eleição para os dois cargos.

 

Ou seja, a Unirg não poderá definir ou decidir sobre o que acontece na Unirg. Simples assim.

 

PATRIMÔNIO DA POPULAÇÃO GURUPIENSE 

 

Um agente público jamais pode  mentir ou enganar a população, nem no exercício do cargo muito menos durante uma campanha em que busca qualquer cargo. E a prefeita de Gurupi, Josi Nunes não só mentiu como cooptou vereadores para obter êxito na execução da sua mentira.

 

Inserir uma Lei tão importante em uma pauta do dia pré-divulgada, demonstra que, no mínimo, não era interessante para os seus interesses que a população ficasse sabendo da votação.

 

A aprovação dessa lei pela maioria esmagadora do plenário, acabou por fazer heróis, aos olhos da população, os vereadores André Caixeta e Rodrigo Maciel, que votaram contra a aprovação da Lei, e que, agora, por mérito próprio, tornam-se os mais cotados para serem reeleitos, pois estão ganhando agradecimentos efusivos nas redes sociais, enquanto os demais, cujos nomes já foram citados acima, estão sendo tratados como cúmplices de uma armação.

 

Nos bastidores políticos, o ato de Josi Nunes e dos vereadores que aprovaram a Lei está sendo tratado como um “golpe baixo”, que fez, em um ato só, que todos os envolvidos perdessem o mínimo de credibilidade que tinham junto à comunidade acadêmica gurupiense, que reúne milhares de famílias.

 

Na Apug, (Associação dos Professores Universitários de Gurupi) a prefeita Josi Nunes assina termo de compromisso e defende autonomia da UnirG, que ficou só no papel

 

A falta de respeito com a instituição de ensino mais respeitada de toda a Região Sul do Tocantins ficou flagrante, e o observatório Político de O Paralelo 13 jamais será omisso em tornar público esse ato que afrontou e entristeceu milhares de gurupienses, e tirou a autonomia de um patrimônio do Tocantins, de onde já saíram formados milhares de profissionais, mestres, doutores e pesquisadores, além de ser o local de trabalho de profissionais da educação que dedicam suas vidas a levar conhecimento e cultura a milhares de jovens estudantes e de pessoas que conseguiram, depois de muito trabalhar, ingressar em uma instituição de ensino superior, em busca de suas graduações.

 

Sem dúvida nenhuma, a prefeita Josi Nunes e os vereadores envolvidos na aprovação dessa Lei terão muito o que explicar ao povo gurupiense e tocantinense – e por muito tempo.

 

Prefeitos e vereadores, passam, mudam de tempos em tempos. Mas Unirg é um patrimônio do povo e jamais será diminuída em sua importância histórica.