A investigação contra o senador pelo Tocantins já durava um ano e meio. A Polícia Civil de São Paulo abriu o inquérito depois que uma modelo, de 22 anos, procurou a polícia para denunciar que tinha sido estuprada pelo parlamentar
Por Jornal Nacional - G1
A Justiça de São Paulo determinou o arquivamento do inquérito que investigava uma denúncia de estupro supostamente cometido pelo senador pelo Tocantins Irajá Silvestre Filho, do PSD.
A investigação contra o senador já durava um ano e meio. A Polícia Civil de São Paulo abriu o inquérito depois que uma modelo, de 22 anos, procurou a polícia para denunciar que tinha sido estuprada pelo parlamentar.
Imagens do dia 22 de novembro de 2020 mostram o senador e a modelo saindo juntos de uma casa noturna em São Paulo. Os dois foram caminhando até o flat onde Irajá Silvestre Filho estava hospedado. Eles entraram no elevador em direção ao terceiro andar. Pouco mais de duas horas depois, policiais militares receberam um pedido de socorro pelo 190.
Em depoimento à polícia, a modelo disse que bebeu, perdeu a consciência e só acordou com o senador sobre ela, fazendo sexo.
O senador Irajá confirmou que os dois tinham bebido, mas disse que “nenhum dos dois estavam inconscientes”, que “eles mantiveram relações sexuais de forma consensual” e que “em nenhum momento a modelo demonstrou resistência ou falou que queria ir embora”.
Em setembro do ano passado, a Polícia Civil já tinha concluído que o senador não cometeu crime. Mas, a pedido do Ministério Público, o inquérito foi para o Supremo Tribunal Federal, já que Irajá Silvestre Filho tem direito a foro privilegiado. Ao analisar o caso, o ministro do STF André Mendonça entendeu que a denúncia contra o senador não tinha relação com o mandato e decidiu que o inquérito deveria voltar para a Justiça de São Paulo.
Em um parecer de três páginas, a promotora de Justiça Eliana Vendramini Carneiro escreveu que na investigação "não foi possível identificar a prática de violência por parte do investigado" e que "nenhum elemento dos autos traz indícios de que a vítima tenha tido eventual resistência diminuída ou impossibilitada por um ato do investigado".
A juíza Tania Amorim Fiuza acolheu a manifestação do Ministério Público e determinou o arquivamento do inquérito.
Em nota, o advogado de Irajá Silvestre Filho reafirmou que o senador jamais cometeu qualquer ilícito, atitude imoral ou inadequada, e que o arquivamento do inquérito policial é a maior prova disso.
A defesa da modelo disse que lamenta a decisão e que não vai se manifestar.