Kátia Abreu: entre o céu e o inferno

Posted On Terça, 22 Novembro 2016 14:40
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Por Edson Rodrigues

 

A senadora Kátia Abreu uma mulher destemida e temida, competente, corajosa e ficha limpa ao assumir a relatoria da comissão que analisará salários que não respeitam o teto constitucional de R$ 33.763,00. A Comissão que analisará os Supersalários tem o objetivo de corrigir distorções. Segundo Kátia, “se apropriar de verbas que não fazem parte do seu salário também é corrupção”.

Para fazer análises e julgamentos, é preciso ser ficha limpa, sem teto de vidro e não ter o pé de barro para a partir de agora enfrentar as inúmeras pessoas que não respeitam essa determinação e estão espalhadas no governo federal, estadual e municipal. Elas estão em toda parte, em todas as esferas.

A senadora Kátia Abreu passará a enfrentar crocodilos, serpentes e cobras venenosas como cascavel, coral, sucuri, bem como, a onça e os reis leões.

Sei lá talvez em sua vida pública este seja um dos seus maiores desafios. Sua vida pública não foi e não está sendo enganada, bobos os que pensam que o presidente Renan deu a Kátia um presente de grego. Pode ser que até ele Renan esteja pensando nisso, mas ela não aceitou o presente de grego porque gosta  do desafio, assim como aceitou ser relatora na comissão da CPMF que derrotou no voto do Congresso Nacional o todo poderoso na época Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente da república.

Kate decolou na mídia nacional internacional e se tornou política de elite brasileira no Congresso Nacional. As primeiras pílulas (balas) já estão sendo diluídas na mídia nacional tornando senadora, e relatora de uma revisão do teto salarial, ao dos detentores do supersalários espalhados em todas as estruturas governamentais do país.

Kátia Abreu, em inúmeras entrevistas garantiu que não haverá perseguição política durante a análise das contas. A senadora tem frisado que receber salários indevidos também é corrupção e que a lei é para todos e “todos devem se enquadrar na Constituição”.

A ex-ministra da Agricultura possui uma ficha política extensa e bem sucedida, em que foi presidente de sindicato rural, deputada, primeira mulher eleita senadora do Tocantins e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

Assim como de sucesso, Kátia Abreu coleciona também algumas notícias amargas a seu respeito. De acordo com uma matéria veiculada no Estado de São Paulo, Kátia Abreu gastou R$ 45.350 em tratamentos dentários pagos pelo Senado nos anos de 2010 e 2013; o plano de saúde do Senado é vitalício, ele banca despesas de senadores, ex-senadores e dependentes como filhos, enteados e cônjuges; para usufruí-lo, o parlamentar não precisa fazer nenhuma contribuição - basta que tenha exercido o cargo por 180 dias ininterruptos. Após a morte do titular, o cônjuge continua usando a carteirinha

Segundo o jornal, Kátia Abreu gastou R$ 45.350 em tratamentos dentários pagos pelo Senado nos anos de 2010 e 2013. O plano do Senado estabelece um limite anual de R$ 25,9 mil para gastos odontológicos, mas a Casa tem pago valores acima. O caminho para ignorar as normas é invadir a cota não utilizada de outros anos.

Já uma matéria veiculada no Canal Rural diz que a Defensoria Pública Agrária do Tocantins investiga o favorecimento de políticos na distribuição irregular de terras no Estado. Documentos obtidos pelo Canal Rural com exclusividade mostram que Kátia Abreu está envolvida. O caso pode parar na Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Em 2015, o G1 trouxe o nome da então ministra da Agricultura em mais um fato negativo. Neste, Kátia estaria envolvida em suposto esquema de grilagem no Tocantins.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) acusa o governo de promover uma 'reforma agrária às avessas' que tentou mascarar um suposto esquema de grilagem de terras públicas. "A implantação do projeto desconsiderou a existência de cerca de 160 famílias camponesas que, de forma comunitária, ocupavam o local havia mais de quatro décadas com produção diversificada, criando o gado solto e aproveitando o que o Cerrado oferecia", diz documento da Pastoral da Terra.

De acordo com a CPT, os camponeses correm risco iminente de despejo pelo cumprimento de um mandado de reintegração de posse, em favor da Associação de Plantadores do Alto do Tocantins (Associação Planalto), representante dos produtores de soja da região.

A comissão teme pelas famílias, uma vez que, segundo a organização, a Polícia Militar já fez o reconhecimento de campo e aguarda mais policiais para realizar a ação de despejo.

Outro escândalo envolvendo a Senadora foram as viagens a trabalho com seu esposo, onde funcionários do Ministério não a acompanhavam. Todas essas notícias vieram a público, mais uma vez, após Kátia ser a escolhida para presidir a Comissão dos Supersalários dos Poderes. A pergunta que fica é: a senadora tem autonomia e idoneidade para julgar sobre este assunto.