Em Brasília, ex-presidente renova sua disposição em se entender com quem admita apoiá-lo, ideologia pouco importa
Por Ricardo Noblat
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem por hábito ouvir antes os que com ele se reúnem para só depois dizer o que pensa sobre o que disseram. Dessa forma ele tem a vantagem de ficar sabendo o que seus interlocutores gostariam ou não de ouvir.
Pelo menos ontem, em Brasília, ele fez questão de falar antes que deputados federais e senadores do PT abrissem o bico. E logo de saída avisou: “Só não conversarei com quem não queira conversar comigo”. Nada a ver com os que o escutavam.
Para marcar posição e não deixar margem a dúvidas, referiu-se a políticos, partidos e setores que venham a manifestar interesse em se aproximar dele, seja para apoiá-lo no primeiro ou no segundo turnos da eleição de 2022, seja por qualquer outra razão.
A reunião com o PT foi de manhã, e ele voltou a repetir que nunca na sua vida sentiu-se tão excitado para disputar uma eleição. Não tocou no nome do presidente Jair Bolsonaro. Advertiu apenas que não se ganha eleição de véspera e que a próxima será difícil.
À noite, encontrou-se com um grupo de embaixadores de países africanos. Hoje será a vez de Gilberto Kassab, presidente do PSD, e de dirigentes do PSB e do PDT. Amanhã, do MDB de José Sarney, Jáder Barbalho, Romero Jucá e Eunício Oliveira.