Ato vem depois de ação do GDF. Acampamentos foram removidos
PODER360
Um grupo de manifestantes que apoia o presidente da República, Jair Bolsonaro, simulou 1 bombardeio ao STF (Supremo Tribunal Federal) com fogos de artifício na noite deste sábado (13.jun.2020). A ação foi documentada em vídeo. Veja abaixo.
De manhã, apoiadores de Bolsonaro foram retirados de acampamentos na Esplanada dos Ministérios pelo governo de Brasília. À tarde, invadiram o telhado do Congresso Nacional.
“Essa daqui vai pro seu Ibaneis Rocha [MDB-DF, governador de Brasília]. Pela covardia que o senhor fez hoje com os acampamentos. Isso aqui é pro senhor. Isso aqui não são fogos de Copacabana, não são fogos de comemoração. São fogos de revolta. É a revolta”, gritava 1 dos envolvidos na ação.
Os vídeos também mostram 1 manifestante gritando em meio à rua quase vazia que tratava-se “da revolta popular”.
Em outro vídeo, 1 homem afirmava: “Em frente aos bandidos do STF, isso é para mostrar para eles e para o GDF [governo do Distrito Federal] bandido, não vamos arregar!”
O mesmo homem também instruiu os expectadores do vídeo a reparar no ângulo dos fogos, que simulavam 1 ataque de morteiros à Suprema Corte.
“Notaram que o ângulo dos fogos está diferente da última vez? Se preparem, Supremo dos bandidos!”, ameaça. “Estão levando o país ao caos, já levaram para o comunismo, seus bandidos!”. Os fogos parecem explodir no ar, sem chegar ao Tribunal.
O presidente teve diversos atritos com os outros Poderes desde que tomou posse, e é comum entre seus apoiadores o sentimento de que Legislativo e Judiciário não deixam Bolsonaro governar.
O inquilino do Palácio da Alvorada já participou de atos com viés autoritário. Nega, porém, que queria fechar Congresso ou Supremo.
“Eu estou revoltado. Revoltado com a ditadura do STF, revoltado com a ditadura dos comunistas, dos governadores comunistas. Assim como o senhor, Ibaneis. Seu safado comunista”, declarava o homem na filmagem mais próxima ao acendimento dos fogos.
É comum em atos de militantes bolsonaristas pedidos de intervenção militar e elogios ao golpe de 1964, que instaurou no Brasil uma ditadura de 21 anos.
A versão dos defensores do regime autoritário, e que encontra pouco respaldo entre historiadores, é que o país estava à beira de uma ditadura comunista. Por isso, teria sido necessário tomar o poder de João Goulart.
Outros países da América Latina sofreram golpes militares na mesma época. No Chile houve uma passagem real que lembra a simulada com os fogos de artifício em Brasília: as Forças Armadas do país bombardearam o palácio La Moneda.