Na atual legislatura, o MDB de Palmas conta com os vereadores Lúcio Campelo, Diogo Fernandes e Rogério Freitas, que vêm conseguindo se manter acima da média do desempenho dos demais, honrando o nome e a tradição do partido. Mesmo assim, os três se encontram em uma encruzilhada eleitoral, gerada pela falta de uma liderança que represente os interesses do partido e, por meio da meritocracia, brigue por manter os bons nomes em evidência na hora de definir a chapa proporcional.
Por Edson Rodrigues
Se olharmos pelo retrovisor, já vimos um forte candidato a prefeito, disparado, à época, como favorito à eleição nas pesquisas de intenção de voto, acabou triturado pelo seu próprio partido.
Estamos falando de Marco Antônio Costa, empresário de primeira hora na Capital que, durante sua atuação como político, soube construir uma imagem popular e agregadora, construindo casas populares durante o governo de Moisés Avelino, como presidente da Codetins, criou um projeto de doações de kits de construção, com cimento, areia, saibro, telhas, portas, janelas, padrões de energia para a população de baixa renda, levando água tratada à periferia, beneficiando muitas famílias carentes e passou a ser considerado um jovem carismático, humilde e interessado no bem da população.
O ciúme dos caciques detonou a possibilidade de candidatura de Marco Antônio Costa, assim como fez, depois, com a candidatura promissora de Freire Jr. e impediram as candidaturas de Eli Borges, do saudoso Eudoro Pedrosa e até da ex-primeira-dama Dulce Miranda.
RAUL FILHO
Esses mesmos caciques trituradores de candidatura, hoje, tentam enfiar “goela abaixo” dos emedebistas, a candidatura a prefeito de Raul Filho.
Apesar de ter um patrimônio Político indelével na Capital do Tocantins, o ex-prefeito Raul Filho, também coleciona uma “fieira” de processos em várias instâncias – da primeira à terceira – que deixa qualquer um que defenda a sua candidatura, principalmente os membros do MDB, sem muitos argumentos.
Raul, que nas últimas eleições à prefeitura de Palmas, condenado por um crime que não envolvia corrupção, mas uma simples condenação por crime ambiental, foi candidato por força de liminar, acabou impedido de votar pela Justiça Eleitoral, protagonizando um fato inédito, no qual o próprio candidato não pôde votar em si mesmo.
Após a filiação de Raul Filho ao MDB de Palmas, uma nova sentença, proferida no dia 1º deste mês, sobre outro crime, jogou uma pá de cal em suas pretensões de concorrer às eleições municipais deste ano. Raul foi condenado a 9 anos de prisão e sete anos de detenção por corrupção passiva, fraude à licitação, dispensa de licitação e outros crimes praticados nos dois mandatos à frente da prefeitura da capital, entre 2005 e 2012.
REAÇÕES
A cúpula nacional do MDB já deu sinais, em Brasília, que Não aceita a candidatura de Raul Filho, considerado pelos que apoiam a ideia como “a cereja do bolo”, mas é comparado, em Brasília como uma “ameixa podre” que pode comprometer toda a “receita”.
Apesar de o Diretório Metropolitano ter autonomia na decisão e ter marcado uma reunião com seus membros e pré-candidatos a vereador para discutir e decidir sobre a candidatura de Raul Filho, pelas reações de Brasília já começamos a achar pouco provável que até a reunião aconteça.
ENCRENCA PARA A CHAPA DE VEREADORES
Vereadores Rogério Freitas, Diogo Fernandes, Lúcio Campelo
Com essa situação criada por uma parte do MDB que quer Raul Filho candidato a prefeito, a chapa de candidatos a vereador do partido, formada por 12 candidatos, dentre eles Lúcio Campelo, Diogo Fernandes e Rogério Freitas, que vêm para a reeleição, instala-se uma grande encrenca na legenda, a menos de 30 dias para a realização da Convenção.
O partido ainda não tem um nome definido para prefeito em uma eleição que não tem coligações proporcionais e em que serão necessários, pelo menos, sete mil votos e que a campanha será desenvolvida de uma forma inédita, em paralelo à uma pandemia que vem matando pessoas e cujo maior perigo de contágio é o contato pessoal, será um grande desafio conseguir, em tão pouco tempo e com tantas restrições, realizar um trabalho eficiente e seguro nessa campanha.
FATORES EXTERNOS
A pandemia de Covid-19 já colocou o Sistema de Saúde Pública da Capital bem próximo de um colapso, as medidas restritivas fecharam muitos comércios que não tiveram fôlego para reabrir, gerando milhares de demissões. Enquanto isso, a Polícia Federal volta e meia bate à porte de políticos e agentes públicos palmenses para cobrar malfeitos do passado, prendendo de empresários a vereadores e deixando ex-prefeitos “descalibrados” a ponto de atitudes patéticas e, finalmente, deixando a população ainda mais furibunda com a classe política.
Por essas e por outras, a classe política apresenta índices recordes de rejeição e, por conta de suas atitudes hora tirânicas, hora titubeantes e hora decepcionantes, a chapa de vereadores do MDB vai para a antessala da UTI política, com prognósticos de “entubação, inflamações e infecções generalizadas”, colocando em risco a saúde eleitoral dos seus três “combatentes mosqueteiros”, que ainda resistem, na Câmara Municipal, por manter a honra e o nome do partido.
Segundo O Paralelo 13 apurou com uma fonte, membro da cúpula metropolitana do MDB de Palmas, estão confirmadas as presenças do ex-governador Marcelo Miranda, da ex-primeira-dama e deputada federal, Dulce Miranda e de dois palestrantes que irão orientar os pré-candidatos a prefeito e a vereador sobre as normas e Leis vigentes para as eleições de 15 de novembro.
A mesma fonte garantiu, também, a presença de Raul Filho, que participará do encontro como pré-candidato do partido à prefeitura e que, segundo a mesma fonte, tem parecer favorável do Ministério Público e que sua elegibilidade – ou não – será julgada ainda no início do mês de agosto.
A cúpula metropolitana do MDB insiste na realização da tal reunião, no próximo dia três de agosto, mas, em se tratando da cúpula nacional, acreditamos que qualquer movimentação para tentar impor Raul Filho como candidato do partido a prefeito de Palmas será, sim, realizada em agosto.... mas, a gosto de Deus.
Ou seja, segue parte do MDB palmense tentando triturar suas próprias chances políticas!
A continuar essa tendência, não haverá outro caminho, senão a Cúpula Nacional agir. Aí as coisas se resolvem!