O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) criticou neste sábado (18.mar.2023) editorial publicado pelo jornal Folha de S.Paulo sobre a operação Lava Jato.
Do site PODER360
Segundo a publicação, “o punitivismo parcial de certos membros do sistema judicial resultou na impunidade a que muitos políticos sempre aspiraram”. Para o ex-juiz, a Folha culpa pela imunidade os que lutaram contra a corrupção.
“Nenhuma linha contra quem anulou processos por tecnicalidades, nenhuma linha contra as mudanças que dificultaram o combate à corrupção”, escreveu o senador em seu perfil no Twitter.
Em entrevista ao Poder360 na 4ª feira (15.mar), Moro afirmou que evitaria protagonizar discussões sobre a operação Lava Jato no Senado. Disse que teria como foco de seu mandato propostas ligadas ao combate à corrupção, à segurança pública e economia.
“A minha disposição é olhar para frente. Não quero ficar retornando a esse passado e ficar discutindo aqui. Não vim ao Congresso para discutir a história da Lava Jato. Eu vim discutir propostas”, disse ao jornal digital.
Na entrevista, Moro evitou fazer críticas à condução da operação, que completou 9 anos na 6ª feira (17.mar). Na mesma data, em 2014, houve a criação de uma equipe de procuradores para investigar irregularidades, sobretudo envolvendo a Petrobras.
O saldo hoje é tímido. Um dos principais acusados, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi condenado por várias instâncias da Justiça, passou 580 dias detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), conseguiu anular os processos, ficou livre e se elegeu presidente da República.
Outro ícone da Lava Jato, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral havia sido condenado a 45 anos de cadeia. Também conseguiu se livrar. Foi solto em 9 de fevereiro de 2023. Não há políticos e empresários relevantes presos atualmente.
O senador disse estar preparado para lidar com retaliações públicas no Senado. Nesta semana, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) fez críticas no plenário à condução da operação pelo ex-juiz.
“Eu nunca tive medo de cara feia. Então, se houver embates dessa natureza, nós vamos repor a verdade: que a corrupção nos governos do PT foi escandalosa. Não só o Petrolão, mas também o caso do Mensalão. Vamos dizer que houve um combate à corrupção que não foi feito só por mim, mas por várias instituições.”
Essa foi a 1ª retaliação pública que Moro sofreu de colegas no Senado depois que assumiu o mandato, em 1º de fevereiro.
O ex-juiz foi eleito com mais de 1,9 milhão de votos, ou 33,5% do total. Superou o ex-deputado federal Paulo Martins (PL) e o ex-senador Álvaro Dias (Podem0s), que o incentivara a entrar na política na época em que era magistrado.