Se você acha que está ganhando muito ao vender seu voto por um botijão de gás, saiba que tem gente ganhando muito mais nas suas costas
Por Edson Rodrigues
Enquanto você, eleitor, se regozija e “tira onda” com seus compadres e amigos mais chegados porque conseguiu alguma vantagem – financeira ou material – na hora de negociar seu voto, saiba que tem gente, ao mesmo tempo, “tirando onda” com a sua cara.
O Paralelo 13 teve acesso exclusivo a uma tabela clandestina que vem sendo usada no Tocantins, com os valores que definem o custo do “apoio” político, de acordo com o cargo ocupado pelo “apoiador” nos dez principais municípios tocantinenses.
Quem vende seu voto, caro eleitor, é o próprio político que você elegeu ou as lideranças comunitárias que realizam as famosas reuniões para este ou aquele candidato.
Entram nessa “cota” vereadores, prefeitos, ex-prefeitos, ex-primeira dama, ex-deputado, líderes classistas e líderes religiosos.
Nas cidades grandes, o custo do “apoio” fica entre 20 e 25 mil reais. Cidades médias, de 10 a 15 mil e demais cidades, entre 3 e 5 mil reais.
No “kit apoio” também estão incluídos cota semanal de combustível, aluguel de cadeiras para a realização de reuniões, lanches, contratação de pessoa para a distribuição de material de campanha e proselitismo nos bairros.
EXCEÇÕES
Assim como estamos revelando mais esta faceta podre da política tradicional brasileira, temos, por obrigação, que fazer a ressalva de que há exceções. Há políticos que não se valem dessas estratégias fétidas na hora da batalha pelo voto.
Há políticos com mandato, líderes e prefeitos que não se prestam a esse tipo escuso de papel, assim como religiosos que são éticos e corretos e não exigem nada para sim, mas para a comunidade, para apoiar este ou aquele candidato.
Isso apenas ressalta a diferença que o poder econômico impõe nas chances de cada candidato de se eleger.
SITUAÇÕES
E, dentro dessa configuração, você, digníssimo eleitora, agora sabe quem está ganhando dinheiro em cima do seu voto, transformando você e sua ingenuidade em uma mercadoria “0800”. Aquela reunião com aquele político que você nem conhecia, rendeu alguns milhares de reais para a pessoa que lhe aliciou e lhe vendeu como bugiganga de camelô.
Deputado Irajá Abreu (PSD), filho da Senadora Kátia Abreu (PDT) é apadrinhado do prefeito de Araguína, Ronaldo Dinas (PR)
Em nossa próxima edição impressa estaremos nos aprofundando mais sobre esse assunto, inclusive revelando situações pitorescas trazidas por nossas fontes, como o fato de um novo candidato ao Senado estar sendo “acusado” de estar inflacionando o mercado do voto, começando por Araguaína, aumentando o cacife dos vereadores que lhe apoiarem para 25 mil reais, o que vem causando a revolta dos demais “mercadores de voto” por estar se espalhando para o Sul do estado. Só resta saber a quem eles vão reclamar, se à Polícia ou ao TRE....
E tem, também, o caso de um vereador de Porto Nacional que, segundo fontes, havia fechado com um candidato a deputado estadual por 10 mil reais, mas que, dias depois, procurou esse deputado para devolver o dinheiro, pois havia fechado com outro por 20 mil reais.
O deputado “primeiro comprador” respondeu, na bucha. Que tinha o comprovante do depósito na conta da esposa desse vereador e, caso ele mudasse seu apoio, divulgaria o documento nas redes sociais...
Aí vem a pergunta: qual o tipo de compromisso que esses políticos que compram, literalmente, seus votos, têm com os municípios do Estado? No seu pensamento, a parte deles, pagar pelo voto, já foi cumprida, restando, apenas, o lucro que pode ser auferido com o cargo.
E de quem é a culpa desse tipo de político estar no poder?
Sua, caro (barato) eleitor!
CANDIDATURA MARLON REIS VIRA “BARRIGADA DE ALUGUEL"
Eis um dos principais riscos de ser um novato na política. A candidatura a governador de Márlon Reis vem se transformando em uma verdadeira “barriga de aluguel”, pois os principais candidatos da proporcional parecem que esqueceram o nome do seu candidato a governador, e não citam o nome de Márlon Reis nos compromisso pessoais.
Deputado Paulo Mourão (PT), Marlon Reis (REDE) e Iraja Abreu (PSD) uma união duvidosa
Parece que “aderiram” à candidatura de Márlon Reis, pegaram seus registros e embarcaram em campanhas solo, falando só de si e de suas propostas, cada um por si e Deus por todos, esquecendo quem lhes deu guarida para participar das eleições.
Tem um candidato a senador da coligação de Márlon Reis que só falta andar com a praguinha do Mauro Carlesse, tendo sido flagrado, segundo nossas fontes, em situações semelhantes em várias cidades do Estado.
Esse comportamento já foi até apelidado de “estilo Ronaldo Dimas de apoiar”.
Só no Tocantins, mesmo...