O Observatório Político de O Paralelo 13 pode afirmar, com absoluta certeza que, desta vez, não forma de não haver culpados sobre os desvios de recursos públicos ocorridos na Prefeitura de Palmas. Resta, apenas, saber, por quais “veias” corria a lama que alimentava o tumor da corrupção na gestão de Cinthia Ribeiro.
Por Edson Rodrigues
Ainda não há elementos para fazer qualquer julgamento sobre quem está envolvido no emaranhado dos milhões desviados de contratos da Educação e do Desenvolvimento Urbano, muito menos se há a ciência da prefeita, Cinthia Ribeiro, ou de outros membros do seu primeiro escalão. Mas é a primeira vez, dentre todas as ações da Polícia Federal em território tocantinense, que o produto do crime faz parte das provas obtidas pelas investigações.
Cinthia Ribeiro se apressou em ir às redes sociais dizer que, em sua gestão, jamais deixou sem respostas denúncias ou suspeitas de irregularidades e que acreditava no trabalho sério da Polícia Federal. Mas, por conta da sua responsabilidade como gestora e comandante da equipe do seu governo, Cinthia ainda deve uma resposta à sociedade palmense e tocantinense.
Mas, a voz das ruas já é sentida. Muitos se dizem surpresos e, outros, que já esperavam por algo parecido e, a maioria, diz não acreditar que o crime era cometido apenas pelos secretários das pastas da Educação e da Saúde, e que os nomes dos demais precisa, também, vir à tona.
ESTRAGO POLÍTICO
Alguns dos prováveis candidatos a prefeitura
Palmas vive um momento de antecipação da sucessão municipal, com quatro nomes no páreo – Jairo Mariano, Janad Valcari, deputado Júnior Geo, Eduardo Siqueira Campos, e Carlos Amastha – sem contar com os deputados Wandemar Jr. e Vânia Monteiro e, talvez, o ex-senador Ataídes Oliveira, sendo que nem a prefeita Cinthia Ribeiro nem o governador Wanderlei Barbosa declararam apoio a nenhum deles.
Agora, a operação da Polícia Federal, certamente, vai influenciar no “peso” que cada apoio vai significar a qualquer um dos candidatos, causando um grande estrago em muitos planos políticos, inflamando ainda mais uma situação que já se encontrava acirrada.
IMPEACHMENT
E a “inflamação” pode ser ainda maior no seio da gestão da prefeita Cinthia Ribeiro, já que vereadores da oposição à prefeita já planejam um pedido de impeachment. Tudo vai depender do grau de envolvimento que as investigações da Polícia Federal vão apontar, da prefeita nos casos de malversação do erário público revelados após a operação desta quinta-feira.
De acordo com o andamento das investigações, não está descartado um pedido de afastamento da prefeita para que as investigações possam continuar sem influência externas ou tentativas de ocultação de provas ou assédio a possíveis testemunhas.
É por isso que o Observatório Político de O Paralelo 13 não faz, nestas linhas, nenhum pré-julgamento, pois as investigações estão apenas no início.
O que já se pode cobrar é que haja celeridade e agilidade nas investigações e que a sociedade seja municiada, pelos investigadores, das informações relativas à apuração, para evitar sangramentos injustos e que apenas os realmente culpados sejam punidos, apuradas as hipotéticas omissões e conivências com um tipo de crime que a sociedade palmense e tocantinense já não suporta mais.
Independente de serem da base da prefeita Cinthia Ribeiro ou oposicionistas, todos os vereadores de Palmas têm a obrigação de agir como verdadeiros representantes do povo e não se acovardarem ao cobrar explicações e assertividade nas investigações, assim como o cumprimento à risca da Constituição Federal que lhes imputa o papel de fiscais do Poder Executivo. Caso contrário, estarão eles, vereadores, também, decepcionando a população e deixando de exercer seus deveres.
PRIMEIRO PASSO
Cinthia Ribeiro já deu o primeiro passo para dar uma resposta à população, que foi a exoneração sumária de Edmilson Vieira das Virgens, titular da pasta de Desenvolvimento Urbano e Serviços Regionais, Maria de Fátima Pereira de Sena e Silva, gestora da Secretaria de Educação e Fernanda da Silva, secretária executiva também da Educação.
A Polícia Federal já mostrou as provas – dinheiro e joias – que mostram que, sim, alguma coisa errada estava em andamento.
Agora cabe tanto à Polícia Federal quanto à prefeita, darem os passos seguintes para que a população possa dar o passo final, nas urnas, em outubro de 2024.