O Observatório Político de O Paralelo 13 não pode ficar omisso em relação à operação da Polícia Federal ocorrida nessa quarta-feira em Palmas, que cumpriu 42 mandados de busca e apreensão, incluindo a casa do governador e da primeira-dama, Karine Sotero, também investigada. Também houve buscas na casa de dois filhos de Wanderlei: o deputado estadual Léo Barbosa, também do Republicanos, e Rérison Castro, superintendente do Sebrae no Tocantins. A operação ocorreu por determinação do Superior Tribunal de Justiça – STJ
Por Edson Rodrigues
São muitas as estranhezas que envolvem essa operação. As duas, mais gritantes, são o porquê dela estar acontecendo só agora, três anos depois dos fatos suspeitos, justamente em um momento eleitoral e, por qual motivo o governador e seus familiares foram incluídos no rol dos investigados se Wanderlei Barbosa à época dos fatos era vice-governador, ou seja, não era ordenador de despesas – inclusive encontrava-se no “congelador” do governo Mauro Carlesse, afastado de decisões e atos políticos –, a atual primeira-dama não era esposa de Wanderlei e seus filhos não participavam do governo.
Ao que tudo indica, depósitos de cinco mil reais feitos nas contas de Wanderlei Barbosa e de seus dois filhos, feitos por um dos também investigados nesta operação, foram motivo suficiente em um investigação que apura a movimentação de mais de cinco milhões de reais. Ou seja, Wanderlei Barbosa e seus filhos estão sendo investigados por terem recebido em suas contas bancárias 0,0001% do valor investigado e, mesmo assim, têm como explicar o motivo dos depósitos que seria um “consórcio entre amigos”, prática muito comum no Tocantins.
PASSADO ILIBADO
Olhando o retrovisor da história política do Tocantins, há dois fatos a ponderar.
O primeiro, é que Wanderlei Barbosa, com seus mandatos de vereador que começou em Porto Nacional , e depois por Palmas, onde foi presidente da Câmara Municipal, dois mandatos de deputado estadual, vice-governador e governador reeleito, além de seu irmão, Marilon Barbosa, vereador por vários mandatos e seu filho, Léo Barbosa, vereador e deputado estadual, começando por seu pai, Fenelon Barbosa, primeiro prefeito da Capital, jamais estiveram envolvidos em nenhum ato não republicano ou em investigações. Ou seja, vem de uma família de políticos de passado ilibado.
O segundo ponto a ponderar é que, em passado recente, vimos governadores do Tocantins serem alvos de operações espetaculosas da Polícia Federal, como Marcelo Miranda, que chegou a passar meses na prisão e também teve membros da sua família investigados, Sandoval Cardoso e Mauro Carlesse, e que, depois de verem suas imagens públicas sangrar, até hoje não foram condenados a nenhuma pena e, no caso específico de Marcelo Miranda, foi libertado da prisão após a própria Justiça Federal entender não ter encontrado provas nem elementos suficientes para um julgamento.
CAUTELA E CANJA DE GALINHA NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM
Portanto, se nos casos anteriores todos os ex-governadores foram pré-julgados, tanto pela mídia quanto pelo povo, neste caso em questão, muita cautela e muita canja de galinha, pois não fazem mal a ninguém.
O Observatório Político de O Paralelo 13 aconselha que seja dado o devido tempo ao tempo, e que nenhum pré-julgamento seja feito, sob risco de estrangular uma engrenagem que vem, sem sombra de dúvidas ou contestação, funcionando às mil maravilhas, que é a gestão de Wanderlei Barbosa.
Aliás, há muito tempo que a própria mídia local vem fazendo alertas quanto aos “plantões” de políticos de oposição ao Palácio Araguaia, com assento no Congresso Nacional, nas portas de órgãos investigadores federais, tentando emplacar todo e qualquer tipo de indício como denúncia, a fim de desestabilizar, de qualquer maneira uma gestão que, até agora, ainda não deu motivos para se desconfiar de nada. Muito pelo contrário.
Aliás, esses políticos plantonistas e semeadores da discórdia, o próprio eleitorado tocantinense fez questão de defenestrar da vida pública todos os que pôde.
APOIOS IMEDIATOS
A situação vivida por Wanderlei Barbosa é tão ímpar na história política tocantinense, que ele é o primeiro governador com o nome envolvido em uma investigação federal – afinal, a PF só cumpre o que a Justiça Federal determina – que recebeu manifestações pública de apoio imediato de parlamentares, e não só do seu partido.
O senador Eduardo Gomes, do PL, foi o primeiro a se manifestar em apoio ao governador: “fazendo avaliação sobre o que foi ocorrido hoje, a gente confia na justiça e tem que ressaltar de maneira clara a manifestação do governador, demonstrando confiança no governo que ele está fazendo, que é amplamente apoiado pela população. O momento econômico que o Estado vive, de investimentos no Estado e crescimento, entre os três maiores Estados do Brasil diz o contrário do que as investigações apontam. E que o governador tenha todas as condições e a tranquilidade de fazer a sua defesa. Que a justiça seja feita”, afirmou.
A deputada estadual Claudia Lelis, do PV, emitiu nota em que afirma: “em meio à recente operação conduzida pela Polícia Federal, expresso meu total e irrestrito apoio ao governador e sua gestão. Wanderlei Barbosa está realizando um trabalho de excelência a frente do governo, sendo um dos Governadores mais bem avaliados no Brasil”.
O deputado federal Ricardo Ayres, também saiu em defesa de Wanderlei Barbosa: “diante dos recentes acontecimentos, manifestamos nossa confiança no governador Wanderlei Barbosa e no trabalho sério que ele tem feito pelo Tocantins. Acreditamos em sua integridade e estamos certos de que todos os esclarecimentos serão prestados de maneira transparente”, afirmou o deputado.
A PALAVRA DE WANDERLEI BARBOSA
Como não poderia deixar de ser, Wanderlei Barbosa se mostrou surpreso em ser alvo de uma operação da Polícia Federal. Além de já estar “escolado” em relação aos “políticos plantonistas” da oposição, o governador rechaçou qualquer possibilidade de participação em esquemas fraudulentos e se mostrou incomodado ao ver nomes de seus familiares envolvidos: “Não foi eu que comprei, enviei e direcionei cesta básica, mas ganhei uma eleição e isso incomodou muita gente, inclusive a oposição. Nós vimos por um jornal importante daqui, por um jornalista, que um senador foi pra cima deste processo para que acontecesse. Sei que a gestão que tenho feito causa incômodos na oposição, que não tem o que criticar. Como todos já sabem, a única alusão ao meu nome em toda essa investigação foi a participação num grupo de consórcio informal de R$ 5.000,00 com outras 11 pessoas, e uma delas era investigada. Todos sabem que nem a Karynne nem o Léo nem o Rérison faziam parte daquele governo, e isso é o que mais me incomoda”, afirmou.
Ao fim de suas palavras, Wanderlei tranquilizou a população tocantinense disse que não há motivos a temer e que vai terminar seu mandato em 2026: “nós estamos à disposição da justiça, como devem estar todos os tocantinenses. Sabemos da importância das nossas obrigações. Quero tranquilizar o povo, vamos continuar trabalhando da mesma forma. Enquanto nós estivermos exercitando o governo – e espero que seja até 2026 -, vamos trabalhar muito para dar coerência, a dignidade e a infraestrutura que todos precisam. Quanto a isso estou muito tranquilo”, finalizou.
“CORPO ESTRANHO”
Nos bastidores da política tocantinense, fala-se ainda na participação de um “corpo estranho”, sem cargo eletivo nem federal nem estadual, mas que estaria trabalhando em busca da oportunidade de emplacar uma operaçãozinha sequer no Tocantins, ainda este ano, e que haveria até uma certa “forçação de barra” para que a Justiça aceitasse alguma denúncia, por mínima que fosse.
Avaliando mais esta informação, pode-se afirmar que a estranheza quanto à Operação Fames-19 é ainda maior.
Que todos nós possamos aguardar o desenrolar desse triste fato com toda a serenidade possível, sem pré-julgamentos prejudiciais ao desenvolvimento e à imagem do Tocantins, que a Justiça seja, pelo menos desta vez, célere e que o governador Curraleiro, Wanderlei Barbosa possa continuar a cuidar de todos nós, tocantinenses.
Amém!
Família O Paralelo 13
Edson Rodrigues
Edivaldo Rodrigues