Atuação em duas áreas quentes durou nove horas e terá continuidade nesta quarta-feira
Por Luiz Henrique Machado
O segundo dia de participação do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins na Operação Rio Grande do Sul foi intenso e durou nove horas, praticamente sem intervalo. Focada nas buscas pelo corpo de uma vítima soterrada desde a semana passada, na zona rural de Bento Gonçalves, não houve tempo para almoço e descanso. E toda a dedicação vai continuar nesta quarta-feira, 08.
Todo apoio dado ao povo gaúcho pelo Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins está sendo possível graças à determinação do governador Wanderlei Barbosa, liberar a corporação para essa parceria. O governador Wanderlei, inclusive, possibilitou que parte da equipe viajasse em uma das aeronaves do governo. O comandante-geral do CBMTO, coronel Peterson Queiroz de Ornelas, definiu oito bombeiros militares da Companhia Independente de Busca e Salvamento (CIBS), além de duas viaturas e dois jet skis.
Cadela Sky, do CBMTO, é peça importante nas buscas por vítimas no Rio Grande do Sul
Nesta terça-feira, a primeira etapa das ações foi no Rio Pedrinho, a cerca de dois quilômetros abaixo da casa da vítima, numa região montanhosa nas proximidades do Distrito Faria Lemos. A mulher de 27 anos estava com os pais idosos na residência, quando chovia intensamente e tudo veio abaixo. A água e a lama deixaram o local irreconhecível, levando os três e também um rapaz que ajudava a cavar uma vala para o escoamento da água que se acumulava no quintal. Os corpos dos idosos foram encontrados no mesmo dia, a cerca de trezentos metros em um vale. O corpo do rapaz foi encontrado nesta terça-feira, a mais de mil metros de onde estava.
Nas buscas pelo corpo da mulher, nesta terça-feira, os bombeiros militares tocantinenses, com apoio de militares do 6° Batalhão de Comunicações do Exército Brasileiro, de bombeiros militares de Minas e Rio de Janeiro, se concentraram numa região onde os cães sinalizaram possível odor. O local está totalmente tomado por centenas de árvores arrastadas pela força da água, num amontoado em que os militares tiveram de usar motosserra, pás e enxadas na tentativa de obter sucesso. Mas não deu certo e a decisão foi de voltar ao endereço da casa da família, onde mais bombeiros se juntaram para a ação.
O acesso é pela rodovia BR 431, que ficou interditada e duas máquinas foram usadas para remover mais de 250 metros cúbicos de lama, que fazia os bombeiros militares afundarem até ao joelho. Nem os cães escaparam das dificuldades, ficando por muitas vezes atolados no lamaçal. O odor era sentido por todos, inclusive pelos três irmãos que estavam por ali, acompanhando a ação das equipes.
O dia se findou, e como não havia possibilidade de buscas por causa da escuridão e da possibilidade de chuvas, a estratégia era retornar nas primeiras horas desta quarta-feira.