Palmas precisa ser passada a limpo: CPI é urgente para apurar suspeitas na gestão Cinthia Ribeiro

Posted On Terça, 28 Outubro 2025 15:20
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Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues 

 

 

 

 

Palmas vive um momento delicado, em que a verdade precisa ser trazida à tona com responsabilidade e coragem institucional. As investigações da Polícia Federal sobre desvios de cerca de R$ 30 milhões na área da educação durante a gestão da ex-prefeita Cinthia Ribeiro não podem ser ignoradas — e muito menos atribuídas à atual administração do prefeito Eduardo Siqueira Campos, que vem se esforçando para reorganizar a cidade e colocar os serviços públicos nos trilhos.

 

O Superior Tribunal de Justiça autorizou o uso das provas obtidas pela PF em múltiplos inquéritos, o que reforça a gravidade das suspeitas. As investigações envolvem contratos superfaturados, empresas de fachada e servidores ligados diretamente à alta cúpula da gestão anterior. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia apontado irregularidades em diversos contratos e licitações da prefeitura durante o mandato de Cinthia Ribeiro.

 

São fatos:

 

Desvios na Educação: R$ 30 milhões sob suspeita

 

 

Investigação da PF: A Polícia Federal apura o desvio de aproximadamente R$ 30 milhões de recursos públicos destinados à educação durante a gestão de Cinthia Ribeiro.

 

Modus operandi suspeito: Os desvios teriam ocorrido por meio de contratos fraudulentos e superfaturados, especialmente envolvendo empresas terceirizadas que prestavam serviços à Secretaria Municipal da Educação.

 

Operação da PF e impacto político

 

Operação da PF em Palmas (2023): A ação policial teve como alvo servidores e ex-servidores da prefeitura, além de empresários ligados aos contratos investigados.

 

 

Apreensão de joias e dinheiro em espécie: No dia 10 de agosto de 2023 agentes da PF encontraram e apreenderam bolsas e caixas cheias de dinheiro e joias em um apartamento ligado ao secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Serviços Regionais, Edmilson Vieira das Virgens. Ele foi preso em flagrante suspeito de lavagem de dinheiro.

 

Estrago político: A operação provocou uma crise na gestão de Cinthia Ribeiro, com exonerações em massa e desgaste político. A prefeita foi pressionada por vereadores e pela opinião pública.

 

Reforma administrativa emergencial: Após a operação, a prefeita promoveu uma ampla reforma administrativa, exonerando secretários e assessores ligados aos setores investigados.

 

Consequências e desdobramentos

 

 

Pedidos de impeachment: A gravidade das suspeitas levou à articulação de pedidos de impeachment na Câmara Municipal, embora não tenham avançado formalmente.

 

Investigação em curso: As investigações continuam em andamento, com possibilidade de novas fases e aprofundamento das apurações sobre contratos e licitações.

 

Embora Cinthia Ribeiro não seja ré em nenhum processo, os indícios de irregularidades são graves e envolvem contratos suspeitos, denúncias do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e operações federais que atingiram diretamente sua equipe de governo. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o uso das provas obtidas pela PF em diferentes inquéritos, ampliando o alcance das investigações.

 

Esses problemas herdados da gestão anterior têm atrapalhado o bom andamento da atual administração, que precisa lidar com dívidas, contratos mal explicados e uma estrutura fragilizada por suspeitas que ainda não foram devidamente esclarecidas. É injusto e irresponsável cobrar da gestão Eduardo Siqueira explicações por atos que não lhe pertencem.

 

Ex-prefeita Cinthia Ribeiro 

 

Diante disso, a Câmara Municipal de Palmas tem o dever de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou promover uma auditoria independente para apurar com profundidade os atos da gestão passada. A população precisa saber se houve irresponsabilidade com os cofres públicos — e se o atual prefeito recebeu uma “herança maldita” que compromete a saúde financeira da cidade.

 

A CPI não deve ser instrumento de perseguição, mas sim de justiça e transparência. Só uma apuração isenta poderá revelar se a ex-prefeita cometeu atos não republicanos ou se está sendo injustamente associada a práticas que não lhe cabem. A imprensa, por sua vez, tem o papel de informar sem prejulgar — e de cobrar que os resultados dessa investigação venham à tona com responsabilidade.

 

Palmas precisa ser passada a limpo. A resposta só virá com coragem institucional e compromisso com a transparência. A Câmara Municipal não pode ser conivente com nenhuma patifaria. E a sociedade palmense merece saber, com clareza, se houve crime — ou apenas ruído político.

 

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