Por Edson Rodrigues
Agindo de forma dissimulada, na base do “sem querer, querendo” o Palácio Araguaia – leia-se, Marcelo Miranda – optou por encarar o combate contra a senadora e ministra Kátia Abreu pelo comando do PMDB no Tocantins.
O primeiro passo foi dado com o início do périplo da deputada federal Josi Nunes por todo o Estado, colhendo assinaturas para registrar uma chapa representativa para disputar o comando do partido em eleições hipotéticas ainda este mês.
A viagem de Josi Nunes foi “marcada” por Derval de Paiva e teve sei itinerário “planejado” por Oswaldo Reis, dois dos mais antigos e tradicionais baluartes do PMDB no Tocantins.
O confronto com as forças de Kátia Abreu, portanto, inevitável.
Mas o que teria levado a ala do Palácio Araguaia a partir definitivamente para o confronto, ante o mar de possibilidades e tentativas de entendimentos que agitavam os bastidores políticos?
Sabe-se, agora, que a decisão foi tomada após uma visita de Josi Nunes, Dulce Miranda e Oswaldo Reis à direção nacional do PMDB, em Brasília, em que ouviram que cada estado deve “definir o seu destino”, ou seja, se esperavam ponderações, o que ouviram soou mais como um “lavar de mãos” da cúpula nacional do partido.
O teor dos diálogos, só quem participou sabe, mas o certo é que a injeção de ânimo foi tamanha que os levou a convocar as eleições pra este mês.
A tática adotada por Josi Nunes e seus orientadores, é a de não falar em nome do Palácio Araguaia nem de Marcelo Miranda, e, sim de um “resgate da autonomia do PMDB no Estado”, mas, sabe-se que a ação tem total respaldo palaciano,
EVENTOS EMBLEMÁTICOS
Paralelamente a tudo o que está ocorrendo nos bastidores do PMDB do Tocantins, está prevista uma visita do Ministro das Cidades, Gilberto Kassab – que acaba de ser convocado a prestar esclarecimentos no STF sobre caso de corrupção em seu governo na prefeitura de São Paulo –, no próximo dia 11, para entrega de unidades habitacionais em Palmas e a senadora e ministra Kátia Abreu tem presença garantida no lançamento de um grande projeto do Ministério da Agricultura no Tocantins. Não se sabe, até agora, se Marcelo Miranda foi, ao menos, convidado para esses dois acontecimentos, mas têm-se a certeza de que o seu não comparecimento – por falta de convite - configura a existência de um governo paralelo no Tocantins, um governo “terceirizado”, tal qual vem acontecendo com Dilma Rousseff na presidência da república, em que ele detém o cargo, mas, não, o poder.
A partir dessa certeza, não se sabe o que pode ocorrer com o Tocantins, mas espera-se que o Estado não sofra retalizações por parte do governo federal em relação a convênios e repasses de recursos.
A culpa de todo esse imbróglio, não pode ser computada ao povo tocantinense, aos cidadãos, que acreditaram na união de forçar entre Marcelo Miranda e Kátia Abreu e que não esperava esse racha entre os dois que já está, efetivamente, prejudicando a governabilidade do Estado.
Kátia Abreu já trouxe cerca de 800 mil reais para a realização da Agrotins, demonstrando que sua briga é com Marcelo Miranda e, não com o Tocantins.
A continuar assim, ótimo. Que a briga fique apenas nos bastidores e não respingue no povo tocantinense.