Partidos que concorrem à Presidência apoiam nos estados 23 candidatos de siglas adversárias

Posted On Sábado, 20 Agosto 2022 06:47
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Partidos que disputam a Presidência apoiam nos estados 23 candidatos a governador de legendas que são suas rivais na corrida presidencial. É o que revela um levantamento feito pelo GLOBO com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Do total, nove são atuais governadores que buscam a reeleição.

Por Marlen Couto

 

O MDB, que lançou a senadora Simone Tebet (MS) à Presidência, é a legenda que mais contraria a configuração da disputa nacional. O partido apoia cinco candidatos do PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre eles a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e Jerônimo Rodrigues (PT), que concorre ao governo da Bahia. A candidatura de Tebet foi oficializada em meio a divergências internas. Lideranças do MDB em 11 estados, concentrados no Norte e Nordeste, chegaram a declarar apoio à candidatura de Lula no primeiro turno.

 

O MDB também apoia três candidatos do União Brasil, que tem Soraya Thronicke como candidata a presidente. São eles o atuais governadores de Goiás, Ronaldo Caiado; do Mato Grosso, Mauro Mendes; e de Rondônia, Marcos Rocha. O partido está ainda na coligação do governador do Rio, Cláudio Castro; e de Ronaldo Dias, no Tocantins, nomes do PL, do presidente Jair Bolsonaro. A sigla também marca presença no arco de apoio ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que lançou Felipe d'Avila ao Planalto.

 

 

O PT apoia quatro candidatos a governador do MDB, entre eles Eduardo Braga, no Amazonas, e o atual governador do Pará, Helder Barbalho, que tem a maior coligação do país, com 17 legendas. Já o PL decidiu aderir às candidaturas de três nomes do União Brasil: os governadores do Amazonas, Wilson Lima, e do Mato Grosso, Mauro Mendes, e Capitão Wagner, que disputa o governo do Ceará. O partido de Bolsonaro também apoia no Maranhão o pedetista Weverton Rocha, aliado de Ciro Gomes (PDT).

 

A legenda de Ciro, por sua vez, também integra coligações de candidatos a governador de partidos rivais na disputa presidencial. O partido apoia Fátima Bezerra, Barbalho, Paulo Dantas (MDB-AL), ACM Neto (União-BA), Caiado e Silvio Mendes. Por fim, o União Brasil está na coligação de Cláudio Castro e Barbalho.

 

Alianças mais comuns

 

Dono da maior fatia do fundo eleitoral, o União Brasil foi o partido que mais atraiu outras legendas para suas candidaturas e contará com coligações em 11 estados. O partido só não tem o apoio de outros partidos no Acre, onde lançou Marcio Bittar.

 

 

PT e PSB foram as legendas que mais costuraram apoios mútuos, com dez casos. Os petistas estão nas chapas de quatro candidatos do PSB ao cargo: Marcelo Freixo, no Rio; Renato Casagrande, no Espírito Santo; Danilo Cabral, em Pernambuco; e Carlos Brandão, no Maranhão. Já o PT costurou o apoio da legenda aliada em seis estados em que disputa o governo (Bahia, Goiás, Piauí, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo).

 

Outra aliança que se destaca é entre MDB e PT. Foram costurados nove apoios no total entre os partidos. Embora tenha um acordo com a federação PSDB-Cidadania na disputa presidencial, o MDB só contará com apoio dos tucanos em um único estado, o Pará, onde disputa com Helder Barbalho. Já o PSDB terá o MDB em sua coligação em dois estados, Rio Grande do Sul, onde concorre com Eduardo Leite, e São Paulo, onde o governador Rodrigo Garcia tenta a reeleição.

 

Os tucanos fizeram mais alianças com o União Brasil. O partido está na coligação de cinco candidatos a governador da sigla criada a partir da fusão entre DEM e PSL, e três tucanos contam com apoio do União. Os candidatos a governador do PL, por sua vez, foram mais apoiados e deram suporte ao PTB, sigla de Roberto Jefferson. Ao todo, foram costuradas alianças em cinco estados.