Perícia aponta fraude em caminhonetes doadas pelo governo federal à Secretaria de Saúde do TO: carros foram clonados antes da entrega

Posted On Quinta, 09 Abril 2015 09:10
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Peritos da Polícia Científica do Tocantins descobriram, através da realização de exames, que três caminhonetes novas, doadas pelo governo federal à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para o combate à dengue, já haviam sido registradas no Departamento Estadual de Trânsito de Matro Grosso e Pernambuco.

De acordo com Gilvan Nolêto, diretor de Polícia Científica, as dúvidas a respeito da regularidade dos veículos surgiram durante o procedimento de emplacamento no Detran do Tocantins. Diante das suspeitas, as caminhonetes, da marca Mitsubishi, modelo Triton L200, fabricadas em 2013, foram encaminhadas para o Instituto de Criminalística, em Palmas.

“Não havia qualquer adulteração na numeração de chassi, vidros, motor ou qualquer outro agregado, das caminhonetes”, explicou o gerente do Instituto de Criminalística, Zilmondes Ferreira Feitosa. A comprovação de que os veículos eram clonados só foi possível depois que os peritos realizaram uma inspeção nos sistemas de segurança e descobriram, em Mato Grosso e Pernambuco, três carros idênticos aos doados à Sesau.

De acordo com a secretaria, uma investigação foi aberta para apurar as responsabilidades e descobrir de que maneira os três veículos foram clonados antes da entrega ao governo do estado, já que, conforme os laudos do Instituto de Criminalística do Tocantins, os mesmos são novos e originais.

Feitosa acredita que uma grande quadrilha especializada em clonagem de veículos e, que age em todo o Brasil, seja responsável pelo crime.

A Polícia Científica informou que já solicitou às polícias civis de Pernambuco e Mato Grosso que localizem e apreendam as camionetes roubadas e que estão circulando ilegalmente, uma vez que estão utilizando dados dos veículos que estão no Tocantins, a fim de submetê-las à perícia oficial e devolvê-las aos seus legítimos proprietários.

Para Nolêto, “se até veículos oficiais estão sujeitos a clonagem, o fato demonstra que o combate a essas irregularidades carece de melhor aperfeiçoamento, quem sabe, até mesmo uma melhor fiscalização dentro das próprias fábricas”.