Operação Sufrágio Ostentação investiga suposto esquema do partido em Minas Gerais, comandado por Marcelo Álvaro Antônio nas Eleições 2018
Por Ezequiel Fagundes
A Polícia Federal desencadeou, nesta quinta-feira (27), a segunda fase da operação Sufrágio Ostentação, que investiga um suposto esquema de candidaturas laranja do PSL em Minas.
Em Brasília, a PF prendeu Mateus Von Randon, assessor especial do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Randon teve prisão temporária autorizada pela Justiça.
Em Minas, foram presos dois ex-assessores do ministro: Roberto Soares da Silva, o Robertinho, e Haissander Souza de Paula.
A PF investiga repasses do fundo partidário do PSL para candidaturas supostamente laranja.
A investigação mira pelo menos quatro candidatas laranja. Elas receberam verbas significativas do fundo partidário do PSL, mas conquistaram uma votação muito baixa.
Parte da verba recebida foi repassada pelas candidatas para empresas de arte e gráfica pertencentes a aliados do ministro.
Juntas, essas candidatas receberam R$ 267 mil do fundo partidário do PSL em Minas.
Apesar do investimento, as quatro conquistaram apenas 2.084 votos, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral.
Parte desse dinheiro, foi gasto na eleição para comprar material de campanha de empresas de aliados do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
No fim de abril, a Polícia Federal desencadeou a primeira fase operação "Sugrágio Ostentação" e realizou buscas de documentos e equipamentos eletrônicos em sete endereços. Entre eles, em gráficas e na sede do PSL em Belo Horizonte.
A discrepância dos altos valores recebidos do fundo partidário com a pouca votação obtida pelas candidatas do sexo feminino chamou a atenção dos investigadores.
Pela lei, todos partidos são obrigados a reservarem 30% das vagas para as mulheres.
A suspeita é que, na prática, essas candidatura foram lançadas para desviar dinheiro do fundo partidário para as candidaturas masculinas ou em proveito próprio.
O ministro Marcelo Álvaro Antônio não é alvo da operação. Em nota, o Ministério do Turismo afirmou que "não há qualquer relação entre a investigação da Polícia Federal e as funções desempenhadas pelo assessor especial Mateus Von Rondon no Ministério do Turismo. O órgão aguarda mais informações para se pronunciar sobre o caso".