Para procuradora-geral, Raquel Dodge, doações eleitorais da Odebrecht ao Partido dos Trabalhadores constitui propina; acusação é baseada em depoimentos de delatores da empresa. A Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também manifestou-se contra pedido de habeas corpus de Lula no STF
Com Agência Brasil
A Procuradoria-Geral da República denunciou nesta segunda-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Antônio Palocci, além da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é também presidente do PT, e o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da parlamentar.
De acordo com a denúncia, as doações da Odebrecht para campanhas eleitorais do PT, que somam cerca de US$ 40 milhões, constituíam propinas em troca de decisões políticas para beneficiar a empresa.
O grupo é acusado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A acusação se baseia sobretudo em delações premiadas de ex-executivos da empreiteira Odebrecht.
De acordo com a PGR, além dos depoimentos de delação, foram colhidos nas investigações documentos, como planilhas e mensagens, fruto da quebra de sigilo telefônico.
Em contrapartida pela doação, a procuradoria afirma que a Odebrecht foi beneficiada com aumento da linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com Angola, país africano onde a empreiteira tinha negócios.
Lula, Moro e Gleisi
"Que país é esse em que uma instância inferior desacata a superior?". Isso é o que se pergunta o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva em sua nova carta, destinada à presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann.
Nessa declaração, Lula se refere à decisão do juiz federal Sérgio Moro de continuar conduzindo o processo contra o ex-presidente petista – da reforma do sítio de Atibaia (SP) – mesmo após decisão do Supremo tribunal Federal (STF) que retirou trechos da delação da Odebrecht da competência do magistrado.
Na correspondência, Lula afirma que está "perplexo ao saber que Moro e o Ministério Público não vão cumprir a determinação do STF ".
"Fiquei perplexo ao saber que o Moro e o Ministério Público não vão cumprir a determinação do STF. Que país é esse em que uma instância inferior desacata a superior, em que um juiz de primeira instância desacata os ministros da Suprema Corte?", escreveu Lula .